Estilo de vida
19/09/2014 às 11:00•2 min de leitura
Estamos no século 21 e o mundo está completamente civilizado, certo? Bom, mais ou menos. Nas cabanas suspensas das árvores de Papua-Nova Guiné, vive uma tribo bem incomum chamada de Korowai. Esse povo é o último grupo conhecido por ter uma dieta... Diferenciada. Os Korowai são adeptos do canibalismo.
Não é uma prática exercido o tempo todo, de forma indiscriminada, mas, quando acontece, o serviço é completo. Exceto pelos dentes, cabelo, genitais, unhas e ossos — que são colocados do lado de fora da aldeia como alerta —, tudo vira refeição.
Agora, é importante entender o porquê da prática. Os Korowai mantém o canibalismo como parte de sua cultura espiritual. Eles não acreditam em doença, então seu sistema de crença tenta explicar a enfermidade fatal através de um ritual que tem como objetivo manter os demais membros da tribo a salvo do demônio — ou bruxo — khakhua.
Quando alguém da comunidade adoece e começa a morrer, eles creem que a pessoa foi possuída por um demônio assassino, que a está devorando por dentro. Caso ela sussurre um nome em seu leito de morte, acredita-se que o indivíduo mencionado seja o khakua disfarçado. O pobre coitado é então morto, com uma flecha feita do osso de uma ave nativa, desmembrado, cozido e servido para a comunidade.
A tribo não acredita que está comendo uma pessoa, mas sim um khakhua. Nessa cultura, o canibalismo é um ato de justiça que vinga a pessoa que foi atacada pelo bruxo. Já as crianças não participam do banquete, mas também podem ser consideradas khakhua, aguardando até a puberdade para serem mortas e devoradas.
É importante frisar que esse ritual não é algo que acontece sempre. Na verdade, ele vem tornando-se cada vez mais raro com o passar do tempo e até já foi impedido em alguns locais, sendo proibido por lei como assassinato.
Galeria 1
O homem branco é pouco conhecido por esse povo e é chamado de “laleo”, que significa “demônio branco”. O problema é que os Korowai não conhecem a medicina moderna e o ambiente selvagem onde habitam os deixa vulneráveis a doenças como malária e tuberculose, mantendo sua expectativa de vida muito baixa.
Assim, as enfermidades que terminam em morte são algumas vezes explicadas como a presença de um khakhua, principalmente se atingem a mesma família em um curto período de tempo.