O transtorno que faz a pessoa arrancar e até comer os próprios cabelos

30/08/2016 às 03:562 min de leitura

Assim como a britânica Jasmin Percival tinha o costume de mastigar cabelos e acabou tendo que retirar os fios cirurgicamente de seu corpo (um chumaço de quase 1kg estava alojado em sua barriga), algumas pessoas sentem o desejo simplesmente incontrolável de arrancar fios de cabelos e pelos do corpo.

Com o passar do tempo esse comportamento compulsivo acaba provocando falhas capilares, que são prejudiciais tanto em termos de autoestima quanto em questões sociais – é comum que pessoas com esse transtorno tenham cabelos mais longos, na tentativa de disfarçar as mudanças. Essas pessoas geralmente arrancam os cabelos quando estão estressadas, mesmo tendo noção dos malefícios que isso causa – a questão aqui é basicamente a de não conseguir controlar a vontade de tirar os próprios cabelos e pelos.

Quem tem tricotilomania geralmente demonstra tensão e alívio após arrancar os cabelos. Essa pessoa também tende a puxar os cabelos quando precisa enfrentar problemas no ambiente de trabalho ou na vida pessoal – ela também pode ser a pessoa que fica mexendo excessivamente nos fios, enrolando-os, colocando-os na boca e até mesmo comendo os cabelos arrancados.

Características

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Como consideram a situação constrangedora, esses indivíduos tendem a negar que apresentam o transtorno, quando questionadas, e recorrem a chapéus, lenços e cílios e sobrancelhas falsos para disfarçar o problema.

Ainda não se sabe ao certo por que a condição é desenvolvida em algumas pessoas, mas acredita-se que o transtorno tenha relação com a anatomia cerebral, nas regiões que controlam nossos estados de emoção, movimento, criação de hábitos e controle de impulsos. É possível também que o transtorno tenha relação com doenças como a depressão e o transtorno de ansiedade. Com relação à idade, os primeiros sintomas começam a aparecer na adolescência.

Não há um exame específico capaz de fazer o diagnóstico da tricotilomania, mas sim uma série de perguntas e avaliações médicas. O tratamento é feito geralmente por meio da terapia cognitivo-comportamental (TCC), que tem como objetivo fazer com que a pessoa consiga se livrar de hábitos antigos e criar novos.

Lidando com o problema

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Além disso, alguns pacientes podem ter bons resultados a partir de tratamentos com remédios que inibam a recaptação de serotonina, como é o caso de alguns antidepressivos – alguns profissionais associam essa droga com antipsicóticos também.

Independente de que tipo de tratamento seja feito, o importante é que o paciente busque resolver o problema, pois, com o passar do tempo, a tricotilomania causa infecções e irritações na pele, além da perda permanente de cabelo – tudo isso, é claro, contribui para que a pessoa tenha uma percepção alterada de autoimagem e acabe desenvolvendo problemas de convívio social.

Não há como prevenir o surgimento da tricotilomania, mas conhecer essa condição nos dá um alerta: é preciso descobrirmos uma forma de controlar o estresse e de estarmos sempre atentos às respostas que temos em momentos de tristeza, ansiedade e crise.

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