Ciência
05/01/2015 às 08:11•3 min de leitura
Dinossauros são animais fascinantes para a maioria das pessoas. Talvez isso se deva ao fato de não sabermos tudo sobre eles, não ter termos vivido na mesma época, de trazerem um enigma que precisa ser desvendado, entre outras coisas. Isso acaba sendo instigante e fazendo com que mais pessoas gostem desses bichos extintos há milhões de anos.
Existem algumas espécies muito famosas, como o tiranossauro rex, o pterodáctilo, o triceratops, entre outras. Porém, existem outras que não são muito exploradas e, mesmo assim, são tão fantásticas quanto as mais comuns. É o caso do braquiossauro. E então, você já sabe de que dinossauro nós estamos falando? Não... Então descubra conosco!
Os braquiossauros viveram há cerca de 150.800.000 anos, durante o Período Jurássico tardio. Seu nome significa "lagarto braço" por causa da sua maior característica: eles tinham os seus membros dianteiros — ou seja, os braços — bem maiores do que seus membros traseiros — entenda como os pés.
Outra coisa que caracteriza esse tipo de dinossauro é o seu pescoço muito longo que faz com que ele se assemelhe a uma girafa. Os paleontólogos acreditaram por muitos anos que essa era a maior espécie de saurópode já existente. Hoje em dia, porém, existem provas de que outros animais eram bem maiores e mais pesados do que ele.
Tentando achar mais fósseis para o esqueleto do seu brontossauro, o paleontólogo Othniel Marsh descobriu, em 1883, o primeiro crânio de um braquiossauro no Colorado, Estados Unidos. Ele sabia que o osso encontrado não era o que procurava, mas o guardou para que pudesse ser estudado e, posteriormente, ser classificado.
Em 1900, na mesma região, Elmer Riggs achou o primeiro esqueleto parcial de uma espécie até então desconhecida. Ele nomeou como Brachiosaurus três anos depois de sua descoberta. Então, em 1998, paleontólogos associaram o crânio encontrado por Marsh à espécie recém-vista. E foi assim que começaram os estudos sobre ela.
Depois disso, muitos outros restos mortais do tal dinossauro que se assemelhava a uma girafa foram encontrados em vários locais, principalmente na América do Norte. Utah, Oklahoma, Wyoming e Colorado são os estados norte-americanos nos quais existe uma grande probabilidade de se encontrar fósseis de braquiossauros.
Como dissemos anteriormente, o braquiossauro tinha duas características marcantes em seu corpo. A primeira delas eram as longas patas dianteiras, bem maiores do que as traseiras. Os paleontólogos acreditam que eles não conseguiam se elevar sobre os membros inferiores — como foi apresentado no filme "Jurassic Park".
Além disso, o seu pescoço era gigantesco, fazendo com que ele tivesse uma incrível semelhança com a girafa. O paleontólogo Heinrich Mallison argumentou em um artigo publicado na "Biologia dos Dinossauros Saurópodes" que essa espécie tinha muito menos energia do que as outras por causa dessas características.
Outra coisa muito interessante sobre os braquiossauros é a temperatura de seu corpo. Pesquisadores calcularam, em 2011, através da medição dos índices de isótopos, que esses bichos tinham cerca de 45º C em seus corpos. Por isso, foram classificados como um animal de sangue quente, bem como outros saurópodes.
Acredita-se que a espécie tinha cerca de 25 metros de comprimento, embora ele pudesse ser ainda maior, já que os fósseis analisados vieram a partir de amostrar de animais que não estavam totalmente desenvolvidos. Os pesquisadores não conseguiram, então, chegar a uma altura exata de um braquiossauro adulto.
Muitas pesquisas foram feitas e, de acordo com um estudo publicado na revista PLOS Biology, em 2014, o animal dessa espécie poderia pesar entre 56 a 62 toneladas aproximadamente, levando-se em consideração a altura e todas as características obtidas até então sobre os braquiossauros e todo o seu estilo de vida.
Alguns paleontólogos acreditam que esse dinossauro vivia na água, principalmente por causa da sua narina que estava localizada no topo da sua cabeça. Outros dizem que, por causa das bolsas de ar encontradas em seu corpo, eles seriam bastante instáveis se ficassem em águas profundas, e tudo isso gera muito debate entre os especialistas.
Um estudo de 2014 publicado no Journal of Theoretical Biology afirmou que os braquiossauros e outros saurópodes preferiam terra plana e precisavam escalar montanhas e fazer longas caminhadas para gastar energia, segundo David Wilkinson, biológo da Liverpool John Moores University, no Reino Unido. E é nisso que os pesquisadores têm acreditado até agora.
Várias pesquisas e estudos sobre a alimentação dessa espécie de dinossauros foram feitos e um deles foi publicado, em 2008, na Proceeding of the Royal Society B, mostrando que os saurópodes adultos, incluindo os braquiossauros, se alimentavam principalmente de árvores coníferas, gingkoes e cicadáceas. Ou seja, eles eram herbívoros.
Essa mesma análise concluiu que esses animais tinham que comer aproximadamente 400 quilos de vegetação seca todos os dias para ter energia suficiente em seus corpos gigantes. Os seus dentes tinham o formato ideal — na forma de uma colher — para remover as folhas sem quebrar grandes pedaços de plantas.
Com o passar do tempo — e à medida que a vegetação de uma área específica ia ficando mais escassa — os braquiossauros costumavam viajar em grupos para outras áreas nas quais pudessem encontrar plantas em abundância. Assim sendo, se descobriu que esses dinossauros costumavam vivem em bandos para se defenderem o tempo todo.
Suas unhas afiadas faziam com que os dinossauros carnívoros mantivessem certa distância dos braquiossauros. Mas eles tinham tempo para se afastar: eles avistavam os predadores a muitos quilômetros de distância (graças à sua altura) e fugiam, já que não eram muito rápidos, se deslocavam de 19 a 31 quilômetros por hora.