Ciência
17/02/2014 às 07:33•3 min de leitura
Não há como negar que os esportes fazem parte do nosso dia a dia. Cada um de nós tem suas preferências, mas desde os tempos da escola aprendemos a cobrar pênaltis, fazer cestas e dar manchetes. Só que você já imaginou como seria se, em vez de modalidades como futebol, basquete e vôlei, nossa cultura promovesse esportes extremamente violentos e até mesmo mortais?!
De acordo com o site ListVerse – que listou algumas das modalidades mais perigosas da antiguidade –, os esportes modernos que conhecemos hoje têm cerca de cem anos de história. Mas não podemos nos esquecer de que antigas civilizações também criaram maneiras de se divertir, mesmo que isso significasse alguns praticantes machucados ou jogadores a menos no final da partida...
Conheça alguns desses antigos esportes extremamente perigosos abaixo:
Reencenação de uma partida de pitz. Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons
Reunindo aspectos culturais e religiosos, o pitz – como ficou conhecido entre os maias – é um dos jogos mais antigos na história da humanidade. Os especialistas acreditam que a modalidade tenha surgido cerca de 2.500 anos antes de Cristo, sendo que suas regras foram mudando com o passar do tempo.
Originalmente, o jogo utilizava uma bola, raquetes e um aro que servia como gol. Porém, não podemos esquecer que a modalidade ia muito além dos esportes, o que fazia com que os maias utilizassem a quadra destinada ao pitz para resolver disputas com seus inimigos, além de reencenar importantes mitos que faziam parte da cultura.
Nesse sentido, sacrifícios humanos eram comuns e faziam parte da brincadeira. Em geral, o capitão da equipe perdedora era decapitado logo após a partida, mesmo que os jogos fossem um ritual elaborado, cujo fim, em geral, era predeterminado.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons
Embora a justa fosse tradicionalmente uma modalidade que surgiu na Idade Média e consistia na luta entre dois cavaleiros armados, o mesmo nome foi usado para descrever o esporte praticado entre pescadores menos abastados da região do rio Nilo, no Egito.
Em barcos feitos de papiro, dois times eram formados, e o o objetivo era usar os pés e as mãos para virar a embarcação do adversário e sair vitorioso. Acredita-se que esse jogo era utilizado para resolver disputas territoriais.
Além de ser violenta por si só, a partida costumava acabar com um grande número de jogadores mortos porque muitos deles simplesmente não sabiam nadar e se afogavam assim que caíam na água. Ainda havia o risco de ser abocanhado por hipopótamos e crocodilos que ficavam nas águas ao redor para atacar os participantes mais fracos. Após encontrar antigas representações de pescadores, os especialistas passaram a acreditar que também havia um aspecto religioso na modalidade, já que as imagens mostravam uma espécie de corrida para ver quem entregaria as oferendas aos deuses primeiro, sugerindo que as disputas aconteciam no meio do caminho.
Fonte da imagem: Reprodução/Hawaii Boarding Company
O he’ehölua – que significa “esqui de trenó” na língua local – é um esporte que se originou nas ilhas do Havaí há mais de 2.000 anos. O praticante da modalidade precisava fazer uma perigosa escalada na lateral de um vulcão até chegar ao topo. Durante o trajeto, o esquiador (ou o grupo de esquiadores) carregava um trenó feito de madeira e fibras de coco.
Lá em cima, o praticante poderia escolher se desceria deitado com a barriga no trenó ou ficaria em pé no carrinho. Era comum que o esquiador alcançasse cerca de 80 km/h durante a descida, lembrando que não havia qualquer tipo de equipamento de segurança nessa época.
Acredita-se que as corridas feitas entre os praticantes eram um tributo à Pele, a deusa havaiana do fogo e dos vulcões. No século 19, missionários cristãos impediram a prática por ser perigosa, além de considerarem uma perda de tempo. Atualmente, os nativos que buscam uma conexão com suas heranças têm retomado a modalidade.
Fonte da imagem: Reprodução/Flavio Bolla
Menos conhecidas dos que as disputas entre gladiadores, as naumaquias eram uma espécie de batalha naval sangrenta que acontecia em frente a uma plateia de curiosos. Em geral, os lutadores eram criminosos que enfrentavam uns aos outros em diques construídos especialmente para esse propósito.
Os registros mais antigos apontam que o imperador romano Júlio César foi o primeiro a promover uma naumaquia em 46 antes de Cristo para celebrar suas conquistas militares em uma espécie de ritual de triunfo.
Basicamente, o jogo consistia em dois barcos colocados de cada lado, cada um deles repleto de participantes. A partida só acabava quando um dos barcos tivesse aniquilado completamente os jogadores adversários. As naumaquias mais elaboradas contavam com animais selvagens colocados nas águas ao redor dos barcos. A maior naumaquia já realizada foi promovida pelo imperador Cláudio em 52, tendo reunido cem barcos com mais de 19 mil homens se enfrentando.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons
Um dos primeiros esportes a surgir no que hoje conhecemos como os Estados Unidos foi o chunky. A modalidade se desenvolveu por volta da década de 600 na cidade de Cahokia, próximo ao atual Missouri. Embora a disputa mais comum fosse um contra um, o jogo aceitava qualquer número de participantes divididos em dois times.
O jogo consistia em rolar um pequeno disco de pedra para que o time adversário atirasse lanças onde eles acreditassem que o disco pararia. O esporte se espalhou ao redor do país e acredita-se que tenha sido um elemento importante para reunir diferentes tribos. Com o passar do tempo, cada tribo desenvolveu suas regras, mas a essência do jogo permaneceu a mesma.
Embora a modalidade não oferecesse nenhum risco por si só, ela estava diretamente relacionada às apostas. Por esse motivo, era comum que os perdedores cometessem suicídio em alguns casos, em geral, por desespero de terem perdido todas as suas posses.