Artes/cultura
04/04/2012 às 07:50•1 min de leitura
(Fonte da imagem: Reprodução/International Herald Tribune)
Não é novidade que o governo holandês pretende banir a venda de maconha para turistas, transformando os famosos coffee shops em uma espécie de clubes exclusivos para residentes. A primeira fase dessa operação deve ser iniciada agora, no dia 1º de maio, e os famosos estabelecimentos de Amsterdam devem parar de vender drogas para estrangeiros em janeiro de 2013. Mas será que isso realmente vai acontecer?
De acordo com um artigo publicado pelo jornal The Telegraph, esses estabelecimentos geram 2,5 bilhões de dólares por ano. Segundo dados da Fundação Drugtext — uma organização dedicada à informação sobre o uso, dependência, perigos e políticas relacionadas às drogas —, 50% dos estrangeiros que visitam a Holanda também visitam os coffee shops, e 10% de todo o turismo está exclusivamente voltado para o consumo da maconha.
O consumo de álcool foi banido dos coffee shops em 2007 e, com a proibição da venda de drogas, os estabelecimentos devem voltar a comercializar bebidas alcoólicas — e drogas de forma ilegal. Estritamente falando, a venda de maconha e haxixe não é legalizada na Holanda, mas tolerada pelas autoridades, que permitem que pequenas quantidades dessas substâncias sejam comercializadas pelos cafés.
Os proprietários dos 680 estabelecimentos do país estão movendo um processo que pede a revisão da lei que proíbe a venda de drogas para estrangeiros, o que deve ocorrer durante as próximas semanas. Além disso, a própria prefeitura de Amsterdam parece estar a favor dos coffee shops, admitindo que a maioria dos problemas relacionados ao abuso de substâncias quase sempre tem ligação com o consumo de álcool.
A briga promete ser boa, pois enquanto alguns esperam que o haxixe e a maconha passem a ser classificados como drogas tão pesadas quanto a cocaína ou a heroína, outros temem que a proibição da venda provoque uma forte queda no turismo e um aumento no tráfico e nos crimes que essa atividade gera.