Ciência
26/06/2017 às 12:03•2 min de leitura
Na semana passada, um vídeo chamou a atenção da comunidade científica internacional: uma múmia alienígena foi encontrada perto da região de Nazca, no Peru, onde ficam as famosas linhas que ainda são cercadas de muito mistério. “Pera aí, Mega, alienígena?”. Se você se perguntou isso, a gente já adianta que a história é um pouco menos fantasiosa do que jura o site que a divulgou originalmente.
O pessoal do site Gaia garante que é uma fonte de conhecimento livre e independente, mas talvez a veracidade não seja o foco principal. Acontece que a tal múmia, que possui seis dedos alongados nos pés e nas mãos e é coberta por uma espécie de pó branco, pode ser apenas uma farsa criada por um grupo que adora fazer essas pegadinhas.
Segundo eles, estudos de DNA conseguiram mostrar que se tratava de alguém do sexo feminino, que acabou ganhando o nome de Maria. Entretanto, na sociedade pré-colombiana do Peru, era comum que os crânios fossem mais alongados e esse detalhe anatômico foi um dos principais argumentos dados pelos “cientistas” do Gaia para “provar” que se tratava de uma múmia extraterrestre.
Só que o suposto russo Michael Aseev, que aparece nas imagens como um especialista em análise genética, sequer é listado em sites de seu país relacionados a Ciências. Já Jaime Maussan e Jesus Zalce Benitez, que aparecem como membros da equipe que teriam encontrado a “múmia alienígena”, são velhos conhecidos das fake news: em 2015, eles já tinham inventado uma história semelhante, na qual outra múmia com feições humanas e alienígenas foi descrita como sendo de outro planeta. Por fim, um tal de Dr. Konstantin Kototkov, que também integra essa trupe malandra, tentou vender uma máquina que fotografa a alma das pessoas por US$ 850.
Outra característica estranha é o fato de a tal múmia ser inteiramente branca, dando a impressão de ser apenas um molde de gesso bem do mal feito, por sinal. As múmias costumam ter uma coloração mais parecida com a de couro envelhecido. Essa história deve servir para provar que nem tudo que está escrito na internet é verdade – apesar de nós mesmo já termos caído em algumas histórias, como foi o caso da mulher que fingiu ser cega por 28 anos.
Doutor? Não é o que dizem as academias científicas da Rússia
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