Artes/cultura
11/02/2016 às 12:29•4 min de leitura
Além de interagir com pessoas de qualquer lugar do planeta, comprar itens difíceis de encontrar e ter acesso a conteúdo ilimitado de nosso interesse, todos os dias somos bombardeados por notícias sobre vazamento de fotos íntimas, discursos que incitam o ódio e inúmeros casos de pedofilia. Tudo isso só é possível graças ao advento da Internet.
Ao mesmo tempo em que o universo virtual permite encontrar benefícios jamais imaginados antes de sua existência, ele também possibilitou ampliar a presença de crimes que antes acabavam sendo pouco ou nada expostos. Antes da Internet, ainda, crimes como falsa identidade, calúnia, injúria, pedofilia e muitos outros também não tomavam as mesmas proporções, já que chegavam a uma parcela regionalizada da população, exceto em casos de comoção nacional.
Os crimes virtuais são cometidos por meio da Internet ou em dispositivos móveis com acesso à web. Com a popularização do uso de PC, notebooks, tablets e smartphones, tem sido necessário discutir os limites entre a liberdade de informação e a criminalidade no universo virtual. É para isso que foi criada uma lei, em 2014, que determina o uso da rede no país, definindo os direitos e os deveres dos internautas e das empresas responsáveis. Ela é conhecida como Marco Civil da Internet.
O Marco Civil da Internet foi amplamente discutido durante quatro anos com participação do governo, do setor privado e da população em geral, e é pioneiro no mundo. Além disso, ele estabelece o que é crime na web. Aliado a este, está também a chamada lei Carolina Dieckmann, de 2012, que proíbe a invasão de dispositivos alheios para obter, modificar ou deletar informações sem autorização do dono do dispositivo. Com penas de até dois anos de reclusão e multa, frequentemente revertidas em serviços comunitários, ou oito a dez anos, nos casos de pedofilia e extorsão, a lei ainda é muito branda perante os crimes virtuais.
No mundo, dois em cada três usuários já foram vítimas de crimes virtuais, que atingem 556 milhões de pessoas todos os anos. Só no Brasil, o prejuízo anual é o maior de todos, estimado em R$ 16 bilhões. Os dados são de 2012, da empresa de segurança virtual Symantec. De acordo com o relatório de 2014 da Kaspersky Lab, outra companhia de segurança na Internet, o Brasil é o segundo país onde mais acontecem fraudes bancárias.
Por isso, além de se preocupar com o seu seguro para celular, outros dispositivos móveis ou aparelhos eletrônicos também é importante prestar atenção ao dia a dia da vida digital. Os 7 crimes mais praticados na rede são:
Para não cair nestas ou em outras centenas de roubadas maliciosas da rede, alguns cuidados devem ser redobrados pelo usuário. Confira algumas dicas:
As senhas que protegem as contas não devem ser óbvias. 123456 é a senha mais comum utilizada pelos usuários. Isso quer dizer que ela não é segura, assim como datas de aniversário ou nomes de pessoas próximas. Tão arriscado quanto uma senha ineficiente é o uso da mesma senha para diversas contas, seja no e-mail, nos apps, nas redes sociais e até no banco, pois com uma única senha, o criminoso pode acessar todos os seus dados.
Compartilhar fotos e informações pessoais é uma prática comum, mas não deve ser feita com qualquer pessoa nem sem a segurança adequada, pois o dispositivo pode parar em mãos erradas e os dados, que deveriam ser privados, podem acabar expostos em toda a rede mundial.
Com a quantidade de produtos disponíveis na Internet e com a praticidade na hora da entrega, é comum que muita gente prefira esta forma de consumo. Entretanto, é necessário ficar atento para realizar compras apenas em sites seguros. Geralmente, um cadeado na barra de endereços sinaliza que a página está protegida e pode ser utilizada sem problemas. Sites que não oferecem essa segurança são uma oportunidade para que os criminosos façam a clonagem de dados bancários.
Remetentes desconhecidos ou assuntos que chamam muito a atenção podem ser uma armadilha. Na maioria das vezes, é um golpe que pode danificar seus arquivos. Na hora de efetuar downloads, este perigo também pode acontecer.
As crianças não têm conhecimento sobre os perigos da Internet. Por isso, é papel dos pais orientá-las sobre o uso seguro de computadores, notebooks, tablets e celulares. A principal dica é evitar o contato com desconhecidos, mas também é preciso explicar sobre senhas e compartilhamentos. Alguns dispositivos, inclusive, permitem o bloqueio a sites e aplicativos que não são indicados para o público infantil.
Ao terminar de utilizar o e-mail, a rede social ou finalizar a compra, é melhor fazer o log off do sistema, principalmente quando usar um dispositivo compartilhado ou uma rede WiFi pública. Dessa forma, a pessoa seguinte não terá acesso aos dados de login anteriores.
Tanto para PCs quanto para tablets e smartphones, já estão disponíveis serviços que prometem proteger contra vírus, phishing, malware e outras ameaças virtuais. Além da instalação, a atualização frequente destes softwares ou aplicativos ajuda a manter os ataques longe.
Se ainda assim um ataque virtual acontecer, a denúncia deve ser feita. É possível procurar a justiça, de preferência com as provas do crime em mãos. Outra opção é se dirigir a um cartório, para que o próprio atendente faça a busca pelas evidências, o que acelera a investigação. Com todos os documentos, o delegado vai avaliar se o caso corresponde a um crime ou a um processo civil, e assegurar os direitos e as punições, se houver.
É bom lembrar que todo site, aplicativo e rede social estão sujeitos à serem alvo de crimes virtuais, e, consequentemente, o usuário sempre pode ser uma vítima, mesmo os mais experientes. Os cuidados com o uso da rede devem ser tomados em todas as situações, para que os crimes previstos pelas leis correspondentes não prevaleçam sobre as oportunidades oferecidas pela Internet.
Windows 10 na maquina virtual me ajuda? Comente no Fórum do TecMundo
Via TecMundo.