Estilo de vida
08/05/2017 às 04:07•4 min de leitura
O ditador romano Caio Júlio César (100 a.C a 44 a.C), considerado por muitos acadêmicos como o maior líder militar de todos os tempos, simplesmente dispensa apresentações. Nasceu em Roma e pertencia a uma família da pequena aristocracia — da qual os integrantes afirmavam ser descendentes de Ascânio, filho do guerreiro troiano Eneias que, por sua vez, seria filho da própria deusa Vênus.
Construiu sua vida política aos poucos e andando a passos curtos, mas se tornou poderoso e influente. Assumiu diversos cargos públicos após prestar serviços militares na Ásia; dos 35 aos 37 anos, foi edis curuis e pontifex máximus de Roma; entre os 42 e 53 anos, saiu vitorioso nas batalhas na Gália e na Grécia, sem contar o fato de que foi ditador da Cidade Eterna dos 51 anos — por volta de 49 a.C. — até sua morte, quando foi assassinado por Brutus.
Considerando a obra deixada pelo próprio César — e também por seus biógrafos, Suetônio e Plutarco —, sabemos que, além de excelente militar, ele foi um ótimo líder. As importantes batalhas que liderou levaram ao aumento do poder da já notável república romana, e foi em grande parte por sua influência que ela se transformaria em Império Romano. Sendo assim, o site Business Insider trouxe os pontos mais importantes da liderança de César, que, de tão influente, ainda hoje serve de modelo para grandes governantes. Confira:
Bons líderes se destacam não apenas por seus feitos, mas também por como os demonstram. César, por exemplo, embora fosse famoso por fazer longos relatos de suas conquistas, em determinada ocasião, após uma breve batalha com Farnacles do Ponto na Ásia, apenas escreveu em seu relatório: “Veni, vidi, vici” — “Vim, vi, venci”. Bastaram essas três palavras para cativar os que as leram nas repartições romanas, e tal foi o efeito da frase que até hoje ela é lembrada!
O fato de César ser militar significava que sua vida era constantemente colocada em perigo. Contudo, isso não era um problema para ele. Prova de que o romano tomava a frente nos riscos foi a travessia que fez com suas tropas no rio Rubicão.
Quando fez isso, ele quebrou uma lei que proibia qualquer general de atravessar o rio com seu exército. Suetônio diz em seus escritos que, enquanto liderava seus soldados, César teria dito a frase “Alea jacta est”, que seria para nós como “a sorte está lançada”. Teve êxito na travessia e na posterior batalha.
Conforme mencionamos anteriormente, sua família não era tão influente, e César não nasceu ditador. Contudo, ele soube crescer em moral e liderança diante dos seus no decorrer da vida e não deixou que as adversidades — como a perda de uma herança quando jovem, por exemplo — o atrapalhassem em sua empreitada.
Na verdade, a ambição de estar no poder e o espírito de liderança o motivavam a nunca perder seus objetivos de vista. Plutarco cita uma frase dita pelo conquistador ao passar por uma pequena aldeia: “Garanto-lhe que prefiro ser o primeiro homem aqui que o segundo em Roma”.
Como líder militar e certamente estrategista que era, César sabia que nada era imutável, ainda mais se pensando em guerra. Em um pequeno espaço de tempo, pessoas morriam, batalhas aconteciam e tudo o que era planejado talvez tivesse que ser mudado. De acordo com o livro de Bill Yonne, “Júlio César: Lições de Liderança do Grande Conquistador”, César certa vez escreveu: “Na guerra, eventos de importância são o resultado de causas triviais”.
Um dos grandes erros que um líder pode cometer é se deixar levar por seus sentimentos e devaneios. Um líder bem-sucedido deve se afastar disso e ser o mais racional possível, de modo que sua autoconfiança não o destrua.
O mais sensato é que o líder seja ponderado, sabendo se utilizar de seus instintos e de sua racionalidade. César, descrevendo um erro fatal de seus inimigos gauleses, escreveu “na maioria dos casos, os homens acreditam voluntariamente no que desejam”, como forma de demonstrar que, mesmo sabendo que podiam ser esmagados, acabaram por se sacrificar na batalha.
Independentemente de que tudo corra como o esperado, nunca deixe de se preparar para o pior. Por mais que tudo esteja às mil maravilhas, ficar apenas parado observando as coisas irem bem e não fazer mais nada é um erro imperdoável — em se tratando de liderança.
E César não só sabia disso, como temia que isso acontecesse, tanto que escreveu em seus “Comentários sobre as Guerras Gálicas” que os deuses imortais deixavam que as pessoas que eles desejavam punir — por seus próprios erros — vivessem e prosperassem para que viessem a sofrer ainda mais por um revés maior das circunstâncias.
Se você está em um ótimo momento, fique ligado: César teria se dado bem se estivesse mais atento. Afinal, foi sob a sombra de seu olhar altivo e ditatorial que uma rebelião contra ele foi organizada e ele acabou sendo assassinado.
Autoconfiança é um dos principais pilares de um líder. Afinal, quem vai confiar em alguém que não confia em si mesmo? Essa característica nunca faltou ao grande conquistador romano. Plutarco relata em seu livro sobre a vida do ditador uma interessante história sobre quando o ainda jovem César foi sequestrado por piratas.
Os bandidos teriam pedido 20 talentos para libertá-lo, mas ouviram de César uma gargalhada como resposta e a instante réplica de que os meliantes não faziam ideia de quem haviam capturado — e ele mesmo ofereceu 50 talentos em resgate próprio. Como se fosse pouco, o romano ainda jurou de morte todos os piratas, fato que cumpriu assim que foi liberto, após reunir uma tropa que partiu em extermínio daqueles que o haviam prendido.
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