Ciência
15/05/2019 às 05:30•4 min de leitura
Quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Independente do posicionamento religioso de cada um, todos temos noção do que é considerado pecado, especialmente dentro do universo cristão. Para o cristianismo, pecado é tudo aquilo que afronta os preceitos sagrados de Deus, e entre tudo o que pode ser feito de errado há sete pecados que são considerados mortais. Você já se perguntou por que isso acontece?
O site What Christians Want to Know frequentemente publica conteúdos que visam esclarecer o cristianismo. O colunista Jack Wellman explicou algumas questões a respeito dos pecados capitais segundo o Rei Salomão, e nós resolvemos compartilhá-las com você.
Segundo a Bíblia, Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo. No calendário, uma semana tem sete dias. Já para os fiéis da Israel antiga, a pausa acontecia durante o sábado – o sétimo dia da semana era tanto para o descanso como para cultos religiosos.
Na raiz hebraica, a palavra “sete” significa “estar completo”, e justamente por isso não precisa que nada seja retirado ou adicionado. É um número considerado perfeito e bem acabado. Seguindo a lógica do pecado, a pessoa que comete os sete pecados mortais nomeados por Rei Salomão acaba desrespeitando Deus diretamente. Conheça esses pecados a seguir:
Para a Bíblia, o orgulho é o pecado que faz as pessoas olharem para as outras com soberba e superioridade. O Livro Sagrado explica, ainda, que o orgulho foi o motivo que provocou a expulsão de Lúcifer do paraíso e, consequentemente, a mudança de seu nome – Lúcifer significa “portador da luz”.
O orgulho por ter sido considerado o maior anjo do paraíso fez com que Lúcifer começasse a planejar formas de roubar o lugar de Deus. Quando foi expulso do paraíso, seu nome passou a ser Satã – no hebraico, significa “adversário” e “acusador”. É pelo comportamento de Lúcifer que o orgulho é visto pelos cristãos como a raiz de todos os pecados do mundo, e por isso ele aparece sempre listado em primeiro lugar.
O lago de fogo da segunda morte, repleto de anjos que foram expulsos do paraíso, é o destino dos mentirosos, de acordo com a explicação de Wellman. Lá, o tormento eterno está garantido, e, logicamente, o orgulho é tido como o estopim para uma boca mentirosa.
Para o cristianismo, quando mentimos estamos querendo esconder uma situação e exibir uma boa aparência, ainda que ela não seja verdadeira. A mentira também é vista como uma desculpa dada por aqueles que não estão fazendo a coisa certa – tudo isso com a finalidade de fazer com que o mentiroso seja visto de uma forma positiva, mesmo quando não merece.
Na Bíblia, a língua é comparada a uma pequena faísca, capaz de espalhar o fogo por uma floresta inteira. Embora seja uma pequena parte do corpo, é capaz de promover grandes eventos. “De uma mesma boca procede bênção e maldição”, diz um trecho de Tiago (3: 7-10).
Assim como Jesus Cristo foi morto mesmo sendo inocente, qualquer um que fira ou mate um inocente é considerado um grande pecador. Wellman explica que atualmente há mais condutas que se encaixam neste pecado capital.
Além de matar e machucar, é culpado também aquele que incentiva o consumo de bebidas e drogas, por exemplo, porque está facilitando a ocorrência de alguma tragédia. E adivinha só! O orgulho é novamente visto como a raiz de mais um pecado capital.
Não é apenas quem mata que peca. Se o crime foi planejado por outra pessoa, essa pessoa também vai ser condenada. Além dos casos de assassinatos, crimes em geral também são considerados pecados mortais.
Quem rouba alguém ou planeja qualquer tipo de crime está indo contra os preceitos divinos também. Wellman cita como exemplos casos de estupro, assassinatos, assaltos e outras infrações que são ilegais conforme a justiça dos homens.
O pecado aqui consiste em se prontificar a ajudar alguém a fazer o mal. A lógica é a de que, se os pés estão dispostos a correr em direção ao mal, farão o mal também. Wellman destaca, ainda, a ambição dentro desse pecado. São pessoas que não hesitam em fazer algo errado em busca de um bem próprio. Mentem, enganam, agridem, roubam e matam sem pensar na gravidade do que fazem. São os indivíduos que tiram vantagens daqueles que estão vulneráveis.
Em tempos atuais, Wellman compara a ação de quem encontra uma bolsa perdida, por exemplo, e resolve ficar com ela, mesmo tendo a possibilidade de devolvê-la para o dono. São as pessoas que têm atitudes erradas sem ao menos refletir sobre elas. Querem o caminho mais fácil, a recompensa maior e acreditam que outros indivíduos são apenas pedras no meio do caminho.
E, mais uma vez, voltamos ao pecado-raiz, que é o orgulho, a motivação que está por trás de quem mente a respeito de outras pessoas. Quem dá um falso testemunho geralmente coloca outras pessoas em condição de julgamento, as fazendo pagar por algo que não realizaram. É o pecado de quem tem o costume de jogar a culpa nos outros com o objetivo de se sair bem de situações complicadas.
Wellman contextualiza esse pecado ao citar como exemplo possíveis desentendimentos em ambientes de trabalho. Quando algo dá errado, sempre há aquela pessoa que culpa alguém que nem está presente para se defender.
Aqui o autor explica que a pessoa que planta intrigas, faz fofocas ou cria conflitos está indo em direção aos pecados que mais ofendem a Deus. De acordo com Wellman, quem realiza esses atos é como aquele que joga material inflamável em um incêndio que outros estão tentando apagar. Além do mais, a pessoa fofoqueira e intrigueira também é cheia de orgulho – quer colocar os outros em maus lençóis para mostrar que é superior.
Por outro lado, o site All About explorou a visão social e literária dos sete pecados capitais – talvez seja a versão com a qual você esteja mais acostumado. Confira:
1 – Luxúria: ter necessidades e desejos intensos. Segundo a Bíblia, aquele que olha para uma mulher com desejo já está cometendo adultério.
2 – Gula: o excesso de apetite por comida ou bebida.
3 – Cobiça: a ganância excessiva e abusiva de ter alguma coisa ou estar com determinada pessoa.
4 – Preguiça: a falta de energia e vontade para realizar determinadas atividades.
5 – Ira: indignação forte ou vingativa.
6 – Inveja: ressentimento pela conquista alheia, seguido do desejo de conseguir a mesma coisa.
7 – Orgulho: sentir-se orgulhoso e superior aos demais.
Essas são duas leituras possíveis dos sete pecados capitais. Se você conhece mais alguma, conte para a gente nos comentários!
*Publicado em 22/09/2015