Artes/cultura
17/07/2017 às 03:01•4 min de leitura
Filha de: Benito Mussolini
Benito Mussolini, como você sabe, foi o ditador fascista que esteve no comando da Itália entre os anos de 1922 e 1943. Além de tocar o terror enquanto esteve no poder e desmantelar o regime democrático que reinava em seu país, Mussolini ainda se aliou aos japoneses e aos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e, seguindo o — péssimo — exemplo de Hitler, também passou a perseguir os judeus abertamente.
Edda Mussolini
Pois esse cara procriou e teve seis filhos, entre eles Edda — famosa por sua imensa teimosia e personalidade forte. Ela foi uma fiel defensora do regime instaurado por seu pai, admiradora confessa de Adolf Hitler e inclusive incentivou Mussolini fortemente a entrar na Guerra. Mas, surpreendentemente, ela se casou com Galeazzo Ciano, um conde italiano que, embora fosse fascista, foi abertamente contra as políticas de guerra do sogro e detestava os nazistas.
Edda e seu marido, Conde Galeazzo Ciano
Em 1943, o regime fascista foi derrubado, e Edda e seus familiares foram buscar refúgio junto aos nazistas. Só que Ciano não só foi proibido de entrar na Alemanha, como foi preso, acusado de traição e executado a mando de Mussolini por um esquadrão de fuzilamento. Edda, então, virou a casaca e passou a exigir que, em vez de as pessoas se referirem a ela como “filha de Mussolini”, ela fosse chamada de “esposa de uma vítima do fascismo”.
Filho de: Idi Amin
Caso você não se recorde de ter ouvido falar a respeito de Idi Amin, ele foi um ditador militar pra lá de sanguinário que governou Uganda de 1971 a 1979 — e sua trajetória foi retratada por Forest Whitaker no filme “O Último Rei da Escócia”, cuja interpretação rendeu um Oscar ao ator.
Forest Whitaker e Idi Amin
Idi foi responsável pela morte de centenas de milhares de pessoas — um dos métodos usados por ele era alimentar crocodilos com as suas vítimas! —, e seu governo foi marcado por perseguição étnica, nepotismo, assassinatos, repressão política, violação de direitos humanos, corrupção e péssima administração econômica. O ditador foi derrubado e permaneceu exilado durante 24 anos até que, em 2003, faleceu por conta de uma insuficiência renal.
No entanto, Idi teve uma porção de filhos — a estimativa é que ele tenha tido nada menos que 43 rebentos —, e um deles, Faisal Wangita, possui um “currículo criminal” que inclui fraude, posse de armas, roubo e — como não? — assassinato. Depois do exílio de Idi, Faisal morou com a mãe em diversos países — entre eles a Arábia Saudita e a Alemanha —, até se estabelecer na Inglaterra.
Faisal, à direita
Eis que, em vez de Faisal ficar de boa e tentar levar uma vida de paz no anonimato, ele se uniu a uma gangue em Londres e, em 2007, se envolveu em uma briguinha — que envolveu tacos de baseball, marretas e facas — com um bando rival que acabou com vários feridos e a morte de um rapaz somali. O filho do ditador foi acusado do crime e permaneceu preso durante cinco anos e, mais tarde, foi deportado para Uganda.
Filho de: Teodoro Obiang Nguema Mbasogo
Teodoro “pai” é o atual ditador da Guiné Equatorial e está no comando dessa pequena nação africana desde 1979, quando depôs o então presidente — que, por sinal, era seu tio —, que foi julgado e condenado à morte por fuzilamento. Nguema assumiu o posto e, de lá pra cá, já foi acusado de fraude, roubo e apropriação de dinheiro público e está entre os chefes de Estado mais ricos do mundo, embora ele governe um país pobre.
Teodoro "pai"
Pior ainda: existem rumores de que o governante seria responsável por torturar e matar oponentes e de que ele teria devorado partes de seus corpos também. Pois, como se ter o Teodoro “pai” em circulação fosse pouco, existe ainda o Teodoro “filho” — que leva uma vida digna de playboy.
O cara chegou a ser dono de uma mansão em Malibu estimada em US$ 35 milhões, de um jatinho Gulfstream V avaliado em US$ 38 milhões e uma coleção de carrinhos que incluíam sete Ferraris, cinco Bentleys, quatro Rolls-Royces, duas Lamborghinis, dois Porsches, dois Maybachs e um Aston Martin. Há cerca de dois anos, o Departamento de Justiça dos EUA ordenou que Teodoro devolvesse US$ 30 milhões ao povo de seu país, então ele foi obrigado a vender parte de suas posses.
Teodoro "filho"
E de onde veio esse dinheiro todo? Teodoro “filho” é vice-presidente da Guiné Equatorial, que é o terceiro maior produtor de petróleo da África Subsaariana. Só que, em vez de investir no povo, os governantes do país — ou seja, Teodoro “pai” e família — foram acusados inúmeras vezes de enriquecer cometendo crimes de extorsão, lavagem de dinheiro e toda classe de corrupção.
Filho de: François Duvalier
Conhecido como um dos ditadores mais perversos do mundo, François “Papa Doc” Duvalier foi eleito presidente do Haiti em 1957 — depois de prometer que melhoraria a vida da população mais pobre do país. Entretanto, ao assumir o posto, François instaurou um governo de terror durante o qual ele teria ordenado o assassinato de um número estimado em 60 mil pessoas.
Papa Doc
O homem morreu em 1971, mas não pense que os haitianos se livraram completamente de sua sina. Infelizmente, Papa Doc teve quatro filhos, entre os quais estava Jean-Claude “Baby Doc” Duvalier, que estava longe de ser flor que se cheire e acabou assumindo o posto do pai como ditador aos 19 anos de idade.
Baby Doc foi incrivelmente mimado e, segundo os rumores, quando ainda era criança, saiu disparando loucamente com uma arma e acabou matando dois de seus guarda-costas e um chofer. E, depois que se tornou ditador, Jean-Claude adotou a mesma linha sanguinária de governo do pai e foi acusado de embolsar dinheiro público e se beneficiar dos recursos do país.
Baby Doc
Ele ficou no poder até meados da década de 80, quando foi derrubado por uma revolta popular, e faleceu em 2014, aos 63 anos. No entanto, ele e seu pai deixaram para trás um rastro de sangue, fome, dívidas e desvio de dinheiro público que até hoje afeta a população do Haiti.