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25/01/2018 às 04:00•2 min de leitura
Um OGM — ou organismo geneticamente modificado — é aquele que passa por alterações genéticas para que determinadas qualidades, como coloração, peso ou tamanho, sejam favorecidas sobre outras. Contudo, nem todo organismo que passa por essas modificações é um transgênico, embora todo transgênico seja um OGM. Calma... já vamos explicar!
Basicamente, um organismo transgênico é criado através da introdução de material genético de outros organismos — e até de seres vivos de espécies diferentes — para que ele passe a apresentar características específicas.
Já um organismo geneticamente modificado passa por alterações para que determinadas características passem a ser expressadas — ou simplesmente desapareçam. Isso ocorre, por exemplo, quando os cientistas fazem com que os ratinhos de laboratório produzam mais uma enzima do que outra ou os tornam imunes a alguma doença, mas sem inserir material genético de outros animais em seu genoma.
Não pense que os organismos geneticamente modificados começaram a existir recentemente. Em realidade, eles existem há milhares de anos, e prova disso foi a descoberta de que diversas variedades de batatas-doces sofreram pequenos “ajustes” genéticos há 8 mil anos pela ação de bactérias — dos quais os nossos ancestrais tiraram proveito para cultivar versões comestíveis dessas raízes.
De acordo com cientistas do Centro Internacional da Batata — sim, esse é o nome da instituição! —, localizado em Lima, no Peru, genes de bactérias foram encontrados em 291 variedades de batata-doce de diversas partes do mundo.
A descoberta sugere que os microrganismos introduziram novos genes no material genético de uma versão selvagem do alimento e que os humanos perceberam que isso o tornava comestível. Assim, nossos ancestrais começaram a cultivar a batata-doce transgênica, e a modificação genética acabou “sobrevivendo” — e se espalhando pelo planeta.
Você já deve ter ouvido falar do Silo Global de Sementes de Svalbard, localizado na Noruega, não é mesmo? Ele foi projetado para armazenar sementes de todas as variedades de planta que existem no planeta para que, no caso de alguma tragédia de escala global acontecer, seja possível reconstruir a nossa flora.
Acontece que os cientistas responsáveis pelo projeto não se ocupam em simplesmente estocar sementinhas. Muitas pesquisas são conduzidas no silo, e várias estão focadas em desenvolver espécies de plantas que sejam mais resistentes do que as atuais para que elas possam ter mais chances de sobreviver às mais variadas condições.
Embora exista muito preconceito com respeito aos organismos modificados geneticamente, a verdade é que, em alguns casos, as alterações foram introduzidas para diminuir o impacto ambiental associado a esses seres vivos. No caso das plantas, por exemplo, diversas variedades tiveram o seu DNA “editado” de forma que elas sejam mais resistentes às pragas e dispensem o uso de pesticidas.
Além disso, outras variedades foram modificadas para se tornarem mais resilientes e, dessa forma, sofram menos em determinadas condições climáticas. Além disso, os pesquisadores também já conseguiram aumentar a produção de determinados cultivos significativamente graças às alterações genéticas.
*Publicado em 2/3/2016