Artes/cultura
12/12/2018 às 15:00•4 min de leitura
Os sistemas prisionais surgiram assim que a humanidade começou a se reunir em sociedades. Dentro delas, sempre houve a necessidade de se isolar certos indivíduos que, por algum motivo, eram deslocados do convívio social saudável. No mundo moderno, o sistema prisional tem a função, pelo menos na teoria, de readaptar uma pessoa para que seja possível reinseri-la na estrutura coletiva.
Porém, não é bem isso que encontramos em certas penitenciárias espalhadas pelo globo. Em vez de uma estrutura que tenha a função de reeducadora social, temos verdadeiros infernos da Terra. Locais onde os criminosos e marginalizados não têm a menor chance de redenção e apenas pagam por todos os seus pecados em vida, seja pela ação truculenta da polícia, pelo descaso dos governantes ou pelo comportamento caótico dos próprios presos.
Estando em lugares isolados e esquecidos do mundo ou em grandes cidades como São Paulo ou Nova York, as aterrorizantes penitenciárias são culpadas por milhares de mortes e se apresentam como um desserviço para a humanidade.
Confira algumas das piores prisões do mundo:
Apesar de não se saber muito sobre essa prisão por causa do isolamento político da Coreia do Norte, o Campo 22 é um presídio político que funciona desde 1965 com espaço para cerca de 50 mil pessoas.
Os poucos relatos que se tem sobre esse presídio são tenebrosos: criminosos tinham seus parentes e descendentes presos também para que sua linhagem familiar desaparecesse da existência. Também acredita-se que os prisioneiros sejam alvo de experimentos médicos e testes com armas químicas e biológicas.
Cenário do maior e um dos mais covardes massacres da história do sistema judiciário do Brasil, o Carandiru é colocado em muitas listas como a pior prisão do planeta, inclusive segundo a Anistia Internacional. Em 46 anos de existência, mais de 1.300 pessoas teriam morrido lá dentro por causa de maus tratos e das péssimas condições de vida.
A penitenciária, sempre superlotada, marcou a História pelo assassinato em massa de centenas de presos, alguns que sequer haviam sido julgados, por parte da brutalidade policial e do despreparo do governador de São Paulo na época, Luiz Antônio Fleury Filho, que ordenou o ataque.
A ação foi relatada e criticada através de diversos meios, como no livro do médico Dráuzio Varella, “Estação Carandiru”, no filme de Hector Babenco, “Carandiru”, e na música “Diário de um Detento”, dos rappers do Racionais MC’s. Em 2002 o Carandiru foi demolido e deu lugar a um parque público.
A prisão de segurança máxima localizada no estado americano do Colorado impede que seus prisioneiros tenham contato um com o outro, isolando-os quase por completo até mesmo do contato com guardas. Eles são mantidos nas celas durante 23 horas do dia, com apenas 1 hora de área externa e nenhum tipo de acesso de luz solar no espaço de confinamento.
A prisão mais isolada da Rússia fica em uma ilha no meio de um lago que fica no meio do nada. Os prisioneiros passam 22 horas do dia em suas celas e não têm contato regular com outras pessoas. Visitas de fora só são permitidas duas vezes por ano. O presídio possui condições precárias de higiene e instalações que não fornecem nenhum conforto para os presos, que precisam suportar o frio extremo e a neve durante a maior parte do ano.
O principal complexo prisional de Nova York fica em uma ilha em pleno East River, logo acima do bairro conhecido como Bronx. É famoso pelos maus-tratos recebidos por seus prisioneiros e pela violência entre eles, resultante dessa prática. A quantidade enorme de assassinatos que aconteciam lá dentro fez com que esse presídio se tornasse um dos mais rígidos do mundo no trato com os encarcerados.
Talvez a prisão mais famosa do mundo, Alcatraz foi construída para ser virtualmente impenetrável e impossível de se escapar. Os presos não tinham contato algum com o mundo exterior e ficavam sujeitos aos abusos dos guardas, que transformavam o período de encarceramento em um verdadeiro inferno. Um de seus mais famosos “moradores” foi o mafioso Al Capone.
A uma distância de 11 km da capital da Tailândia, essa prisão é famosa pela tortura regular sofrida pelos presidiários. Nos primeiros três meses lá dentro, o condenado é obrigado a usar grilhões nas pernas e espremido em celas minúsculas com muito mais gente do que o humanamente aceitável.
Além disso, os condenados à morte não fazem ideia de quando serão executados e são avisados apenas pouquíssimo tempo antes da hora fatídica, assim como aconteceu com os brasileiros executados na Indonésia recentemente.
Mais um lugar infernal onde os direitos humanos são esquecidos completamente. O passado obscuro dessa prisão tem histórias até de crianças presas e obrigadas a realizarem trabalhos forçados por toda a vida. Em um incidente extremamente violento, guardas espancaram até a morte 10 prisioneiros. Além disso, são abundantes os relatos de abusos físicos e psicológicos, como torturas e estupros.
Construído para conter em torno de 500 pessoas, esse presídio já chegou a encarcerar 6 mil presos nas condições mais absurdas possíveis. Como não havia espaço, os detentos tinham que dormir em pé, o que causava necroses severas em seus pés. As condições de higiene também eram terríveis, obrigando os prisioneiros a viverem em meio a seus próprios dejetos, o que causava doenças de todos os tipos, desde diarreia até a inflamação de membros que tinham que ser amputados.
A Geórgia é um dos países com as menores taxas de criminalidade da Europa, porém, a prisão de Gldani está longe de ser considerada um bom exemplo. Em 2012 vieram à tona denúncias, por meio de um guarda que trabalhou lá, de torturas, abusos físicos e psicológicos e humilhações sexuais contra os prisioneiros. O escândalo tomou proporções enormes no país, influenciando inclusive na corrida eleitoral para a presidência do país.