Ciência
12/06/2013 às 11:42•2 min de leitura
A megaurbanização em todo o mundo não é novidade, mas algumas pesquisas e dados são tão assustadores que podem fazer até mesmo cientistas ficarem boquiabertos. Um projeto da Universidade de Nova York aponta que, em menos de 40 anos, a população mundial deve dobrar. Enquanto isso, a cobertura do solo – incluindo tudo, desde arranha-céus a favelas – deve triplicar durante esse período.
O McKinsey Global Institute estima que a China deve construir o equivalente a uma Nova York a cada dois anos, por um período de 20 anos, enquanto a Índia deve adicionar o equivalente a uma cidade de Chicago em suas construções anualmente.
Steve Frolking, da Universidade de New Hampshire, em conjunto com pesquisadores das Universidades de Yale e Boston, publicou recentemente um documento em que a equipe traça as trajetórias de crescimento de uma centena de cidades em mais de uma década.
As pesquisas foram feitas com a combinação de dados de satélites sobre a propagação das luzes da cidade, com gravações do radar de observação SeaWinds, da NASA, que operou entre 1999 e 2009. Geralmente utilizado para medir os efeitos dos ventos nas superfícies dos oceanos, o sensor de microondas também captou os sinais das cidades em seu caminho orbital.
Frolking então destrinchou cada cidade em grades, usando cada célula do resultado como uma seta que mostra a trajetória no tempo: o começo representa a data de 1999, enquanto a ponta da seta corresponde a 2009.
Os gráficos, um pouco difíceis de entender em um primeiro momento, mostram com clareza o crescimento dos locais de uma forma simples: conforme as setas crescem de forma horizontal, elas mostram as regiões das cidades em que houve expansão em território.
Gráficos mostram o crescimento de Londres e Nova York Fonte da imagem: Reprodução/FastCompany
Enquanto isso, as setas que crescem de forma vertical mostram o crescimento vertical, com arranha-céus e torres gigantescas. Com isso, os pesquisadores perceberam que cidades mais desenvolvidas, como Nova York e Londres, tendem a demonstrar um crescimento em altura dos prédios e não em expansão de urbanização.
A diferença da urbanização entre Xangai (China) e Rio de Janeiro (Brasil) Fonte da imagem: Reprodução/FastCompany
Ou seja, para os pesquisadores, as cidades mais desenvolvidas estão crescendo para cima, com torres mais altas, e não para os lados, incorporando comunidades menores ao seu redor. Enquanto isso, cidades indianas, africanas e grandes centros na América Latina têm se expandido mais para os lados, enquanto seus centros permanecem com prédios baixos.
Embora o dado não tenha sido uma surpresa para os pesquisadores, as megacidades da China estão comprovadamente crescendo das duas formas: enquanto elas aumentam para os lados, os prédios centrais também ficam mais altos a cada dia.