10 coisas que você possivelmente não sabe sobre os oceanos

10/06/2019 às 08:014 min de leitura

Os oceanos são conhecidos não somente por ocuparem a maior parte da superfície do planeta — eles cobrem 70% dela! —, mas também por hospedarem a maior quantidade de vida não-explorada. Matéria-prima do imaginário de muitas lendas e palco de inúmeras produções cinematográficas, ainda há muito a se descobrir sobre os nossos mares. Veja a seguir uma lista com 10 curiosidades não tão populares sobre eles:

1 – Eles não são, de fato, azuis

Já se perguntou o porquê de a água do mar não ser azul quando a colocamos em uma garrafa pet? O fato de os oceanos terem essa coloração se deve ao Sol, em especial à incidência de luz sobre a superfície da água. Os comprimentos de onda mais claros, como o vermelho e o laranja, são absorvidos mais rápido pela superfície, enquanto os comprimentos de onda azuis entram mais fundo no mar. Isso faz com que a coloração azulada predomine sobre os demais tons.

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Mais próximo de algumas ilhas e praias, a tonalidade tende a se tornar esverdeada. Isso porque nessas regiões é comum a existência de flora marinha composta de pigmentos amarelados, como algas e bactérias, os quais modificam a equação final: azul + amarelo = verde. Quanto à garrafa pet, a água não aparece azul porque não há moléculas suficientes para absorver a luz.

2 – A Internet depende deles

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Estamos frequentemente habituados a enxergar os limites da infraestrutura da internet até onde os cabos do nosso provedor saem da parede. Mas há muito, muito mais por trás disso. Seus streams do Spotify, os últimos vídeos assistidos no YouTube ou sua compra recente na Amazon provavelmente trafegaram por cabos estendidos ao longo de milhares de quilômetros no fundo dos oceanos. Sem essa mega conexão intercontinental subaquática, a internet que conhecemos não seria possível.

3 – Existem rios e lagos abaixo da superfície

Em lugares onde há acúmulo de crostas de sal debaixo do solo oceânico, a água atua como agente perfurador, aos poucos abrindo buracos e dissolvendo o sal das mesmas. A água extremamente salgada se acumula no fundo por ser mais densa que a do redor, formando rios ou lagos nitidamente divididos. Alguns deles são tão parecidos com rios de verdade que têm margens, correntes e até ondas. Confira um lago submerso a seguir:

Nesses ambientes é comum a presença de enormes quantidades de mexilhões e pequenos crustáceos adaptados que se alimentam de bactérias extremófilas, dada a inexistência de luz em locais tão profundos. As bactérias, por sua vez, convertem o metano da água salgada em energia, em um processo raro de vermos na natureza.

4 – Mais de 20 milhões de toneladas de ouro residem nos mares

Há hoje o equivalente a 2,5 quilos de ouro para cada habitante do planeta — faça as contas: nós já somamos 7,5 bilhões de pessoas! Incrivelmente, segundo estimativas mais recentes, todo o ouro extraído até hoje representa apenas cerca de 2% do total de ouro nos mares.

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Entretanto, ele não é extraível por estar em sua maioria muito diluído, na ordem de 13 bilionésimos de grama de ouro para cada litro de água do mar. Já o ouro sólido presente entre as rochas do leito oceânico se encontra muito profundo e encrostado para ser minerado, tornando a tarefa não só difícil como absurdamente cara.

5 – A maior cascata do mundo não fica nos continentes

Na disputa por quem detinha a maior queda d'água do mundo, a Venezuela, há tempos, se firmou vitoriosa com seu Salto Ángel, de 979 metros. Porém, para a surpresa de muitos, a verdadeira vencedora estava bem longe da terra firme.

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Com 3.505 metros de altura e quase 5 milhões de metros cúbicos por segundo, a Cascata do Estreito da Dinamarca tem uma vazão equivalente a 2 mil Cataratas do Niágara juntas. Localizada no Atlântico, entre a Groenlândia e a Islândia, a cachoeira se forma através da diferença de temperatura que existe a cada lado do Estreito: a água ártica vinda do Mar da Groenlândia se encontra com a do Mar de Irminger, e "cai" por ser mais fria e densa.

