Artes/cultura
14/07/2018 às 02:00•3 min de leitura
Na antiguidade, o ato de estudar não era um direito de toda criança como é (ou deveria ser) hoje. Antes, ter acesso aos ensinamentos era um privilégio dos filhos de famílias nobres e ricas, sendo que muitas crianças das sociedades antigas que não tinham essa vantagem gastavam as horas em trabalhos braçais e não recebiam nenhuma instrução dentro ou fora de casa.
Muitas delas não tinham nem a chance de um sonho maior, pois já eram designadas ainda muito pequenas como escravas. Como se isso não bastasse, se a criança fosse uma menina, as suas esperanças de ter um aprendizado formal nas instituições eram quase zero, sendo ou não de família rica, pois os meninos tinham prioridade devido aos ensinamentos que se estendiam a regras militares e estratégias de batalhas.
Com o passar do tempo, em algumas sociedades, as meninas foram ganhando o seu espaço e também recebiam aprendizados diferentes para administrar a família. Confira abaixo como eram as escolas da antiguidade.
Fonte da imagem: Reprodução/Discovery News
Em Esparta, a educação de uma criança não começava até os sete anos de idade. Ao atingir esse tempo de vida, a sua educação tornava-se um dever do Estado, o qual precisava, essencialmente, recrutar a criança para uma vida de serviço militar. Ciências sociais e filosóficas não faziam parte do currículo escolar.
Em vez disso, os meninos espartanos seguiam um programa de estudo chamado agoge, que incluía leitura, escrita e música, mas tudo focado para os treinamentos. Além disso, eles aprendiam técnicas de sobrevivência e, ao atingir a adolescência, seguiam para o exército.
Já as mulheres espartanas, não recebiam qualquer tipo de educação formal do Estado. No entanto, elas desfrutavam de maior autonomia do que aquelas de outras cidades-estado gregas. Dessa forma, elas eram educadas em casa o suficiente para administrar as propriedades da família, sendo que a leitura e escrita faziam parte desses aprendizados. Algumas também recebiam treinamento físico.
Fonte da imagem: Reprodução/Discovery News
Atenas, a rival política de Esparta, era mais como uma escola rigorosa de artes liberais. Enquanto Esparta queria produzir soldados, Atenas preferia educar pensadores. Assim, desde cedo, as crianças atenienses aprendiam a ler e a escrever.
Com sete anos, os meninos de famílias nobres de Atenas começavam a frequentar escolas privadas, em que – em uma das raras exceções das sociedades antigas – os pobres também podiam estudar, pois o valor era acessível.
Nestes lugares, os meninos aprendiam música, poesia, filosofia, matemática e outras disciplinas. A educação seguia até a adolescência, podendo ser estendida após os 14 anos. Treinamentos físicos também eram necessários, mas o foco era o intelecto. Assim como acontecia em Esparta, as meninas também só tinham alguma instrução em casa.
Fonte da imagem: Reprodução/Discovery News
No antigo Egito a educação era valorizada, mas não havia muita necessidade de orientadores ou locais específicos para a maioria da população, pois era feita de maneira informal e, muitas vezes, pelos próprios pais. Tanto que, nesses aprendizados, as crianças já recebiam ensinamentos da profissão de seus pais para assumir o mesmo segmento de trabalho deles.
As meninas eram educadas por suas mães nas tarefas domésticas, como cozinhar e costurar. Já as crianças de famílias ricas podiam ir às escolas para estudar para serem escribas e, eventualmente, trabalharem no governo ou servindo como sacerdotes do templo. Assim como os estudantes de hoje em dia, estes poucos privilegiados do Egito tinham aulas de história, matemática, música e ciência.
Fonte da imagem: Reprodução/Discovery News
A educação na Índia durante o período védico (1.500 a 500 a.C.) não focava apenas na estimulação intelectual ou nos treinamentos físicos, mas também no desenvolvimento espiritual. Ao estudar os Vedas e outras escrituras hindus, os alunos aprendiam a ler e escrever, além de receberem instruções sobre lógica e poesia. O foco estava em crescimento pessoal e desenvolvimento do caráter.
Enquanto a educação era inicialmente destinada a ser livre, o sistema de castas (que perdura em muitos locais da Índia até hoje) tornou mais difícil para as crianças das classes mais baixas receber qualquer tipo de ensino superior.
Fonte da imagem: Reprodução/Discovery News
Considerando que os estudantes chineses há milênios tinham de memorizar dezenas de milhares de caracteres apenas para ser capaz de escrever na sua língua, não é nenhuma surpresa que a antiga educação chinesa fosse focada na memorização.
A partir de 770 a.C., os textos de Confúcio eram os principais materiais de estudo, que constituem a base do sistema de ensino em toda a China por dinastias imperiais que se estenderam através dos séculos. Estes livros foram estudados e memorizados, verso por verso, página por página.
*Publicado originalmente em 28/08/2013.
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