Estilo de vida
26/12/2016 às 07:37•4 min de leitura
Você consegue imaginar um mundo sem cédulas, moedas, caixas eletrônicos — e até sem o acesso aos bancos por meio da internet? Pois nem sempre tivemos tanta facilidade, tecnologia e inclusive segurança ao nosso dispor. Assim, da troca de mercadorias, passando pelo surgimento de unidades monetárias, que tal conferir uma breve história da evolução do sistema bancário?
Na Antiguidade, há milhares de anos, antes que existisse “dinheiro”, seja na forma de moedas, cédulas ou documentos que acertassem determinado crédito, as transações comerciais ocorriam por meio da troca de mercadorias — ou o famoso escambo.
Esse método era mais que suficiente para as culturas de então. No entanto, conforme as sociedades foram evoluindo e se tornando mais complexas, surgiu a necessidade de que se desenvolvesse um sistema mais eficiente e estável para as negociações.
Foi assim que surgiu o conceito de “moeda”, ou seja, de algo cujo valor estivesse baseado — e equivalesse — ao custo do material a partir do qual ele tivesse sido produzido. A partir de então, as moedas entraram em circulação e revolucionaram a forma como o comércio era realizado pelo mundo.
A primeira variedade de moeda surgiu na Mesopotâmia por volta do ano 3 mil a.C. Chamada shekel, essa unidade monetária também servia de unidade de medida e era usada tanto para determinar o peso da cevada (cada shekel correspondia a pouco mais de 11 gramas ou aproximadamente 180 grãos do cereal), como o equivalente em peso de determinados metais, como o cobre e o bronze, por exemplo.
Série de antigos pesos babilônios que iam de 1 mina — outra unidade de medida — a 3 shekels
Os mesopotâmios se apoiaram nesse sistema para desenvolver sua economia — e os babilônios, assim como outras cidades-estados da época, também se inspiraram nele para elaborar uma porção de conceitos, como o de empréstimo, dívida, de contrato legal, práticas comerciais e de propriedade privada.
Depois disso, por volta do ano de 700 a.C., surgiram as primeiras moedas de prata, na Grécia, e as de ouro, perto de 390 a.C., na Macedônia — e essas inclusive já vinham com figuras cunhadas em uma de suas faces! Já as primeiras cédulas de papel começaram a ser usadas na China, durante a Dinastia Song, lá no comecinho do século 7.
Cédula chinesa da Dinastia Ming
O curioso é que o conceito de “banco” surgiu antes mesmo das moedas. Também originário da Mesopotâmia, a ideia surgiu a partir dos antigos palácios reais e templos religiosos que ofereciam um local de depósito seguro para os grãos e outras mercadorias.
Os mesopotâmios mantinham tudo sob controle por meio de recibos e documentos que serviam de registro para as transações. Não demorou até que casas privadas se envolvessem nesse tipo de operação e que uma série de leis fossem elaboradas para regulamentar a atividade. O interessante é que no Antigo Egito a centralização das colheitas em armazéns que pertenciam ao Estado também levou ao desenvolvimento de um sistema bancário parecido.
Na terra dos faraós, quem “depositasse” suas mercadorias nos armazéns reais recebia um comprovante da transação que registrava o valor daquilo que havia sido deixado em poder do Estado. Já para as negociações militares e internacionais, o comum era que as operações fossem feitas com metais preciosos — e na época da Roma Antiga o uso de grãos acabou sendo completamente substituído pelo de metais.
Na verdade, o desenvolvimento da civilização humana está extremamente ligado ao surgimento dos sistemas bancários. E, com o decorrer do tempo e o aumento do comércio pelo mundo, as moedas foram passando por uma padronização e novas formas de lidar com as unidades monetárias estrangeiras foram sendo estabelecidas — dando origem também às casas de câmbio.
Com o declínio do Império Romano, os sistemas bancários praticamente desapareceram em meio às invasões bárbaras. O caos que se instalou mergulhou a Europa em um período conhecido como Idade das Trevas — e foram necessários vários séculos até que a economia e o comércio voltassem a se estabilizar.
Então, durante a Idade Média e início da Renascença, conforme o comércio internacional voltava a ganhar força, a necessidade de armazenar e transferir dinheiro também ressurgiu. Assim, diversos serviços financeiros começaram a aparecer, primeiramente na Itália — o registro histórico mais antigo que existe é do ano de 1156 e se refere ao pagamento de um empréstimo que dois genoveses fizeram a agentes bancários em Constantinopla.
Foi durante a Idade Média que os bancos começaram a surgir por várias partes da Europa, especialmente na França e Inglaterra. Além do comércio, outro grande motivador para o seu aparecimento foram as Cruzadas.
As batalhas travadas em terras estrangeiras deram origem à necessidade de que somas de dinheiro fossem transferidas para a obtenção de equipamentos e suprimentos — e os Cavaleiros Templários, inspirados no modelo bancário desenvolvido pelos italianos, criaram uma das organizações financeiras mais poderosas da era medieval.
Uma curiosidade interessante é que, como a cobrança de juros pelos empréstimos realizados era proibida pela Igreja, já que ela configurava o pecado de usura, as operações bancárias eram quase que exclusivamente conduzidas pela comunidade judaica, que não tinha restrições religiosas para esse tipo de atividade. Mas os juros eram uma importante parte do processo, então...
Mais tarde, no século 16, a Reforma Protestante derrubou aquela regrinha “boba” das cobranças de juros, marcando a divisão entre o modelo anterior, largamente controlado por instituições religiosas, e o nascimento do capitalismo. De lá para cá, os sistemas bancários passaram por uma imensa modernização, e os banqueiros do passado certamente se espantariam com as facilidades das quais dispomos hoje em dia.
Imagine os antigos mesopotâmios, os templários ou os antigos banqueiros judeus descobrindo que nós sequer precisamos ir até as agências para realizar a maior parte de nossas operações, que vivemos em um mundo interligado financeiramente e que estamos caminhando para um futuro no qual o dinheiro físico será aposentado, dando lugar a moedas virtuais!
Além disso, os avanços em segurança e o surgimento de tecnologias inovadoras não param de acontecer, e uma instituição que está constantemente investindo em novas ferramentas é o Santander. Neste mês mesmo, o banco deu início à sua primeira maratona de desenvolvimento de soluções, chamada “The Code Force”, que conta com três etapas.
Você pode conferir todos os detalhes do evento neste link, mas, basicamente, a iniciativa tem como propósito estimular e reunir novas ideias de desenvolvedores, designers, especialistas em finanças e em negócios, e já selecionou quatro times finalistas que seguirão para a próxima fase da competição.
As equipes estão focadas no desenvolvimento de projetos relacionados com moedas virtuais e soluções para facilitar a vida de clientes e comerciantes na hora de fazer e receber pagamentos. Além disso, os grupos também estão trabalhando em projetos financeiros que envolvam a Internet das Coisas e o aprendizado de máquina.
Os vencedores serão anunciados em janeiro e vão receber patrocínio de R$ 25 mil para viabilizar seu projeto, além da possibilidade de serem contratados pelo próprio banco ou serem seus fornecedores. Quer saber mais sobre as equipes e os projetos que elas apresentaram? Não deixe de visitar o site para descobrir como essa turminha planeja tornar a sua vida financeira melhor e mais segura.
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* Este é um publieditorial patrocinado pelo Santander.