Ciência
03/11/2015 às 11:27•3 min de leitura
Você talvez nunca tenha ouvido falar da modelo australiana Essena O’Neill, mas essa jovem de apenas 19 anos teve uma atitude tão interessante que, de uma hora para outra, está sendo comentada em todo o mundo.
Dona de um corpo considerado dentro dos padrões de beleza, O’Neill começou a ganhar dinheiro desde cedo com a sua beleza, e isso era regra até para a sua conta no Instagram, em que publicava fotos com roupas e outros produtos de moda.
Na rede social das imagens felizes, O’Neill tem uma quantidade absurda de seguidores: 784 mil até o momento. E foi lá, na mesma plataforma que popularizou a sua imagem e engordou sua conta bancária, que a modelo resolveu dar um basta e contar o que há por trás de cada foto de garota perfeita, linda, feliz e invejável.
Conhecendo os bastidores de cada imagem melhor do que ninguém, O’Neill deu até um nome ao seu desabafo: “Mídia Social Não é Vida Real”. Basicamente, ela deletou mais de 2 mil fotos de sua conta e mudou a legenda das que ficaram, com a intenção de revelar as histórias nada glamourosas por trás de cada retrato. Confira:
Aqui a modelo explica que foram tiradas cerca de 100 fotos para que, em uma delas, ela saísse com uma barriga bonita. Nesse dia, ela disse ter comido muito pouco e ter gritado com a irmã, que foi quem tirou as fotos.
Nesta imagem, O’Neill conta que tinha usado muita maquiagem para esconder suas espinhas e que estava sorrindo apenas para parecer bonita. Ela diz que condicionar felicidade à estética é uma forma de sufocar nosso potencial na Terra.
“A única coisa que fez eu me sentir bem nesse dia foi essa foto”, desabafou a modelo, que diz que ter um corpo tonificado não é tudo nessa vida.
“Eu não paguei pelo vestido, tirei incontáveis fotos tentando parecer bonita para o Instagram”, revelou O’Neill, que, apesar dessa foto incrível, se sentia incrivelmente sozinha.
Aqui ela conta que recebeu US$ 400 para postar a foto com este vestido, em uma época que tinha 150 mil seguidores. Ela explica que, depois de meio milhão de seguidores, muitas marcas chegam a pagar US$ 2 mil por postagem.
O’Neill afirma que não é errada essa negociação entre pessoas famosas, modelos e marcas, mas que as pessoas deveriam conhecer esses bastidores. “Fique atento ao que as pessoas promovem, pergunte a si mesmo ‘qual é a intenção delas por trás dessa foto?’”, incentiva.
“Outra foto tirada puramente para promover meu corpo de 16 anos de idade. Essa era toda a minha identidade. Aquilo era tão limitante. Me deixou incrivelmente insegura. Vocês não fazem ideia”.
“Se você se pegar olhando as ‘garotas do Instagram’ e desejando que sua vida fosse como a delas... Perceba que você vê apenas o que elas querem. Se elas marcam uma marca, 99% das vezes isso é pago”.
Ela explica que não há nada de errado em divulgar uma marca, mas que esse tipo de divulgação é vazia. “Não há propósito em um sorriso forçado, roupas minúsculas e receber para parecer bonita. Nós somos a geração que é ensinada a consumir e consumir, sem pensar de onde isso tudo vem e para onde isso tudo vai”.
Em um vídeo publicado em seu canal do YouTube, a modelo explica que tudo o que tem feito é dedicado à versão mais jovem dela mesma, quando tinha apenas 12 anos. Por ter conhecido e convivido com homens e mulheres da sua faixa etária, e que também ganham muito dinheiro com esse trabalho, ela disse ter cansado desse meio.
No vídeo, O’Neill conta que há pouco tempo saía com um modelo muito mais rico do que ela, que tinha tudo o que queria e o que não queria e, mesmo assim, era extremamente deprimido. “Eu sou a garota que teve tudo, e ter tudo nas redes sociais significa absolutamente nada para a sua vida real”, afirma ela.
Cansada de uma rotina que a colocou vivendo para posar para fotos do Instagram, O’Neill afirma que não aceita mais viver uma vida baseada em likes e comentários. A jovem, que agora sabe bem como as coisas funcionam, fala sobre a visão que ela tinha de outras modelos, quando estava com 12 anos de idade. Por não ser considerada bonita até então, O’Neill passava longos períodos admirando a vida feliz de pessoas populares na internet. Seis anos depois, ela percebeu que essa “felicidade” pode não passar de um filtro fotográfico.
Ela aproveita o espaço para pedir que as pessoas a ajudem com doações financeiras, o que tem criado bastante controvérsia entre os internautas. Segundo a modelo, desde que decidiu largar a vida com base nas redes sociais, ela já não tem como pagar o aluguel.
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