Artes/cultura
05/06/2019 às 06:00•3 min de leitura
Para muita gente, não tem problema nenhum: ao se deparar com um pequeno mofo no pão ou em um pedaço de queijo, a primeira opção é pegar uma faca para retirar a parte embolorada e pronto, pode comer. Por outro lado, tem quem não pense duas vezes e já manda os alimentos embolorados direto para o lixo.
É claro que depende do tamanho do mofo para ser aceitável retirar o pedaço e comer o alimento normalmente. No entanto, como dissemos antes, há quem não se incomode. Mas será que não faz mal comer pão ou queijo bolorento? Que tipo de reação o nosso corpo pode sofrer ao ingerir o bolor?
Segundo o Today I Found Out, embora nem todos os mofos sejam ruins de ingerir, muitos deles são perigosos. Tanto que existem cerca de 300 mil tipos de bolores conhecidos. Então, o mais indicado é tentar evitar o consumo de alimentos mofados, principalmente por crianças, que têm o sistema digestivo mais sensível.
Porém, mesmo aqueles mofos que são ruins nem sempre causam algum tipo de efeito prejudicial na saúde da pessoa que o ingere. Para se ter um exemplo, vamos citar uma substância produzida por alguns dos bolores: a aflatoxina. Essa substância aumenta as chances de um indivíduo ter câncer e ainda é capaz causar vários outros problemas de saúde, embora esse efeito não seja imediato.
Até agora, ao ler esse artigo, você pode estar pensando: “Ok, às vezes podemos comer sem grandes riscos, mas em alguns casos é mais perigoso. Se decidam!”. Pois é isso mesmo, caro leitor, tudo depende do tamanho do bolor e do tipo do alimento que está mofado.
Em se tratando de pão e queijo, é importante compreender que o bolor visível que você vê na superfície do pão e do queijo também envia “raízes” para baixo nos alimentos, que você provavelmente não percebe quando corta a parte mais crítica. Nos bolores mais perigosos, esses filamentos podem conter substâncias tóxicas.
No caso de queijos duros, como o parmesão, o mofo já tem mais dificuldade de penetrar profundamente. Por isso, nesse caso, é praticamente seguro cortar bem o mofo de fora e descartá-lo. Mas, atenção: apenas raspar o bolor visível não é o suficiente. É preciso cortar o alimento mais profundamente para se certificar de que você está se livrando dos possíveis filamentos que se infiltram.
No entanto, de qualquer forma, se você perceber que o aroma está bem característico de mofado, o melhor é descartar mesmo e não se arriscar. E cuidado: não aspire de perto o mofo, pois isso pode causar problemas respiratórios.
Assim como o parmesão, queijos considerados duros e semiduros, como gruyère, grana padano, pecorino, suíço, queijo prato e muçarela (acreditem, este nome é escrito com "ç"), são considerados seguros para serem comidos após a parte mofada ser cortada.
Já queijos mais macios, como o nosso Minas, a ricota, o cottage e os queijos cremosos, devem ser jogados fora assim que algum mofo for notado sobre eles. Além disso, qualquer tipo de queijo que esteja picado ou esfarelado deve sempre ser descartado se estiver coberto de bolor.
No entanto, existem queijos deliciosos em que o próprio mofo é a característica principal deles, como o gorgonzola e o roquefort, que são chamados também de “queijos azuis” devido ao bolor escuro enviesado em seu conteúdo. Nesses casos, obviamente, o mofo contido neles é perfeitamente seguro para ser consumido. Afinal, esse é o atrativo principal deles.
O camembert e o brie têm uma casca branca que também é formada por um tipo de mofo. Ambos também são seguros. Há quem não goste da casca e a remova. No entanto, se você notar qualquer outro tipo de bolor estranho nessas opções cremosas, é melhor cortá-lo ou mesmo jogá-lo fora.
No caso do queijo ralado, se você viu um ponto de mofo, o melhor é descartar o pacote inteiro, mesmo que o bolor não seja visível em todo o conteúdo, pois nessa versão ele se espalha rapidamente.
No caso dos pães, não tem jeito, infelizmente o melhor a fazer é jogá-los fora quando você descobre o mofo. Ainda que seja possível cortar facilmente a parte contaminada, o pão é muito poroso, e o bolor tem muito mais “liberdade” em espalhar seus filamentos por todo o alimento, ao contrário do que acontece com os queijos duros.
Os pães de forma também podem ser considerados “condenados” quando um ponto de mofo atinge uma fatia. Como o bolor se espalha incrivelmente rápido, é provável que as outras fatias do pão do pacote também estejam mofadas, mesmo que você ainda não possa ver os pontos embolorados.
No caso das frutas, como morangos, uvas, maçãs, peras, pêssegos e ameixas, que têm a casca fininha, o melhor a fazer é também descartá-las quando observar mofo, pois ele penetra muito facilmente nelas. No caso da laranja, só é possível utilizá-la se o ponto de bolor for muito pequeno, caso contrário, deve ir para o lixo.
Agora, alimentos prontos, como comidas guardadas em potes na geladeira por muito tempo que você abre depois de séculos e o mofo já virou aquele monte de musgo verde ou de pelos, obviamente não estão adequados para consumo. O mesmo vale para embutidos, geleias, enlatados abertos e outras opções.
*Publicado em 08/01/2015