Ciência
02/09/2016 às 11:57•2 min de leitura
A sonda espacial Juno da NASA, após viajar quase 3 bilhões de quilômetros ao longo de cerca de 5 anos, finalmente chegou até o planeta Júpiter em junho deste ano e, desde então, está se aproximando cada vez mais do gigante gasoso e coletando um sem fim de informações.
Pois, nesta semana, a agência espacial norte-americana anunciou que a Juno fez a maior aproximação de Júpiter de todos os tempos no dia 27 de agosto, chegando a pouco menos de 4,2 mil quilômetros das turbulentas nuvens do maior planeta do Sistema Solar. Não ficou impressionado com a façanha? Então deixe a gente te contar umas coisinhas que vão fazer você mudar de ideia.
A maior aproximação registrada — até Juno chegar e roubar o recorde anterior! — havia ocorrido em 1974, quando a sonda espacial Pioner 11, também da NASA, sobrevoou as nuvens jupterianas a uma distância de aproximadamente 43,5 mil quilômetros. Depois disso, a agência espacial ainda enviou outro explorador até lá: Galileo, que orbitou o planeta a uma distância de 200 mil km e foi completamente destruído quando atravessou a magnetosfera de Júpiter.
Júpiter, caso você não saiba, conta com cinturões magnéticos semelhantes ao Cinturão de Van Allen, que circunda a Terra. Entretanto, no gigante gasoso, os cinturões são mais intensos, já que o campo magnético do planeta é cerca de 20 mil vezes mais poderoso do que o nosso.
Imagem clicada pela sonda espacial Juno
O que acontece é que partículas presentes nos ventos solares que viajam através do Sistema Solar acabam sendo capturadas pelo campo magnético jupteriano e, uma vez lá, elas são aceleradas até quase alcançarem a velocidade da luz. Pois, quando uma sonda espacial atravessa a magnetosfera de Júpiter, essas partículas se chocam contra o equipamento, ricocheteando sobre sua superfície, liberando energia e dando origem a outras partículas.
Segundo a NASA, a radiação nos cinturões jupterianos é mais severa a cerca de 300 mil quilômetros de distância do planeta. Portanto, o fato de Juno ter sobrevivido à travessia da magnetosfera e se aproximado a míseros 4,2 mil km de distância de sua atmosfera — enquanto viajava a impressionantes 208 mil km/h com relação ao planeta — é um feito e tanto!
Enquanto passeia pelas bandas de Júpiter, Juno deverá coletar informações a respeito da composição química, da gravidade e do campo magnético do gigante gasoso, assim como tentar desvendar o que existe sob sua agitada atmosfera — que registra ventos de mais de 600 quilômetros por hora! Os dados serão enviados periodicamente aqui para a Terra, onde serão analisados pelos cientistas da NASA.