Ciência
06/07/2017 às 10:22•3 min de leitura
Você já ouviu falar a respeito de Amelia Earhart? Para quem não sabe, ela foi uma destemida aviadora norte-americana que entrou para a História como a primeira mulher a voar sozinha sobre o Atlântico e a receber a “The Distinguished Flying Cross” — uma importante condecoração concedida pelas Forças Armadas dos EUA por atos de heroísmo ou conquista extraordinária durante voos aéreos.
Essa pioneira da aviação conquistou muitos outros feitos e medalhas ao longo de sua carreira — carreira essa que acabou sendo interrompida em julho de 1937, enquanto tentava se tornar a primeira mulher a pilotar uma aeronave ao redor do mundo. A viagem de mais de 45 mil quilômetros foi iniciada no dia 1 de junho daquele ano, quando Amelia partiu de Miami com seu navegador, Fred Noonan.
Amelia Earhart
No dia 29 de junho de 1937, após percorrer cerca de 11 mil quilômetros, os dois pousaram em Lae, Nova Guiné. No entanto, a dupla enfrentou vários problemas por conta de imprecisões nos mapas que estavam usando, e a próxima parada, a pequenina Ilha Howland, situada no Pacífico, a pouco mais de 5 mil km de distância de Lae, seria a mais difícil até então.
Fred Noonan
Ciente do desafio, Amelia removeu todos itens que não eram essenciais da aeronave para poder carregar mais combustível — e levou o suficiente para poder percorrer outros 440 km em caso de emergência. Além disso, duas embarcações norte-americanas foram posicionadas de forma a marcar o caminho e um navio da Marinha dos EUA ficou ancorado nas proximidades da pequena ilha.
Amelia e Noonan partiram no dia 2 de junho às 10 da manhã — hora local — e, apesar de os relatórios climatológicos apontarem que os dois pegariam bom tempo, a aviadora enfrentou chuvas intermitentes e templo bastante nublado, o que dificultou ainda mais a navegação. A dupla chegou a se comunicar via rádio com o pessoal da marinha, mas as transmissões foram problemáticas, cheias de interrupções e prejudicadas pela estática.
O que — exatamente — teria acontecido?
Em uma das últimas mensagens, Amelia informou que acreditava estar voando sobre a embarcação, embora não conseguisse avistá-la, e que tinha tido problemas para se comunicar. Ela também informou que estava ficando sem combustível, mas o navio da Marinha não conseguiu estabelecer contato. Por fim, a aviadora disse que estava voando de norte a sul e, depois disso, nada mais foi transmitido.
Uma missão resgate foi imediatamente organizada, e se transformou em uma das maiores operações de busca marítima já testemunhada na História. Contudo, no dia 19 de julho, após cobrir uma área de quase 650 mil quilômetros quadrados e investir mais de US$ 4 milhões, a ação foi cancelada. Amelia foi finalmente declarada legalmente morte em 1939 e, desde então, seu desaparecimento intriga historiadores, especialistas em aviação e curiosos do mundo, e vira e mexe surgem teorias e possíveis pistas sobre o que realmente aconteceu.
Pois não é que esta semana surgiu uma nova (suposta) evidência sobre o destino de Amelia! Uma equipe de investigadores do History Channel teria encontrado uma antiga fotografia registrada após o desaparecimento da aeronave que, segundo acreditam, mostraria a aviadora viva em uma doca do Atol de Jaluit, nas Ilhas Marshall.
Fotografia descoberta nos Arquivos Nacionais
A fotografia foi descoberta na coleção do National Archives e mostra uma mulher com aparência semelhante à de Amelia — assim como um homem parecido com Noonam — sob a custódia de japoneses. Diversos analistas independentes que analisaram a imagem se disseram seguros de que o material não foi manipulado e acreditam que as pessoas da foto podem realmente ser os aviadores.
Segundo os investigadores, a foto teria sido descoberta em 2012, mas o resultado das análises — que se transformou em documentário — só foi revelado agora. De acordo com o que foi apurado, a imagem foi possivelmente clicada em 1937 e, entre pessoas que parecem ser nativas do Atol, é possível ver dois indivíduos caucasianos, um sentado na doca e o outro, em pé na parte esquerda da cena.
Será que eram eles mesmo?
Os investigadores concluíram que a mulher tem proporções corporais que correspondem às de Amelia, e ela está vestida de forma parecida à da aviadora. Com relação ao homem, os especialistas apontaram que tanto a altura como a linha do cabelo se assemelham às de Noonan. Além disso, ao fundo, os analistas identificaram a embarcação japonesa Koshu rebocando o que eles acreditam ser a aeronave acidentada de Amelia.
E tem mais: de acordo com rumores que circulam nas Ilhas Marshall, a dupla de aviadores sobreviveu ao acidente, mas foi levada a Saipan, nas Ilhas Marianas, pelos japoneses, mantida sob custódia por suspeita de espionagem e falecido por lá. O governo japonês nega ter qualquer registro de que Amelia ou Noonam foram mantidos como prisioneiros, mas muitos documentos da época foram destruídos na Segunda Guerra Mundial.