Ciência
30/04/2015 às 10:57•2 min de leitura
Ainda que a sexualidade humana seja estudada há milhares de anos, existem alguns mistérios que foram revelados não faz muito tempo. Um dos segredos que permaneceram guardados por muitos séculos foi a complexidade do clitóris interno. Somente em 2009 os cientistas conseguiram entender alguns detalhes importantes da anatomia feminina.
Primeiramente, imagine o órgão sexual da mulher. Conseguiu? E se disséssemos que o que você está pensando é só a pontinha do iceberg? Na verdade, o clitóris é muito mais amplo que essa terminação nervosa conhecida como grandes lábios. Abaixo, você confere um modelo ilustrativo feito pela Ms. M, chefe e redatora do MoSex – blog oficial do Museum of Sex.
O nome científico do “botãozinho” ou “bulbo” do clitóris é glande (glans clitoridis). Essa pequena estrutura contém aproximadamente 8 mil feixes de fibras nervosas – mais do que qualquer parte do corpo humano e duas vezes mais do que a quantidade encontrada na cabeça do pênis. Todavia, grande parte do clitóris é subterrânea, e constituída a partir de dois corpos cavernosos, duas crura (crus quando se refere a estrutura como um todo) e o bulbo clitoridiano.
A glande é conectada ao corpo ou eixo do clitóris interno, o qual é feito de dois corpos cavernosos. Quando esses tecidos ficam eretos, eles revestem a vagina de ambos os lados, como se estivessem enrolando-se e abraçando o órgão sexual da mulher.
Além disso, os corpos cavernosos se estendem muito além no corpo feminino, bifurcando-se para formar as duas crura. Essas duas pontas podem alcançar até 9 cm, sendo direcionadas para as coxas quando estão em estado relaxado e se encolhendo para espinha quando ficam eretas.
Existem muitas razões que justificam a falta de entendimento sobre o órgão sexual feminino, porém, segundo um artigo publicado pela urologista Helen O’Connel em 2005, existem dois motivos principais. O primeiro deles seriam as descrições incompletas e erradas sobre o assunto, visto que muitos estudos só abordam a parte relativamente pequena e externa do clitóris.
Além disso, alguns se limitam a representar a anatomia com imagens bidimensional. Segundo O’Connell, esse tipo de representação fornece informações insuficientes para entender a estrutura completa.
Já a segunda razão é que ninguém nunca procurou entender o processo de excitação do clitóris até o fim da década de 1990, quando os pesquisadores finalmente decidiram utilizar métodos de ressonância magnética para analisar a estrutura interna de um exemplar vivo – a mesma estratégia já tinha sido usada para analisar a anatomia masculina na década de 1970.
Segundo Ms. M, somente em 2009 os cientistas Odile Buisson e Pierre Foldés produziram a primeira sonografia tridimensional de um clitóris ereto. “Eles desenvolveram esse trabalho durante três anos sem nenhum apoio financeiro”, explicou a redatora.
“Graças a eles, hoje em dia nós conseguimos compreender como o tecido teso do clitóris abraça e reveste os arredores da vagina – uma descoberta inovadora que explica porque antigamente considerávamos o orgasmo vaginal, quando na verdade ele é clitoriano”, conclui.