Artes/cultura
07/03/2019 às 10:00•3 min de leitura
Você já conferiu por aqui algumas técnicas e tratamentos nada agradáveis que eram utilizados antigamente por aqueles que eram considerados os médicos do passado.
Agora, temos mais uma leva dessas formas antigas de “cura”, mas que na verdade, muitas vezes, acabavam por estragar de vez a saúde das pessoas. Confira abaixo algumas delas, de acordo com o pessoal do How Stuff Works:
É isso mesmo que você leu: enema com fumaça de cigarro. O enema atualmente é usado para fazer lavagem intestinal. Agora, imagine inserir fumaça de cigarro lá na retaguarda? Pois isso acontecia durante os séculos 17 e 18, quando o enema de tabaco se tornou um sucesso para tratar vários tipos de condições de salvamento.
A ideia era que a fumaça do tabaco aquecia um corpo e fazia com que a respiração de um “quase morto” fosse retomada. A prática foi utilizada pela primeira vez em vítimas de afogamento, mas tornou-se uma forma popular para tratar desde resfriados até dores de cabeça, hérnias, febre tifoide e cólera.
Segundo os especialistas da época, era a nicotina a responsável pela tal cura. A substância age como um estimulante em seu corpo, estimulando as glândulas adrenais a produzir adrenalina. Até faria sentido, mas não sendo utilizado como enema. Em 1811, os cientistas descobriram os efeitos tóxicos da nicotina sobre o coração humano e a técnica bizarra foi deixada de lado.
Há décadas, o mercúrio foi utilizado como um antisséptico e para o tratamento de doenças de pele, sendo incluído ainda em produtos diários tais como soluções salinas e cosméticas. Mas o seu uso passou a ser reduzido nos últimos tempos devido a sua alta toxicidade.
Nos anos 1940, antes de o uso da penicilina se disseminar pelo mundo, quem sofria de sífilis era tratado com mercúrio nas mais diversas formas: pomada, pílula e soluções com a substância para curar o problema.
No entanto, os tratamentos mercuriais introduziram um novo conjunto de problemas, desde a perda de dentes até órgãos danificados (geralmente fígado e rins), além de causar muitos danos no sistema nervoso central e o maior efeito colateral de todos: a morte.
Para problemas mentais, a cadeira giratória era uma das soluções em meados do século 19. Considerada como uma técnica mais “humanizada” do que as práticas de isolamento de doentes mentais, o tratamento com a cadeira era complementado com outros como chuveiradas geladas, laxantes, terapia de coma insulínico e lobotomia frontal.
A cadeira giratória funcionava da forma como você pensa mesmo: uma cadeira modificada com um sistema de molas e alavanca, que eram acionados para girar os pacientes até que eles desmaiassem. A crença era de que rodar o paciente dessa forma iria curar esquizofrenia e outras doenças mentais, “embaralhando” o conteúdo do cérebro.
A água radioativa foi uma sensação no início do século 20. Ela era considerada excelente pela comunidade médica para curar doenças mentais e até mesmo para prevenir o envelhecimento devido à sua capacidade para estimular a atividade celular.
O tratamento com essa água se tornou tão popular que passou a ser o eleito para curar outros males como diarreia e malária. Utilizando o elemento químico rádio como substância ativa, ele não foi apenas adicionado na tal água milagrosa, mas também passou a ser incluído em chocolates, contraceptivos, pastas de dentes e supositórios.
Foram até construídos spas com tratamentos de águas com rádio para a cura dos mais diversos males. Hoje sabemos que a exposição à radiação é mortal, e que, embora o corpo seja capaz de filtrar cerca de 80% do rádio tóxico, os 20% restante se acumula em nossos ossos, sangue e tecidos, aumentando a nossa chance de desenvolver câncer (como o ósseo, leucemia e linfoma) e outros problemas de saúde.
Calma, não é o que você está pensando. A trepanação é um procedimento médico em que se faz um buraco no crânio de um paciente a fim de obter resultados como a drenagem de um hematoma ou redução de pressão craniana. Agora, imagine fazer isso sem qualquer anestesia?
Pois assim era feito antigamente e a trepanação é considerada um dos procedimentos cirúrgicos mais antigos conhecidos, que remonta até do período Mesolítico (10.000 aC). Só que no passado esse tipo de tratamento era realizado como forma de “eliminar os maus espíritos e demônios” do paciente. Esses tais demônios eram considerados a raiz das doenças mentais.
Porém, há evidências também de que a prática era utilizada para tratar enxaquecas e convulsões epilépticas. Como era de se esperar, não há evidências de que muitos pacientes tenham sobrevivido ao procedimento nos tempos antigos.