Estilo de vida
16/03/2017 às 15:06•2 min de leitura
Segura Berenice, que lá vem treta: você sabia que a Igreja Católica já realizou uma espécie de celebração entre pessoas do mesmo sexo? Alguns textos escritos entre os séculos 8 e 14 compravam essa afirmação, apesar de a união não se chamar “casamento”, mas sim “fraternidade”.
Mesmo o nome sendo diferente, na prática era quase o mesmo que um casório. Dois homens se prostravam em frente a um altar, diante de um padre, para jurar que iriam compartilhar o pão, o vinho e as riquezas para o resto da vida. Os dois ainda colocavam a mão sobre o Evangelho para fazer seus votos e terminavam a cerimônia com um beijo. Quer amor maior do que isso?
Os textos sempre se referem a casamentos masculinos, então não dá para ter certeza se as mulheres também tinham esse direito. É importante lembrar que elas não eram muito valorizadas naquela época, por isso relatar uma união entre mulheres poderia ter sido pensado como algo dispensável.
Apenas relatos de uniões masculinos resistiram ao tempo
Agora, qual era a real finalidade dessas uniões ainda é uma incógnita para os pesquisadores. Alguns acreditam que elas eram apenas uma forma de mostrar comprometimento perante Deus em questões menos afetivas, como dois irmãos que jurassem compartilhar uma herança de maneira justa, por exemplo.
Outros historiadores defendem que essa união estável era, sim, aquilo que consideramos o casamento gay nos dias de hoje. Para sustentar essa teoria, frases como “Uniram-se não pela natureza, mas pela fé” e “Irão se amar alegremente sem ferir o outro ou se odiar, todos os dias de suas vidas”, presentes nos textos, reforçam a ideia de que a tal “fraternidade” era muito mais do que um sentimento apenas de carinho.
Claro que alguns homens com parentesco fizeram essa cerimônia e possuem seus nomes registrados nos textos que sobreviveram ao tempo, provavelmente usando a celebração realmente como forma de um contrato de irmandade. Porém, a grande maioria dos casos era de homens solteiros sem nenhuma relação sanguínea.
Homens dividiam a vida com promessas de amor e benção da igreja
Acredita-se que a Igreja Católica tenha diminuído e posteriormente parado com essas cerimônias a partir do final do século 13. São Tomás de Aquino (1225-1274) foi um dos que criticava duramente as relações homossexuais, dizendo que o casamento deveria ser apenas entre um casal formado por homem e mulher que tinham o intuito de criar filhos.
É importante lembrar que o catolicismo também sofreu fortes mudanças na Idade Média, então é possível que tenha sido redefinido nessa época o que deveria ser considerado casamento. E se a tal fraternidade era de fato um casório gay, a Igreja Católica enterrou as provas em um lugar muito profundo de onde dificilmente deverá ressurgir. Ou será que volta algum dia?
São Tomás de Aquino condenava as relação homoafetivas