Artes/cultura
04/07/2013 às 10:31•2 min de leitura
O uso de células-tronco para a regeneração de órgãos e possível cura de algumas doenças está sendo cada vez mais estudado por cientistas, que estimam um futuro promissor para a resolução de muitos males.
Em um novo experimento, pesquisadores japoneses — da Universidade da Cidade de Yokohama — conseguiram criar, a partir de células-tronco humanas reprogamadas, “brotos” de fígados em fase inicial de desenvolvimento, que foram transplantados com sucesso em camundongos e se tornaram órgãos funcionais. Nos seres humanos, esse conjunto de células é formado logo no início da gestação, entre a quinta e sexta semana.
De acordo com informações da revista Nature, os cientistas trabalharam com células-tronco de pluripotência induzida (iPS), que foram criadas a partir da reprogramação de células adultas, sendo mais versáteis do que as embrionárias. Isso porque elas têm uma melhor capacidade de se diferenciar nos tecidos e nas células, adaptando-se a cada órgão.
Cultura dos brotos hepáticos Fonte da imagem: Reprodução/Ars Technica - Takanori Takebe
Dessa forma, quando elas foram implantadas nos ratos como um broto hepático, elas se integraram para se transformar em um fígado completo. Para chegar a esse aglomerado de células em que se formou o pequeno fígado, os cientistas coletaram células comuns do órgão, as quais foram misturadas com células mesenquimais retiradas da medula óssea, além de uma parte derivada de vasos sanguíneos.
Esse conjunto de células foi colocado em cultura e formou estruturas tridimensionais com genes muito semelhantes aos observados em um desenvolvimento inicial normal do fígado. Após três dias do transplante nos ratos, os especialistas confirmaram que as células já haviam se integrado com o fornecimento de sangue e começaram a se proliferar. Essa reação continuou por até dois meses, se tornando vascularizado e cada vez mais similar a um fígado adulto.
Segundo o site Ars Technica, a descoberta sugere que o uso de células-tronco de várias fontes para recriar um órgão embrionário (que irá se desenvolver dentro de um adulto) é muito promissor. Porém, ainda existem muitos desafios para se vencer antes de se colocar em prática essa técnica em humanos, pois a utilização de três fontes diferentes de células significa que existem três fontes potenciais de problemas de rejeição.