Artur Ávila mostra para você que matemática não é um assunto chato

16/08/2014 às 05:272 min de leitura

Se você sempre achou que matemática não servia para nada, está na hora de conhecer um pouco sobre Artur Ávila, o matemático brasileiro que tem feito sucesso em todo o mundo. E por “sucesso” você também pode entender: o cara ganhou nada mais nada menos que a Medalha Fields, o “Nobel dos Números”.

Não só Ávila foi premiado como ele é a primeira pessoa de toda a América Latina a receber essa premiação. Só até aí o cara já estaria de parabéns, mas ainda tem mais. Muito mais.

Diferente do padrão matemático-nerd-que-usa-óculos-e-camisa-xadrez-por-dentro-da-calça, Ávila é um cara como outro qualquer. Despojado, o brasileiro divide seu tempo entre o Rio de Janeiro e a romântica capital francesa, onde trabalha no Centro Nacional de Pesquisa (CNRS). Por lá, ele é conhecido como “príncipe das equações”.

Ávila não é o tipo de matemático que passa o dia com lápis e calculadora em mãos – pelo contrário! Ele gosta de caminhar quando precisa resolver alguma de suas complicadas equações. No Congresso Internacional de Matemática (ICM), Ávila foi elogiado por seu estilo despojado, o que parece ter o ajudado a resolver seus problemas.

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A interação de Ávila com os números é coisa que o acompanha desde criança. Aos 13 anos participou das Olímpiadas Internacionais de Matemática e, se você acha que desde então ele teve sucesso, saiba que não foi bem assim. Como todo iniciante, Ávila não dominava tudo o que deveria para se destacar, mas em vez de desistir, suas falhas o fizeram estudar mais e se aprimorar.

A dedicação, como sempre, trouxe bons frutos, e logo Ávila já ocupava o primeiro lugar nas Olimpíadas e, por isso, acabou atraindo a atenção de matemáticos de renome, como Wellington de Melo. Depois disso, a dedicação com os estudos o levou longe e, em 2001, defendida uma tese sobre dinâmica unidimensional.

A ida a Paris foi consequência de sua tese, e não demorou para que ele aprendesse a falar francês. Depois de ser rejeitado duas vezes, conseguiu ser contratado pela CNRS em 2003. Cinco anos depois Ávila já era diretor de pesquisa. O cotidiano de seu trabalho envolve estudos a respeito do movimento dos planetas, da dinâmica das populações e oceanos.

Para aliviar o stress o matemático frequenta uma academia, onde se exercita e esvazia a mente. Em uma declaração publicada na revista Exame, Ávila disse esperar que sua conquista inspire matemáticos brasileiros: "Acredito que muita gente lá nem imagina que existe a pesquisa em matemática, pensam que é uma disciplina na qual tudo já foi concluído, definido e conhecido".

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