6 – O ponto mais remoto do planeta está no Pacífico

O Pacífico é, de longe, o maior de todos os oceanos, com o dobro do tamanho do segundo colocado, o Atlântico, o que o figura como candidato perfeito a hospedar o local mais remoto e isolado do globo.

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Nomeado de "Ponto Nemo" — ou mais formalmente como "Polo Oceânico de Inacessibilidade" —, ele é tão distante de qualquer terra habitada (2,7 mil km para sermos mais específicos) que as pessoas mais próximas são geralmente astronautas (a Estação Espacial Internacional orbita a uma altura de 416 km acima do ponto).

Para ser considerado um polo de inacessibilidade, um local deve estar igualmente distante de três pontos de terra. No caso do Nemo, temos a Ilha Ducie, uma das Ilhas britânicas Pitcairn, ao norte, Motu Nui, pertencente à Ilha de Páscoa, a nordeste, e a Ilha Maher, na Antártida, ao sul.

7 – Erupções vulcânicas ocorrem, em sua maioria, debaixo d'água

Cerca de 80% das erupções vulcânicas da Terra, espalhadas entre os mais de um milhão de vulcões — ativos e extintos —, espirram suas lavas dentro dos oceanos. E possivelmente há muito mais onde nossas limitações científicas não conseguiram chegar.

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O mais incrível é que há vida nesses lugares, mesmo em condições tão extremas: a pressão da água equivale ao peso de meio carro para cada centímetro quadrado; a temperatura da água congelante contrasta com os 400° C da lava que sai das chaminés; isso sem falar da quantidade de elementos tóxicos, como o sulfato de hidrogênio, expelidos pelos vulcões e nocivos à maioria das espécies.

8 – Eles nos mantêm respirando

A Amazônia é popularmente conhecida pelo jargão de "pulmão do mundo", mas, na verdade, esse título pertence aos oceanos. As plantas marinhas, especialmente os fitoplânctons, as algas marinhas e os plânctons de alga, são responsáveis por 70% de todo o oxigênio produzido.

undefinedEflorescência de fitoplâncton vista do espaço

Alguns deles, como os fitoplânctons da espécie Prochlorococcus, são tão pequenos e numerosos que introduzem, sozinhos, incontáveis toneladas de oxigênio na atmosfera. Estima-se que o ar de uma em cada cinco vezes que respiramos provenha dessas microplantas.

9 – As maiores ondas estouram debaixo da superfície

Ondas gigantes são muito raras porque dependem de condições específicas para acontecer, como terremotos ou deslizamentos massivos de terra ou gelo. A maior já registrada, com 30,4 metros de altura, se formou no Alasca, em 1958, em função de um terremoto e consequente deslizamento de terra. Fora isso, as maiores ondas naturais não passam dos 25 metros.

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Todavia, nas profundezas do Pacífico Sul já foram encontradas ondas colossais de mais de 250 metros que se formam no limiar de duas camadas de água de densidades diferentes. No fluxo oceânico, a água mais fria e salgada da camada mais profunda se eleva devido a cumes no fundo do mar, subindo por sobre a camada de água mais quente e formando, assim, as ondas. O processo todo, no entanto, demora cerca de uma hora para acabar.

10 – Conchas não soam como o oceano

Destruindo as crenças de muitos na infância, o som que ouvimos ao pôr uma concha do mar no ouvido não é do oceano, mesmo que pareça coincidentemente com o som de ondas quebrando.

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O que estamos ouvindo, na verdade, é barulho. Sim, o barulho ao nosso redor é comumente despercebido porque ele é muito baixo. A concha funciona como um amplificador — ou mais precisamente como um ressonador —, aumentando volume o suficiente para que o barulho seja audível.

*Este texto é de autoria de Diogo Souza.

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