Artes/cultura
03/01/2017 às 04:01•2 min de leitura
Há alguns dias nos listamos aqui no Mega algumas características típicas de pessoas introvertidas. Nesse texto, falamos sobre a necessidade que pessoas introvertidas têm de ficarem sozinhas com certa frequência – e isso não significa, de modo algum, que gostam menos de seus amigos ou familiares. O Live Science publicou, recentemente, os resultados de um estudo que mostra um dos motivos pelos quais pessoas introvertidas gostam tanto de solidão.
A pesquisa conseguiu comprovar que há diferenças nos mecanismos cerebrais de pessoas introvertidas e de pessoas extrovertidas. Ao que tudo indica, os introvertidos são os que menos prestam atenção nos rostos das pessoas. Isso explicaria por que eles trocam facilmente sessões de interação social por livros, filmes, séries e afins.
Para a pesquisadora Inna Fishman, esse tipo de estudo nos ajuda a entender que os conceitos de personalidade não são puramente psicológicos, mas também neurocientíficos, afinal muitas características neuronais influenciam na forma como uma pessoa se comporta.
Existe sempre mais de uma maneira para definir o tipo de comportamento de uma pessoa. Pode-se dizer, portanto, que ela é organizada, ansiosa, animada, agitada, estudiosa, comunicativa, tímida e por aí vai. Para a neurociência, no entanto, há cinco tipos principais de personalidades cerebrais, digamos assim: extroversão, neuroticismo, afabilidade, consciência e abertura/intelecto.
Para entender mais o funcionamento cerebral do introvertido, Fishman e seus colegas analisaram as atividades cerebrais de 28 pessoas com idades entre 18 e 40 anos. Entre os voluntários estavam tanto pessoas introvertidas quanto levemente extrovertidas e altamente extrovertidas.
Os cientistas se apegaram apenas a um tipo de atividade cerebral formada por impulsos elétricos e conhecida como P300 – essa atividade é considerada um indicador de atenção. Para avaliar as variações de padrão de estímulo cerebral, os participantes foram submetidos a diversas situações que incluíam desde a realização de tarefas específicas até mudanças de ambiente, como alterações nas salas onde as pessoas estavam, indo de um lugar calmo para outro extremamente agitado.
Para observar as diferenças de estímulos cerebrais, os participantes foram submetidos a um teste que os cientistas chamam de “tarefa excêntrica”. Basicamente, os voluntários viram uma série de imagens parecidas, como várias fotos de carros azuis e, de repente, o padrão mudava, e o que se via era a foto de um carro vermelho.
No caso do teste realizado pela equipe de Fishman, os participantes viram vários rostos masculinos e, de tempos em tempos, um rosto feminino era exibido. Eles também observaram fotos de flores roxas que, de vez em quando, eram substituídas por fotos de flores amarelas.
Quanto maior era o nível de extroversão de uma pessoa, mais sua região cerebral era ativada com a exibição das fotos de rostos, o que nos diz que extrovertidos realmente prestam mais atenção nos semblantes das pessoas. Os introvertidos, por outro lado, tiveram respostas iguais tanto para flores quanto para fotos de rostos de pessoas.
Para Fishman, isso mostra que o cérebro de uma pessoa introvertida trata interações com pessoas da mesma forma que com objetos inanimados. É sempre bom reforçar que isso não significa que pessoas introvertidas não valorizam o convívio social; elas apenas não são tão empolgadas com ele como acontece com os extrovertidos.
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