Ciência
18/12/2018 às 08:00•3 min de leitura
Quando se pensa em gravidade (ou gravitação), lembramos rapidamente da lendária história de Isaac Newton observando uma maçã caindo, o que poderia ter lhe dado a conclusão que ele desejava para a sua teoria. E, como sabemos, a gravidade está em tudo, agindo em todos os seus aspectos, que podem ser bem diferentes em outras partes do universo.
Como você também já deve ter estudado nas suas aulas de física, a gravitação é o fenômeno natural pelo qual todos os corpos físicos se atraem entre si. Mas você sabe quando os físicos, filósofos e matemáticos começaram a observá-la?
A discussão sobre a teoria gravitacional começou com o trabalho de Galileu Galilei no final do século 16 e início do 17. Mas foi com a formulação da teoria da gravidade de Isaac Newton, em 1687, que a força universal foi finalmente esclarecida.
Fonte da imagem: Reprodução/Sci-Fi Future Fact Fiction
Em sua obra “Princípios Matemáticos da Filosofia Natural” (ou simplesmente Principia), Newton publicou: "Todos os objetos no Universo atraem todos os outros com uma força direcionada ao longo da linha que passa pelos centros dos dois objetos, e que é proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da separação entre os dois objetos".
Mas a gravidade é muito mais do que objetos se atraindo. Confira abaixo alguns fatos estranhos sobre esta força universal, de acordo com o que o pessoal do Live Science mostrou baseado em reconhecidas pesquisas mundiais.
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A gravidade pode ser muito consistente na Terra, mas a nossa percepção sobre ela não é. De acordo com uma pesquisa publicada em abril de 2011 na revista PLoS ONE, as pessoas são melhores em julgar como os objetos caem quando elas estão sentadas na vertical em vez de deitadas de lado.
A descoberta significa que a nossa percepção pode ser menor com base em sugestões visuais da real direção da gravitação, sendo mais enraizada na orientação do corpo. As descobertas podem levar a novas estratégias para ajudar os astronautas a lidar com microgravidade no espaço.
Astronauta Mike Fincke brinca com laranjas na Estação Espacial Internacional Fonte da imagem: Reprodução/NASA
Você acha que Sandra Bullock não sofreu na sua descida para a Terra no filme “Gravidade”? Brincadeiras à parte, o fato é que a ação de retornar ao planeta não é nada fácil para o corpo dos astronautas.
A experiência das viagens espaciais tem mostrado que a troca da situação da ausência de peso para a gravidade da Terra pode ser difícil para o corpo. Na ausência de gravidade, os músculos e ossos atrofiam e do mesmo modo perdem massa óssea. Segundo a NASA, os astronautas podem perder até um por cento da sua massa óssea por mês no espaço.
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Quando os astronautas voltam para a Terra, seus corpos e mentes precisam de tempo para se recuperar. A pressão arterial, que se manteve equilibrada no espaço, tem que voltar a um padrão “terrestre” em que o coração tem que trabalhar duro para manter o cérebro alimentado com sangue.
Ocasionalmente, os astronautas sofrem com essa adaptação. Em 2006, o astronauta Heidemarie Stefanyshyn-Piper sofreu um colapso em uma cerimônia de boas-vindas um dia depois de voltar de uma missão para a Estação Espacial Internacional.
O reajuste mental pode ser ainda mais complicado. Em 1973, o astronauta Jack Lousma disse a revista Time que ele acidentalmente quebrou uma garrafa de loção pós-barba em seus primeiros dias de volta de uma temporada de um mês no espaço. Ele largou a garrafa no ar, esquecendo-se que ela cairia no chão em vez de apenas flutuar.
Fonte da imagem: Reprodução/NASA
Plutão pode não ser mais um planeta, mas ainda é uma boa aposta para quem ficar mais leve. Quer um exemplo? Uma pessoa de 68 quilos pesaria pouco mais de quatro quilos e meio nesse planeta anão. Já o planeta com a gravidade mais “esmagadora” é Júpiter, onde uma pessoa com o mesmo peso acima teria a sensação de pesar cerca de 160 quilos!
E como ficaria em Marte, o planeta mais querido pelas investigações espaciais? Também é uma boa para quem deseja se sentir mais leve e ágil, pois a atração gravitacional de Marte é de apenas 38% a da Terra, ou seja, uma pessoa de 68 quilos iria sentir como se pesasse cerca de 26 quilos. Tá bom para você?
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Mesmo na Terra, a gravidade não é inteiramente uniforme. Pelo fato de o mundo não ser uma esfera perfeita, sua massa é distribuída de forma desigual. E massa desigual significa gravidade ligeiramente irregular.
Um caso para ilustrar essa situação acontece na Hudson Bay, no Canadá. Nessa área, a gravidade é menor do que nas outras regiões, e um estudo de 2007 concluiu que as geleiras que derreteram são responsáveis por essa alteração. Segundo uma pesquisa, o derretimento da grossa camada de gelo que encobria a região foi a principal causa.
Como a gravidade sobre uma área é proporcional à massa sobre aquela região, e a marca glacial deixou de lado um pouco de massa da Terra, a gravidade é um pouco menor na camada do lençol de gelo.
Com isso, a ligeira deformação da crosta explica cerca de 25 a 45% da baixa gravidade incomum do local. O resto pode ser explicado por um empuxo para baixo causado pelo o movimento do magma no manto da Terra (a camada logo abaixo da crosta).
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Você sabia que bactérias nocivas podem ficar ainda mais fortes sem o efeito da gravidade? Essas são más notícias para os astronautas.
Um estudo de 2007, publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências, descobriu que a salmonela — a bactéria que comumente causa intoxicação alimentar — torna-se três vezes mais agressiva em microgravidade. Entre outras conclusões, a pesquisa mostrou que ratos alimentados com a salmonela sem gravidade ficaram doentes mais rapidamente.