Artes/cultura
17/11/2014 às 07:15•2 min de leitura
No evento de que o nosso planeta passe por uma hecatombe nuclear, você acha que estaria preparado para sobreviver ao caos que se instauraria? Pois, caso você tenha por volta de US$ 3 milhões dando sopa, é possível comprar um espacinho em um condomínio de luxo à prova do “Fim do Mundo”! Que tal?
De acordo com Liz Moyer do The Wall Street Journal, o primeiro complexo desse tipo foi construído próximo à cidade de Concórdia, no Kansas, e o sucesso foi tão grande que, depois do lançamento em dezembro de 2012, todos os apartamentos foram vendidos em um ano. Atualmente, mais um condomínio está sendo construído, e existe a possibilidade de que mais unidades sejam lançadas no Texas e em outros estados.
Os complexos são construídos em antigos silos para mísseis nucleares capazes de suportar o ataque direto de bombas nucleares. Essas estruturas contam com mais de 50 metros de profundidade e 15 metros de largura, e cada pavimento possui uma área útil de aproximadamente 170 metros quadrados — oferecendo a possibilidade de que apenas um apartamento ocupe todo o andar ou que a área seja divida em duas unidades.
Para que os ocupantes se sintam menos claustrofóbicos, os apartamentos contam com 2,74 metros, iluminação que imita a luz natural e, no lugar de janelas, as unidades possuem telas de vídeo que exibem desde paisagens naturais a cenários urbanos — à escolha do morador. Além disso, o complexo oferece spa, biblioteca, loja de conveniência, teatro, salas de aula, academia, dependências médicas e permite que os moradores possam ter animais de estimação.
No nível térreo, os condomínios podem ser selados por meio de duas portas blindadas pesando mais de 720 quilos cada uma, e os complexos contam com estruturas sofisticadas para o tratamento de água e purificação do ar, câmeras de segurança internas e externas, uma avançada rede de computadores de última tecnologia e vários geradores alternativos de energia.
E mais: os condomínios contam com sistemas de aquicultura e alguns alimentos poderão ser cultivados localmente através de hortas hidropônicas, existindo um estoque de comidas desidratadas e congeladas suficiente para manter os residentes bem alimentados durante 5 anos. Os desenvolvedores inclusive criaram um espaço para abrigar ocupantes problemáticos.
Chamado Survival Condo, cada complexo pode acomodar até 75 pessoas e, além dos confortáveis apartamentos e demais facilidades, em caso de emergência, o condomínio ainda oferece transporte blindado aos proprietários do aeroporto — ou de qualquer local dentro de um perímetro de 645 quilômetros —, assim como serviço armado de “portaria”.
Um dos compradores — um empresário do ramo de tabaco que não quis ser identificado — pagou US$ 12 milhões (perto de R$ 32 milhões) por quatro andares completos. Segundo os desenvolvedores, a ideia era ter espaço suficiente para acomodar a família inteira e uns amigos no caso de que o apocalipse aconteça. O empresário também contratou um decorador para enfeitar os apartamentos com mais janelas, lareiras e mobília requintada.
Empreendimentos desse tipo estão focados em cidadãos endinheirados que se sentem ameaçados. Segundo os desenvolvedores, essa fatia de mercado cresceu bastante nos últimos anos — especialmente depois dos ataques terroristas de 11 de setembro em 2001 —, e o medo pela segurança vem sendo alimentado pela ameaça de epidemias mortais, pelo fortalecimento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante e pela crise econômica mundial.