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07/05/2015 às 09:08•2 min de leitura
Embora as amígdalas sejam uma das partes dispensáveis do corpo humano, elas não são fáceis de eliminar. Na verdade, mesmo depois de serem arrancadas, elas podem crescer novamente. Para quem não sabe, as tonsilas são pequenas esferas feitas de tecido linfoide que se se encontram na base da língua e na parte de trás da garganta.
Nos bebês, elas agem como parte importante do sistema imunológico, podendo combater germes que eles normalmente ingerem. Quando você cresce, elas perdem sua função, e na maioria das pessoas, encolhem e desaparecem.
Na fase adulta, o corpo humano já é capaz de eliminar patógenos. Além disso, outras partes mais importantes do sistema imunológico assumem o papel das amígdalas. Todavia, há duas razões que justificam o reaparecimento delas. A primeira é que o cirurgião deixou acidentalmente um restinho do tecido ao removê-las. Já a segunda é que ele fez a mesma coisa, mas propositalmente.
Quando você faz uma amigdalectomia corretamente, todo o tecido deve ser removido, assim as chances de retorno das amígdalas são menores. Entretanto, há uma complicação ao retirá-las que causa uma rara incidência de regeneração.
“As tonsilas se juntam com a parte de trás da língua, bem no comecinho dela. Portanto, nem sempre é possível definir onde ela termina”, informa o doutor Richard Rosenfeld, chefe do departamento de otorrinolaringologia da SUNY Medical Center. “Por esse motivo pode sobrar um pouco do tecido depois da operação”, complementa.
No último século, o processo de retirada das amígdalas tem sido muito padrão, bastando cortá-las fora. Esse procedimento costumava ser popular em casos em que a criança frequentemente inflamava a garganta. Porém, nas últimas décadas ele foi sendo deixado de lado. Hoje em dia, a amigdalectomia é reservada exclusivamente para pacientes cujas tonsilas são grandes o bastante para interferir na respiração.
Nos EUA, algumas regiões adotaram um novo método de remoção parcial das amígdalas. Nele, os médicos apenas retiram o tecido excedente, em vez de arrancá-lo por completo. Alguns sugerem que essa técnica ajudaria no processo de recuperação, embora não haja um consenso entre os especialistas.
O ponto negativo dessa cirurgia é que deixa intencionalmente partes da tonsila, facilitando assim sua regeneração a partir das antigas amígdalas. Vale destacar que isso não é corriqueiro, sendo mais comum acontecer em crianças pequenas cujo tecido linfoide ainda está em crescimento. Segundo Rosenfeld, dos milhares de operações que ele já fez, apenas um paciente retornou com novos exemplares
Por outro lado, os adenoides – tecidos linfáticos situados entre o nariz e a parte de trás da garganta – geralmente são retirados junto com as tonsilas. Todavia, eles podem se recuperar mais frequentemente do que elas. Visto que os adenoides estão espalhados pela cavidade nasal, os médicos não conseguem removê-los completamente, o que faz com que eles possam crescer de novo facilmente.
Enfim, saiba que só porque você retirou as tonsilas, isso não significa que elas não aparecerão nunca mais na sua boca. Se estiver curioso para saber se as suas amiguinhas voltaram, basta pegar um espelho e conferi-las – elas devem estar bem no fundo da boca, provavelmente do mesmo tamanho das originais.