Por que a pele de Michael Jackson se tornou branca?

11/06/2015 às 05:223 min de leitura

Quando uma pessoa se torna famosa, a história da sua vida passa a ser pública e, nesse sentido, poucos foram tão expostos e assediados quanto Michael Jackson, o eterno Rei do Pop. Famoso desde a infância, o cantor cresceu obcecado pela fama e pelo sucesso, ainda que esse mesmo sucesso tenha dado à obsessão um ar sombrio e doentio.

Perfeccionista, Michael buscava fazer seu melhor não apenas em seu trabalho como cantor, compositor e dançarino, mas também no quesito estético, moldando o próprio corpo por meio de incontáveis procedimentos cirúrgicos. Talvez a mudança mais evidente tenha sido a que fez no nariz e, claro, no tom da pele, que ficou branca com o passar dos anos, apesar de Michael ter nascido negro.

Quem acompanhou a carreira do cantor desde o início percebeu a diferença na cor da pele de Michael principalmente quando o álbum History foi lançado, em 1995. Antes, em Thriller, de 1982, Michael estava completamente diferente. Foram necessários pouco mais de dez anos para que o maior ícone da música pop fizesse a transição.

Vitiligo e lúpus

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À época, Michael e sua família declararam que o cantor tinha vitiligo, uma condição que despigmenta partes da pele, provocando manchas mais claras em diversas regiões do corpo. Geralmente, os primeiros sinais da condição são percebidos entre os 10 e os 30 anos – em 30% dos casos, a condição é hereditária, ou seja, está presente também em outros membros na família.

O fato é que Michael reportou que, além do vitiligo, era portador do lúpus, uma doença autoimune que também pode provocar a despigmentação da pele. Em uma entrevista à Oprah em 1993, Michael falou sobre o vitiligo: “É algo que não posso controlar. Quando as pessoas inventam histórias sobre eu não querer ser quem sou, isso me machuca. É um problema para mim. Eu não posso controlar. E o que dizer sobre as milhões de pessoas que tomam sol para ficar mais morenas, para se tornar algo diferente do que são? Ninguém fala nada sobre isso”.

O dermatologista de Michael, Dr. Arnold Klein, confirmou a condição do cantor, que teria sido diagnosticada em 1984. Dr. Klein afirmou também que o Rei do Pop era portador de lúpus.

Teorias

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O fato é que estávamos diante de uma mudança radical sofrida por uma das pessoas mais famosas e assediadas do planeta, e, logicamente, os meios de comunicação noticiavam informações complementares sobre o que poderia ter provocado a mudança na pele de Michael. Além da grande repercussão na imprensa, vários boatos e teorias conspiratórias surgiram para tentar explicar o acontecido.

Uma dessas conspirações defendia a ideia de que Michael teria utilizado um creme à base de monobenzona, uma substância capaz de provocar a despigmentação da pele, associado com outros medicamentos manipulados. Essas conspirações se fundamentavam também no fato de que muitas das cirurgias plásticas pelas quais Michael havia passado alteraram os traços de seus lábios, olhos e nariz, supostamente com a finalidade de deixá-los com traços caucasianos.

Apesar de tantas teorias e fofocas, a causa exata do clareamento de pele de Michael Jackson ainda era desconhecida. Quem abordou novamente o tema foi a galera do Today I Found Out, com base nos depoimentos do médico legista Dr. Christopher Rogers, um dos responsáveis pela autópsia do cantor.

Confirmação

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Dr. Rogers confirmou que, de fato, o cantor era portador de vitiligo, e que a despigmentação provocada pela condição era mais severa no rosto, no peito, no abdômen e nos braços de Michael. Ainda assim, de acordo com o dermatologista Dr. Hanish Babu, o Rei do Pop passou por procedimentos de clareamento de pele – inclusive, isso é comumente realizado por quem tem vitiligo.

Muitas pessoas desconfiavam de Michael quando ele falava sobre o vitiligo, alegando que os primeiros sinais da condição nunca foram expostos. Nesse sentido, vale lembrar que o cantor sempre procurou corrigir essas “imperfeições” com maquiagem.

Assim que as marcas começaram a aumentar e o processo de maquiagem se tornou muito difícil e cada vez mais trabalhoso, o cantor resolveu mudar de estratégia e dar início ao processo de clareamento da pele, com o uso do creme feito com monobenzona e com um acompanhamento médico constante.

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Depois da morte do cantor, em 2009, diversas embalagens da pomada feita com monobenzona foram encontradas em sua casa. De acordo com o Dr. David Sawcer, o vitiligo afeta a pele de alguns pacientes de tal forma que o clareamento passa a ser o tratamento mais recomendado, quando as manchas esbranquiçadas passam a cobrir a maior parte do corpo dessas pessoas.

A mudança acarretou outras consequências além do visual. Com a pele extremamente sensível, Michael precisava tomar um cuidado redobrado quando se expunha ao sol e, por isso, chegava a cobrir totalmente o corpo, usando máscaras, chapéus e sombrinhas mesmo nos dias mais quentes.

O fato é que, gostem os curiosos ou não, apenas Michael Jackson sabia o verdadeiro motivo pelo qual tinha enfrentado o processo de clareamento de pele. Hoje, pelo menos, já se sabe que, de fato, o clareamento aconteceu.

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