Estilo de vida
05/11/2015 às 04:53•4 min de leitura
O satanismo, ao contrário do que possa parecer, não está focado na adoração a Satanás e na realização de rituais obscuros. De acordo com a Igreja de Satã — fundada em meados dos anos 60 nos EUA —, existe todo um fundamento por trás dessa “religião” e, basicamente, ela faz oposição ao cristianismo e se apoia na liberdade, no individualismo, no orgulho e na aceitação da verdadeira natureza humana.
Assim, sua prática está baseada no materialismo, no proveito próprio, no fortalecimento do ego, no questionamento de tabus e na promoção de justiça social, entre outros “contra” valores. Para os satanistas, o céu e o inferno não existem, assim como os anjos e os demônios, e os seguidores não acreditam que exista um Deus salvador, mas sim que os homens são os donos de seus próprios destinos.
Aliás, os seguidores do satanismo não veem Satanás como uma divindade, mas adotaram sua figura de forma simbólica por pensar que ele representa e personifica suas crenças. No entanto, conforme apontou Patrick Dunne, do portal ListVerse, existem formas alternativas de satanismo — no sentido de ir contra uma religião e moral afetada por grupos de origem cristã —, e nós, aqui do Mega Curioso, selecionamos cinco delas para você conhecer. Veja a seguir:
Você associaria uma organização que tem como propósito encorajar a empatia e a benevolência, assim como defender a justiça e o senso comum, com Satanás? Pois esses são os objetivos dos seguidores do Templo Satânico, que, ao contrário do que possa parecer, não “adoram” o Diabo — apenas o consideram um símbolo contra a autoridade e a tirania.
Os membros do Templo Satânico — que fica em Nova York, nos EUA — denominam a organização como religião e acreditam que, como tal, ela deve se apoiar na ciência e no pensamento crítico. Além disso, segundo os seguidores, o satanismo adotado por eles permite que os membros realizem rituais simbólicos, criem um senso de identidade próprio e formem uma comunidade de pessoas que compartilham de crenças semelhantes.
O grupo ganhou notoriedade há pouco mais de um ano, quando anunciou que pretendia instalar uma estátua de Baphomet (contendo um pentagrama e acompanhada das figuras de duas crianças) no Capitólio de Oklahoma. A iniciativa foi proposta depois que um monumento com os Dez Mandamentos foi colocado no edifício — pois se os cristãos podem, por que os satanistas não? —, e o caso gerou uma baita confusão que resultou na remoção da obra religiosa.
A organização também promoveu uma “Missa Rosa” perto da sepultura de uma religiosa extremista que fazia campanha contra a homossexualidade em 2013. O encontro envolveu a participação de diversos casais homossexuais, que se beijaram diante do túmulo da mulher para torná-la “gay” no além.
Conforme o próprio nome sugere, a demonologia se dedica ao estudo dos demônios — e não é considerada um movimento religioso propriamente dito. No entanto, alguns demonólogos conduzem rituais. Como eles atribuem poderes específicos para cada uma das entidades, figuras específicas são invocadas dependendo do propósito da cerimônia realizada.
Vale destacar que nem todos os demonólogos são adoradores de Satanás, e muitos optam por adotar um demônio — entre a enorme variedade à disposição — como patrono. Além disso, os seguidores da demonologia têm três interpretações diferentes com respeito a essas entidades.
Uma seria que esses espectros são deuses, já que a palavra “demônio” é derivada do grego daemon, que significa divindade. Outra interpretação seria que eles personificam energias, e a terceira explicação seria que os demônios são entidades pecadoras e especialistas em tentar as pessoas.
Fundado por Michael Aquino nos anos 70 — um tenente-coronel do Exército dos EUA que era membro da Igreja de Satã, mas se desligou do movimento —, o Templo de Set é uma organização que tem como principal filosofia o desenvolvimento do potencial esotérico de cada um através da formação pessoal, do acúmulo de experiências e da autotransformação.
Os membros do Templo de Set não veneram Satanás, mas sim o deus egípcio Set, que, segundo acreditam, é a forma mais antiga do Príncipe das Trevas de que se tem notícia e cuja adoração remonta, como mínimo, ao ano 3.200 a.C. Sua doutrina está baseada na investigação introspectiva e tem como principais objetivos honrar e preservar a consciência e entender o que faz de cada pessoa um indivíduo único para, então, fortalecer todas as peculiaridades de seu ser.
O Luciferianismo, como você deve ter deduzido, tem como figura central Lúcifer, e não Satanás. Ao contrário do Satanismo, a doutrina não está necessariamente focada na oposição ao cristianismo, mas sim na busca do conhecimento, do desenvolvimento individual, da superação de limites pessoais, da sabedoria, da autodisciplina, da superioridade espiritual, da independência e da liberdade.
Para os luciferianos, é de vital importância questionar tudo e todos e superar a própria ignorância, além de assumir o controle da própria vida e usar todo o potencial pessoal para intensificar as possibilidades de conseguir o que cada um almeja. Além disso, Lúcifer não representa a personificação do mal — como ocorre no cristianismo —, mas simboliza a sabedoria e serve como referência para a conquista da iluminação espiritual.
O dualismo baseado no cristianismo é uma forma de Satanismo que aceita a teologia cristã e a noção de que existe uma guerra entre Deus e Satanás — só que essa turminha está torcendo para que o maligno vença no final. Segundo acreditam, as duas figuras são os seres mais poderosos do Universo, e Satã teria força suficiente para sobrepujar o Criador.
Aparentemente, as ideias nas quais o dualismo se baseia têm sua origem no zoroastrismo — uma religião fundada na Pérsia Antiga pelo profeta Zaratustra —, especialmente na eterna batalha entre o deus da luz e o da escuridão, Ahura Mazda e Ahriman, respectivamente.
No entanto, os seguidores do dualismo veem Satanás como sendo o cara do bem nessa história, já que teria sido ele quem dotou os homens de liberdade e sabedoria, enquanto Deus apenas quer ver seus filhos como escravos. Em outras palavras, este tipo de satanismo é uma espécie de cristianismo ao contrário, no qual o maligno seria o responsável por salvar a humanidade de um Criador tirano e cruel.
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