Ciência
27/07/2020 às 14:00•4 min de leitura
Incesto é um tema considerado tabu em praticamente todas as culturas do mundo. O incesto é caracterizado por relacionamentos entre pessoas com parentesco próximo — como primos consanguíneos, tios e sobrinhos, irmãos e até pais e filhos —, ele não só é incrivelmente malvisto, como também é condenado pela maioria das religiões e proibido por lei em quase todos os países ocidentais.
No entanto, apesar de ser um assunto pra lá de incômodo, isso não significa que o incesto não aconteça. Exemplos disso são os casos famosos de famílias incestuosas reunidos por Briana Jones, do portal All That Is Interesting, e que você pode conhecer a seguir:
Não é nenhum segredo que os antigos reis egípcios mantinham as coisas “em família” com o objetivo de garantir a pureza de sua linhagem, e com Tutancâmon não foi diferente. Um abrangente estudo realizado com o corpo do jovem faraó — e sobre o qual nós aqui do Mega Curioso falamos em uma matéria que você pode acessar através deste link — revelou uma série de informações a respeito de seu passado.
Tutancâmon foi submetido a uma necropsia virtual com mais de 2 mil escâneres computadorizados que apontaram que ele tinha dentes tortos e quadris com formas afeminadas. Os exames ainda apontaram que o antigo rei egípcio sofria de epilepsia do lobo temporal e com a doença de Köhler, um doloroso problema no pé que o deixou manco.
Além disso, análises genéticas mostraram que os pais de Tutancâmon eram irmãos, fato que pode não só ter contribuído para vários dos problemas hereditários que ele apresentava, mas também ter resultado em sua morte prematura. Aliás, ademais de ter sido o produto de um casamento incestuoso, o próprio Tut se casou com sua meia-irmã, Anquesenamom — ela chegou a engravidar duas vezes, mas perdeu as crianças em ambas as ocasiões.
Segundo Briana, durante vários séculos, a Casa de Habsburgo, da Áustria, foi a dinastia real dominante na Europa e, além de seus integrantes estarem à frente do trono austríaco por mais de 600 anos, casamentos estratégicos permitiram que seu poder se expandisse para as cortes da Hungria, Boêmia e até para a Espanha.
Rei Carlos II
No entanto, o problema é que, com o passar do tempo, em dado momento praticamente não restavam mais nobres e monarcas europeus que não fossem da Casa de Habsburgo — o que deu origem a uma longa lista de casamentos incestuosos. Tanto é que registros históricos apontam que, durante o reinado dessa dinastia na Espanha — que durou 200 anos, entre os séculos XVI e XVII — ocorreram vários casos.
Na verdade, os historiadores suspeitam que foram justamente os casamentos incestuosos que levaram à extinção da linhagem, pelo menos em terras espanholas. Isso porque, no ano de 1700, o Rei Carlos II morreu aos 38 anos sem deixar herdeiros, e muitos acreditam que o monarca era estéril por conta de deformações congênitas resultantes de séculos de prática da endogamia pela Casa de Habsburgo.
Nahienaena foi uma princesa havaiana que subiu ao poder no século XIX, durante um turbulento período de transição da história do Havaí. Na época, os missionários cristãos começaram a ganhar bastante influência no arquipélago, entrando em conflito com os líderes locais, que tentavam se manter fiéis às suas crenças — e Nahienaena, filha do rei Kamehameha com Keopuolani, foi criada pela mãe na fé cristã.
O problema é que, de acordo com Briana, embora Nahienaena fosse seguidora do cristianismo, os monarcas havaianos encorajavam a união entre os membros da mesma família, e ela acabou se casando com o próprio irmão. O casório enfureceu os cristãos e súditos convertidos do arquipélago, e a pobre princesa foi rejeitada pelo seu povo.
Acontece que Nahienaena amava seu irmão, mas, dividida pela situação, pediu perdão aos missionários e se casou novamente, desta vez com alguém fora da família, com o filho do Rei Kalanimoku, um rapaz chamado Leileiohoku. No entanto, a princesa logo descobriu que estava grávida, e seu irmão anunciou aos quatro ventos que o filho era dele — o que levou o povo a rejeitar Nahienaena novamente.
