Ciência
16/10/2014 às 12:36•3 min de leitura
Quem nunca ouviu falar sobre Harry Houdini, o ilusionista mais famoso de todos os tempos? No entanto, nem todo mundo conhece a trágica história desse icônico personagem, do qual inclusive falamos um pouquinho em uma de nossas animações aqui do Mega Curioso. Filho de um rabino, Houdini nasceu em Budapeste, na Hungria, em 1874, e seu nome verdadeiro era Ehrich Weisz.
Sua família se mudou para os EUA em busca de uma vida melhor enquanto Ehrich ainda era pequeno e, no início, a vida dos Weisz não foi nada fácil. Para ajudar em casa, o jovem Ehrich vendia jornais e trabalhava como engraxate, mas não demorou muito para que o menino começasse a mostrar interesse pela carreira artística.
Mas não pense que Houdini fez a sua estreia artística como mágico! Em sua primeira aparição pública — aos 9 anos de idade —, Houdini se apresentou como “Ehrich, o Príncipe dos Ares”, atuando como trapezista. No entanto, por alguma razão, quando o menino tinha 12 anos de idade, ele resolveu fugir de casa e ficou um ano desaparecido.
Ninguém sabe o que aconteceu durante o tempo em que Ehrich esteve longe de casa, mas, depois de voltar, ele trabalhou como mensageiro, assistente de fotografia e fazendo gravatas para ajudar a família. Foi também nessa época que Ehrich e seu irmão Theo começaram a se interessar pelo ilusionismo — e que ele adotou o famoso nome artístico.
Para criar o novo nome, Ehrich se inspirou no mágico francês Robert Houdin — de quem era fã —, acrescentando um “i” ao final do sobrenome do ídolo. Já o Harry foi mais fácil, pois essa nada mais era do que a forma americanizada de seu apelido, Ehrie.
Ehrich saiu de casa — já como Harry Houdini — aos 17 anos de idade para seguir a carreira de mágico, e quando tinha 20, ele já se apresentava regularmente em pequenos espetáculos por todo o estado de Nova York. Não demorou muito para Harry se casar e entrar para um circo, e lá começou a desenvolver e aperfeiçoar seus famosos truques.
Houdini foi ganhando fama depois de fazer inúmeras demonstrações durante as quais ele se livrava de algemas e escapava de celas de cadeia, e inclusive recebeu vários certificados das prisões que atestavam suas habilidades como escapista. E, após se tornar famoso por todo o país, Houdini fez uma turnê pela Europa e, eventualmente, realizou o sonho de ter um espetáculo só dele.
Foi durante sua temporada na Europa que Houdini incluiu as camisas de força e os caixões ao repertório de truques. Alguns anos depois, quando já era uma estrela de renome, o ilusionista passou mostrar seus talentos em Hollywood e, além de atuar em filmes — e até ganhar uma estrela na Calçada da Fama —, ele abriu seu próprio laboratório, o The Film Development Corporation.
Na década de 20, após o falecimento da mãe — de quem era muito próximo —, o mágico começou a se interessar pelo ocultismo. Mais precisamente, Houdini queria contatar a mãe falecida, mas passou a se dedicar à tarefa de desmascarar médiuns e videntes, já que, graças às suas habilidades como ilusionista, tinha mais facilidade do que os cientistas em expor fraudes. Houdini inclusive publicou um livro sobre suas experiências investigando o oculto!
Houdini se tornou o maior mágico ilusionista do mundo, mas morreu de forma prematura aos 52 anos. E não pense que foi por que um de seus truques deu muito errado durante uma das apresentações! Houdini faleceu por conta de uma peritonite — uma inflamação na membrana que recobre a parede abdominal e as vísceras — após ter o apêndice rompido em decorrência de uns belos socos que levou de J. Gordon Whitehead, um estudante de Montreal.
Segundo os relatos, o rapaz o procurou para comprovar se ele realmente era capaz de suportar qualquer pancada como dizia. No entanto, antes que Houdini tivesse tempo de se preparar para receber o golpe, Whitehead acertou o no abdômen quatro vezes. Durante os dois dias seguintes, o ilusionista continuou se apresentando mesmo sentindo muita dor, e se recusou a procurar ajuda.
Quando Houdini finalmente resolveu ir ao médico, mesmo com o diagnóstico de apendicite aguda, ele se negou a passar por uma cirurgia de emergência. Em vez disso, o ilusionista continuou com as apresentações, mas acabou desmaiando antes do final de um dos espetáculos. Ainda assim, Houdini só concordou em ser levado ao hospital no dia seguinte e, apesar de ter o apêndice removido, já era tarde demais para que os médicos pudessem salvá-lo.