Artes/cultura
14/06/2017 às 10:23•4 min de leitura
Você já deve ter ouvido falar a respeito do Barão Vermelho, certo? Só para esclarecer, não nos referimos à banda de rock nacional tão conhecida pelos brasileiros, mas sim a Manfred von Richthofen — que, já que estamos fazendo esclarecimentos, não teve qualquer participação no famoso crime que abalou o nosso país no início dos anos 2000!
O Manfred von Richthofen de quem vamos falar foi um militar alemão da Primeira Guerra Mundial que se transformou em um dos homens mais temidos pelos ases aliados e entrou para a História como um dos maiores pilotos de todos os tempos.
Manfred von Richthofen
Mais conhecido como Barão Vermelho — por pertencer a uma família de aristocratas e por pintar seus aviões de vermelho —, segundo os registros que existem sobre a extraordinária carreira de Manfred von Richthofen, ele abateu seu primeiro avião inimigo no dia 17 de setembro de 1916.
Depois disso, o piloto alemão passou os 19 meses seguintes entrando em batalhas aéreas épicas e derrubando caça após caça — o que rendeu a ele o título de ás com o maior número de aviões abatidos da guerra. Você deve estar se perguntando quantas aeronaves o Barão Vermelho abateu durante o conflito, certo? Pois, de acordo com as estimativas, foram 80 vitórias em um período de apenas 1 ano e meio.
Manfred nasceu em maio de 1892 e fazia parte de uma família nobre da Prússia com longa história militar. Ele aprendeu a caçar ainda pequeno, com seu pai, e entrou para a escola de cadetes quando tinha apenas 11 anos de idade. No início da Primeira Guerra Mundial, antes de se tornar piloto, Manfred atuou como oficial de reconhecimento da cavalaria, entregador de correspondências e operador de telefone no campo de batalha.
Na verdade, o começo de sua carreira militar não foi o que podemos chamar de muito excitante, e o próprio alemão se sentia desapontado com a falta de “ação” em campos de batalha. Então, após ser transferido para o setor de suprimentos do exército, onde também se sentia entediado, Manfred pôs os olhos em uma aeronave alemã e se ofereceu para servir o Serviço Aéreo Imperial Alemão.
Início lento
Mas não ache que Manfred iniciou sua jornada nas forças aéreas como piloto! Ele começou como observador em missões de reconhecimento e tinha que ficar sentadinho no banco traseiro das aeronaves. Aliás, não pense que o salto para o banco dianteiro foi tranquilo, já que ele se acidentou na primeira vez que realizou um voo solo. Por sorte, um dos grandes pilotos a serviço da Alemanha na época viu a determinação do rapaz e o convidou para fazer parte de um esquadrão chamado Jasta 2.
E foi a partir daí que a carreira de Manfred “decolou”, e ele começou a se estabelecer como um respeitado piloto de caça. Ele estava realizando uma patrulha sobre a França quando abateu seu primeiro avião inimigo — uma aeronave britânica que o alemão perseguiu e derrubou a tiros de metralhadora. Depois de conquistar sua 16ª vitória, o piloto se tornou comandante do esquadrão Jasta 11 e, para comemorar a conquista, pintou sua aeronave, um Albatros Biposto, de vermelho.
Preparando-se para a batalha
Foi então que Manfred começou a ser chamado de Barão Vermelho por seus oponentes — embora ele também fosse conhecido entre seus inimigos como “Diabo Vermelho”, “Pequeno Vermelho” e “Cavaleiro Vermelho”.
Sob o comando do Barão Vermelho, o esquadrão Jasta 11 se tornou uma das unidades aéreas mais letais da Primeira Guerra Mundial. E não foi à toa que o grupo ganhou essa fama! Só para você ter uma ideia, apenas em abril de 1917, os pilotos da Jasta 11 derrubaram nada menos que 89 aeronaves britânicas — das quais, 21 foram abatidas por Manfred, cujo estilo de voo consistia em perseguir os inimigos a partir de posições mais altas, mergulhar e abatê-los com sua metralhadora.
Posando com outros ases
O Barão Vermelho quase saiu de combate ao ser atingido de raspão na cabeça durante uma batalha aérea e sair gravemente ferido do embate. Manfred chegou a sofrer traumatismo craniano, além de ficar paralisado e cego temporariamente, mas voltou à ativa assim que pôde. Então, no dia 20 de abril de 1918, o lendário piloto contabilizou sua 80ª — e última — vitória, ao abater um Sopwith Camel britânico.
No dia seguinte, 21 de abril de 1918, enquanto seu esquadrão se encontrava sobre a França em batalha contra um grupo de caças britânicos, Manfred foi atingido no torso por um disparo inimigo e caiu em um campo de beterrabas. O Barão Vermelho morreu momentos depois, ainda dentro de sua aeronave, e, apesar de ser o ás mais temido — e odiado — pelos pilotos aliados, recebeu honras dignas de um herói de guerra.
Até hoje existe certo debate sobre quem, afinal, foi o homem que disparou o tiro que derrubou o ás mais lendário de todos os tempos — o capitão canadense Arthur Roy Brown ou um dos muito oficiais australianos que se encontravam em solo disparando contra o Barão Vermelho durante a fatídica batalha aérea —, mas todos concordam que qualquer piloto do mundo se sentiria honrado em cumprimentar o alemão.
Enterro com honras militares
Manfred von Richthofen foi sepultado com honras militares no dia seguinte à sua morte por seus próprios inimigos, e seu caixão — coberto de flores — foi carregado nos ombros por seis membros da Royal Flying Corps do Reino Unido. Além disso, durante o enterro, soldados australianos apresentaram suas armas e lançaram três salvas de tiros para o Barão Vermelho. Seu corpo permaneceu na França até 1975, quando seus restos mortais foram exumados e levados de volta à Alemanha — hoje se encontram enterrados no jazigo da família, em Wiesbaden.
Jazigo familiar
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