Depois disso, a princesa havaiana permaneceu reclusa até o nascimento da criança — uma menina que, infelizmente, apenas sobreviveu por algumas horas. Nahienaena, por sua vez, viveu em isolamento com a culpa até morrer, alguns meses depois.
O caso que vamos contar agora é mais curioso que chocante e envolve o naturalista britânico Charles Darwin, famoso por propor a teoria da evolução, que foi casado com Emma Wedgwood Darwin, sua prima de primeiro grau. O casal teve dez filhos, dos quais três faleceram ainda pequenos e outros três eram estéreis.
Conforme contou Briana, o mais interessante é que, em se tratando de Darwin, é óbvio que ele mantinha registros superdetalhados a respeito da saúde de sua família — e quando os filhos apresentaram problemas, o naturalista passou a associá-los com suas observações feitas anteriormente em plantas que haviam sido cruzadas entre si.
Foi então que o britânico começou a suspeitar que suas crianças podiam ter herdado doenças devido ao histórico familiar de casamentos entre parentes. Mais tarde, pesquisadores analisaram quatro gerações das famílias Darwin e Wedgwood e descobriram que muitos integrantes de ambos os lados se casaram entre si e, como o próprio naturalista desconfiava, os problemas de saúde de seus filhos eram resultado de sua linhagem genética.
Barbara Daly Baekeland foi uma socialite norte-americana que se tornou famosa na década de 1930. Além de aparecer nas páginas de revistas como a Harper’s Bazaar e a Vogue, ela e seu marido, Brooks Baekeland, eram conhecidos por seu estilo de vida decadente, repleto de festas extravagantes, muita bebida e traições.
Acontece que, de acordo com Briana, Barbara também tinha vários problemas mentais — e Brooks acabou se cansando da personalidade explosiva dela e decidiu se divorciar. Antony, o filho do casal, foi viver com a mãe e, assim como ela, era mentalmente instável e, ademais, sofria de esquizofrenia.
Só que as coisas começaram a ficar feias de verdade quando Antony completou os 20 anos e Barbara descobriu que ele havia se envolvido com um rapaz chamado Jake Cooper. Na tentativa de “ajudar” o filho, ela teria contratado inúmeras prostitutas para convencer o jovem a fazer sexo com mulheres.
O pior é que, quando sua estratégia não deu resultados, dizem que Barbara decidiu ela mesma resolver a questão, manipulando o filho e convencendo Antony a se relacionar sexualmente com ela. O caso terminou, como você pode imaginar, de maneira trágica, com o rapaz matando a mãe com uma faca de cozinha.
A história de Baekeland se transformou em um livro e, mais tarde, foi levada às telonas com o longa “Pecados Inocentes”, de 2007. E apesar de este ter se tornado um caso de incesto pra lá de comentado, um dos amantes de Barbara disse que acreditava que ela havia espalhado o boato de que havia tido relações sexuais com o próprio filho simplesmente porque gostava de chocar as pessoas.
Já que mencionamos um caso de incesto que ficou conhecido por envolver pessoas famosas, achamos que, então, não podíamos deixar de contar a história de John Phillips, líder da banda The Mamas & The Papas — das músicas “California Dreamin’” e “Monday Monday” —, com sua filha, Mackenzie.
Segundo Briana, Phillips compôs a maioria das músicas do grupo e, há alguns anos, Mackenzie revelou em um livro que os dois tiveram um relacionamento incestuoso quando ela tinha 19 anos de idade. Conforme disse, na véspera de seu primeiro casamento, pai e filha usaram drogas e iniciaram um caso que durou dez anos.
O relacionamento só terminou quando Mackenzie engravidou e começou a temer que o bebê fosse de seu pai. Ela contou que, na ocasião, Phillips teria pagado para que a gravidez fosse interrompida, e o caso entre os dois terminou.