Ciência
03/08/2019 às 08:00•3 min de leitura
A Igreja de Nossa Senhora, em Munique, é a obra-prima do arquiteto Jorg von Halsbach. Criada durante o século 14, ela carrega consigo uma lenda pra lá de bizarra. Segundo as histórias, Jorg teve problemas para conseguir o financiamento necessário para concluir a igreja, por isso ele teria pedido ajuda de outro mundo para tal feito.
O acordo com o Diabo tornaria a igreja um local escuro, sem janelas. Porém, no dia da entrega da obra, o próprio Tinhoso teria conferido a construção. De onde ele se encontrava, não era possível observar nenhuma janela, o que tornava o acordo válido. Mas, ao adentrar o templo, logo reparou algumas janelas que antes estavam escondidas atrás de colunas. Irritado, ele prontamente bateu o pé, deixando sua pegada no local.
É claro, tudo não passa de uma grande lenda da cidade, mas ninguém sabe dizer ao certo como esse azulejo apareceu por lá.
Há um número surpreendente de “pontes do Diabo” pela Europa. Muitas das histórias são semelhantes, envolvendo um local que era muito difícil de se construir, levando os responsáveis pelas obras a pedirem uma ajudinha ao Capiroto. Na verdade, é só uma maneira bizarra de explicar como algumas façanhas de engenharia foram feitas.
A ponte em Teufelsbrücke, na Suíça, é uma das que têm sua história baseada em uma lenda. A pequena estrutura foi construída em um local complicado e mudou a rotina dos pastores da região para melhor. Porém, foi um verdadeiro pesadelo para os responsáveis pela construção, que tiveram que fazer o seu trabalho sobre a fúria do rio Reuss.
Desesperado para concluir o atalho, a lenda conta que um pastor suíço fez um acordo com o Diabo. Em troca da construção da ponte, a entidade iria ganhar o direito de reivindicar a primeira alma que cruzasse o local.
Condições acordadas, o Diabo construiu a ponte e, no dia da inauguração, o pastor enviou uma cabra para ser a primeira a atravessar o local. Indignado com o truque, o Demônio pegou uma pedra enorme para destruir o seu trabalho, mas foi barrado por um crucifixo colocado no local e voltou para o inferno.
Atualmente, mais pontes foram construídas no desfiladeiro, mas as pessoas continuam a contar a mesma velha história.
Pintura feita no local
O “Purgatory Brook Falls” é uma área bem isolada em New Hampshire, nos Estados Unidos. No início de 1800, o local foi fonte de água para todas as fábricas de madeira da região, até que um grande incêndio destruiu muitas delas em 1950.
As quedas superiores recebiam frequentes festas e piqueniques. Lá existe um grande buraco que, curiosamente, foi nomeado de “Panela de Feijão do Diabo”. Segundo a lenda, o Diabo havia voltado suas atenções à população da cidade. Então, disfarçado de um homem normal, ele ofereceu um grande jantar para muitos convidados. Quando ele estava cozinhando feijões em um dos buracos da rocha, acabou se queimando. Furioso, ele revelou sua verdadeira identidade para os que ali festejavam.
Supostamente, qualquer um que seja corajoso o suficiente para subir no local vai encontrar nomes e datas esculpidos nas rochas: são as identidades das pessoas que foram subornadas pelo Demônio por seus saborosos jantares.
Localizado na parte sul da Sérvia, há um monumento nacional cujo nome pode ser traduzido como “Cidade do Diabo”. A paisagem foi corroída por intempéries, formando torres de rochas – algumas que parecem estar usando chapéus.
Mesmo com todas as explicações científicas sobre o fenômeno, a aparência singular do local fez com que surgissem algumas lendas. Em uma delas, o Diabo ficou tão perturbado com as pessoas boas, humildes e religiosas que viviam na área que amaldiçoou a água, fazendo com que todos se esquecessem quem deveria se relacionar com quem. Isso levou a uma das maiores afrontas à ordem religiosa e natural das coisas: o casamento entre irmãos. Uma fada interveio e orou pelo fim de um desses relacionamentos. Como resultado, todas as pessoas que estavam presentes naquela festa de casamento foram transformadas em pedra.
A água do local é até mil vezes mais rica em minerais do que as nascentes próximas, o que deixou o leito do rio vermelho. Por isso, a história da água amaldiçoada pelo Capeta persiste até hoje.
Outra lenda contada na região diz que as colunas de pedras são demônios que foram presos por moradores de uma aldeia próxima. Outros dizem que são restos de uma igreja destruída pelo Capiroto.
*Publicado em 2/3/2016