Ciência
21/05/2014 às 08:20•2 min de leitura
Que o ouro é um material raro ninguém duvida. Presente em apenas 0,005 partes de milhão na crosta terrestre, o componente é um dos mais raros que existem. Tanto que, se juntássemos todo o outro minerado na história, teríamos um cubo de pouco menos de 20 metros de lado.
Para piorar, o ouro está entre os mais importantes na fabricação de aparelhos eletrônicos – pois é, aquelas conexões douradas no seu PC não são todas uma questão estética. Com isso, pense que, de acordo com um relatório do The Wall Street Journal, estamos a apenas duas décadas de distância até que todas as fontes desse valioso material desapareçam da superfície.
Ok, o ouro sempre foi um material escasso durante nossa história. Mas por que devemos nos preocupar com isso agora? O motivo é simples: antes, cada pedacinho do material era reaproveitado. Uma taça de ouro do período romano, por exemplo, pode ter sido “transformada” no adorno de uma espada séculos depois, sendo tempos depois derretido em uma barra de ouro, para então virar um valioso pingente.
Agora, vamos lembrar que o ouro atualmente é usado em quase todos os eletrônicos fabricados. Sim, a quantidade é pequena, normalmente não maior do que algumas lascas daquele enorme cubo para um smartphone. Mas é justamente por estarmos falando de uma quantidade tão minúscula que empresas, e principalmente os próprios consumidores, não se dão ao trabalho de reciclar seus dispositivos.
Como se isso não fosse suficiente, há também o fato de que encontrar novas fontes de ouro está se tornando uma tarefa absurdamente dispendiosa. Em comparação a antes, quando as minas estavam praticamente no topo da superfície, as que restam são de difícil acesso.
Algumas minas, por exemplo, ficam em profundidades muito maiores, como no caso dos mineradores que mandaram mais de 100 toneladas métricas de rocha pelos ares para chegar a apenas 28 g do componente. Outras estão em territórios árticos, que obviamente são ridiculamente difíceis de serem mineradas.
Se você acha que estamos exagerando, basta citar o relatório da SNL Metals Economics Group, que mostra o número de fontes encontradas pelos anos: em 1995, tivemos 22 depósitos, com pelo menos 56 toneladas de ouro, encontrados; em 2010, foram seis depósitos; em 2011, apenas um depósito; em 2012, nenhum foi descoberto.
E no que você acha que isso vai resultar? Quem disse “aparelhos eletrônicos mais caros” acertou. Então é melhor torcermos que o público passe a reciclar seus dispositivos ou que, em um futuro próximo, um melhor substituto do ouro seja encontrado. Porque, do jeito que a situação está, podemos esperar um futuro nada bom para a tecnologia.
Via Tecmundo