Ciência
30/10/2015 às 07:07•3 min de leitura
A Muralha da China é um dos monumentos mais famosos da humanidade e certamente um dos mais admiráveis símbolos daquele país. Não à toa, ela é considerada uma das obras mais importantes erguidas pelas mãos humanas, pois possui mais de 2 mil anos de existência e é grande a ponto de não se saber a extensão total. A construção com certeza possui inúmeros fatos interessantes que envolvem a sua história.
Muitas pessoas acreditam, por exemplo, que a Muralha da China é somente um grande muro erguido para isolar o país, mas na verdade ela consiste em milhares de paredes e construções paralelas que percorrem todo o território chinês. As estruturas foram edificadas ao longo de diferentes períodos da história chinesa em mais de 20 séculos e, por mais que sua concepção inicial fosse realmente prevenir o país de possíveis invasões, ela nunca evitou esse tipo de situação efetivamente. Sua existência representou muito mais uma barreira psicológica entre os chineses e o resto do mundo.
Até hoje ela perdura como um dos marcos mais representativos do seu país, em alguns locais apresentando excelente estado de conservação e, em outros, já com traços significativos de deterioração por negligência. Mas o que faz da Muralha da China um monumento ainda mais impressionante do que parece? Para saber isso, vejamos alguns detalhes históricos e atuais sobre o “grande muro chinês”.
A construção possui uma representatividade perante o mundo ocidental como um símbolo da força e da resistência do povo chinês, que se iniciou em determinado momento entre os séculos 18 e 20. Afinal, a Muralha da China é a mais extensa fortificação defensiva do mundo.
Além disso, na visão atual, o monumento é reconhecido como uma das mais impressionantes façanhas arquitetônicas da História. Desde 1987, é considerada Patrimônio Mundial pela Unesco.
O início da edificação desse símbolo chinês aconteceu no século 8 a.C., quando o país estava dividido em sete reinos que permaneciam em guerra. Nesse momento, os líderes de cada região ordenaram a construção de muros para defesa de suas áreas, dando origem às primeiras paredes erguidas como muralha. A separação do território chinês acabou no século 3 a.C., quando o povo Qin derrotou os rivais e tomou conta de todo o país, tornando a China um império.
O Imperador Qin Shi Huang
O Imperador Qin Shi Huang, então, ordenou a construção de um muro na divisa norte do país para defesa da nação contra países inimigos. Esse muro foi composto por faróis e torres de observação que abrigavam as tropas. Nesses locais, a base foi feita com cerca de 12 metros de largura e aproximadamente 10 de altura. Essas instalações foram erguidas em determinados intervalo de distância, conectadas por grandes muros e passarelas que formam a grande Muralha da China. Passagens e portões de entrada e saída foram alocados estrategicamente em diversos pontos do monumento.
Se levar em conta todos os muros que dão origem à grande Muralha da China, o tempo de construção ultrapassa 10 mil anos. Originalmente, a extensão possuía quase 5 mil quilômetros, mas, ao longo do tempo, novos trechos foram erguidos, aumentando a extensão para mais de 8 mil quilômetros. Em 2009, uma nova tecnologia identificou quase 300 novos quilômetros de paredes construídas. Todas as descobertas e mudanças no decorrer da História fazem com que hoje a extensão total da muralha seja desconhecida.
Estima-se que mais de 1 milhão de trabalhadores tenham participado da obra. Também se acredita que, dessas pessoas, entre 300 e 400 mil tenham morrido durante todo o período de construção do monumento. Muitos desses mortos acabaram enterrados sob as próprias paredes da grande muralha.
Em diversos momentos, os muros foram postos à prova e mostraram ser ineficientes para a sua real finalidade. Em 1211, por exemplo, o líder mongol Genghis Khan conseguiu passar pela barreira, invadindo e conquistando a China. A posse dos mongóis durou até 1368, quando os chineses retomaram o poder e expulsaram a nação inimiga de suas terras, instaurando a dinastia Ming. Depois disso, eles ergueram novas paredes com materiais mais duráveis e resistentes, além de utilizarem pessoas mais qualificadas para a construção.
O imperador mongol Genghis Khan
Apesar de não ser um mecanismo de defesa perfeito, a muralha teve papel essencial em outras situações, como na comunicação militar na época dos conflitos do império Qin. Sinais de fumaça, luzes e fogo, nos faróis e nas torres, eram utilizados para passar mensagens às outras tropas.
A Muralha da China não é visível do espaço a olho nu, como muitos ainda acreditam. O boato foi criado no século 20 por dois astronautas, em órbita, que estavam munidos de equipamentos ópticos e, ao mencionar o monumento, deram a entender que a observação era possível sem eles. Em algum momento também surgiu outro boato, ainda mais sem cabimento, de que era possível observá-la da lua.
Tudo isso já foi desmentido. A construção é muito estreita para ser avistada a olho nu, mesmo na atmosfera mais baixa da Terra. O que acontece é que, nessa altura, é possível identificá-la em imagens feitas por satélites, o que também permite a visualização de outros monumentos erguidos pelos homens, como grandes cidades e as Pirâmides do Egito.
Diversas ruas e estradas atravessam a muralha em variados pontos ao longo de sua extensão, que foram derrubados para a passagem das vias. Atualmente o melhor trecho é conhecido como Badaling e fica a 70 km ao noroeste de Pequim. Essa área foi reconstruída no final dos anos 1950 e atrai milhares de turistas chineses e estrangeiros todos os dias.
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