Artes/cultura
18/08/2017 às 04:00•4 min de leitura
Se alguma vez na vida você já tentou perder peso, mas acabou não conseguindo mesmo controlando a alimentação, você definitivamente não está sozinho nessa. É normal acreditarmos que engordamos mesmo comendo pouco, mas a questão é que, quando o assunto é peso, é bom contar com a ajuda da matemática.
Antes da matemática, é sempre bom ter alguma noção do corpo humano no sentido de que pessoas têm metabolismos diferentes, ou seja, cada corpo gasta de uma maneira a energia que consome durante o dia. Por isso, em pessoas de metabolismos acelerados, o acúmulo de peso pode não ser uma realidade.
Se você procurar um nutricionista, ele vai ajudar a calcular a quantidade de calorias que seu corpo gasta em repouso. Digamos que esse número seja de 1.500. Nesse sentido, significa que qualquer coisa que você consuma além dessas 1.500 calorias já vai ser um acúmulo, por isso a importância de uma alimentação equilibrada, com base na mais simples matemática.
O que você pode fazer para melhorar o seu funcionamento metabólico, por exemplo, é praticar atividades físicas. E, no quesito matemático da coisa, se você pode ingerir 1.500 calorias sem engordar, para emagrecer ou você ingere menos calorias do que isso ou queima calorias fazendo atividades físicas.
As duas coisas juntas dão mais certo ainda, principalmente quando o controle de calorias é feito com a ajuda de um médico e nutricionista, afinal é muito melhor ingerir 200 calorias de batata-doce do que de brigadeiro, por exemplo, e um nutricionista vai saber explicar as razões para isso.
A revista Time publicou recentemente uma lista de quatro erros culinários que nos atrapalham quando queremos perder peso. Tendo essa noção de que engordar é uma questão matemática, fica fácil entender por que essas atitudes nos impedem de emagrecer e, talvez assim, mudar alguns hábitos.
Cozinhar pode ser uma boa maneira de controlar as calorias que você ingere. Algumas formas de dieta, como a dos Vigilantes do Peso, sugerem que até o óleo utilizado no preparo dos alimentos entre na contagem de pontos/calorias.
Na hora de fazer a sua própria comida, você controla melhor as doses de sal, os temperos, a lavagem dos alimentos e, óbvio, a qualidade desses alimentos também. O problema é que algumas pessoas acabam beliscando enquanto cozinham, fazendo petiscos, tomando vinho e por aí vai. Eis uma forma simples de engordar sem perceber.
Só para você ter ideia, alguns amendoins, pedacinhos de queijo e uma taça de vinho já são capazes de adicionar entre 300 e 500 calorias à sua dieta diária. Para quem busca perder peso, essa é uma grande cilada.
Se você está com muita fome na hora de preparar a sua comida, experimente fazer petiscos mais naturais, como rodelas de pepino com cenoura e limão. Se quiser muito comer castanhas, por exemplo, diminua a quantidade de óleo e azeite na hora de preparar a refeição.
É comum que pessoas que querem emagrecer acabem trocando o pão e o arroz brancos pelas versões integrais e que, além de tudo, ingiram linhaça, quinoa e outras fontes de uma alimentação saudável. Não há nada de errado nisso, exceto pelo pequeno grande erro que nos faz pensar que, se o alimento é saudável, ele pode ser ingerido em qualquer quantidade.
O pão integral, assim como o branco, também tem calorias. E ainda é um carboidrato. A diferença entre o carboidrato simples (pão branco, arroz branco etc.) e o complexo, feito de farelos integrais, é o tempo de digestão e de conversão em açúcar – sim, é basicamente isso que o carboidrato vira em nosso corpo: açúcar.
O pão branco vai fazer com que você sinta fome de novo mais rapidamente, além de poder provocar aquele desejo por “uma coisinha doce”. O pão integral vai ajudar seu intestino a funcionar melhor e, por ser um carboidrato complexo, vai ser digerido mais lentamente. Mas isso não significa que só porque o pão é integral você pode comer o quanto quiser. De novo, é uma questão matemática.
Para uma pessoa que não faz muitas atividades físicas e passa muito tempo sentada em uma sala de aula ou em um escritório, o ideal é que, no almoço, ela coma o equivalente a meio copo de carboidratos complexos. Além disso, o prato deve ser composto por proteínas magras e porções maiores de folhas e vegetais. Tornar legumes e vegetais a “principal atração” do seu prato vai ajudar você a perder peso.
Se está difícil emagrecer, cortar o queijo da sua alimentação por 1 mês, como uma espécie de teste, talvez seja o que você precisava fazer para entender que até esse alimento aparentemente inocente pode ser o grande vilão da sua dieta.
Colocar queijo na torrada, na sopa, no macarrão, na bolacha salgada, na salada, em cima do arroz e em receitas que poderiam muito bem sobreviver sem o ingrediente famoso pode ser o grande problema da sua dieta. Para 30 gramas de um queijo tradicional, seis gramas são de gordura total e apenas quatro, de proteína.
Se você não imagina uma vida sem queijo, pelo menos diminua o uso do delicioso ingrediente. Trocar o queijo amarelo por algum branco também já é um grande negócio.
Quem tem o costume de almoçar fora acaba comendo um “docinho” depois do almoço mais frequentemente, sem nem perceber que ali estão muitas calorias vazias, sem porções de nutrientes e que vão se transformar em gordura.
Um bombom de chocolate pode ter mais de 300 calorias. Idem para um brigadeiro. Agora, quando a sobremesa é um sorvete, um pedaço de bolo com calda ou uma fatia generosa de pudim de leite condensado, a situação se agrava.
De acordo com a nutricionista Cynthia Sass, que escreveu o artigo para a Time, a vontade de alguma coisa doce geralmente tem alguma ligação emocional, e é preciso tratar essas questões de outra maneira, não com comida. O “docinho” depois do almoço ou da janta nos dá aquela sensação de recompensa, de vitória, que geralmente justificamos com “ah, eu mereço”.
O ideal é deixar a sobremesa para dias especiais, como nos fins de semana. Nessas ocasiões, opte por pedaços pequenos de chocolate amargo ou frutas. Quando comer algo mais calórico, tente diminuir a quantidade de carboidratos do almoço ou do jantar, para equilibrar as calorias.
E aí, você já tinha pensado nessas questões antes? Se quiser perder peso, talvez possa colocar em prática essas dicas. Lembramos também que é sempre melhor contar com a ajuda de um médico endocrinologista, que poderá avaliar seu caso especificamente, e de um nutricionista, que o ajudará a elaborar uma dieta que funcione para você.
*Publicado em 03/07/2015