Saúde/bem-estar
02/09/2015 às 04:29•2 min de leitura
A cada dia, 150 mil pessoas morrem. O que você talvez não imagine é que o local de nascimento de uma pessoa pode influenciar drasticamente a idade que ela vai ter quando morrer. Um vídeo divulgado recentemente pela Vox nos mostra alguns dados preocupantes a respeito do assunto. Ele não está legendado, mas nós vamos explicar tudo para você.
Primeiro você precisa entender o conceito de “anos de vida perdidos”. Digamos que a expectativa de vida de uma pessoa seja de 86 anos, mas ela morre em um acidente de carro aos 21 anos. Esses 65 anos que ela não viveu são considerados anos de vida perdidos em decorrência de um fator externo, que foi, nesse caso, o acidente de carro.
Esse cálculo de anos de vida perdidos ajudou a revelar por que as pessoas morrem antes do esperado. Além dele, é claro, o canal analisou diversos dados sobre expectativa de vida, causas de morte, condições de saúde e sociedade em diversas culturas. Tudo isso foi feito levando em consideração as mortes ocorridas em 2013 em todo o mundo.
No continente africano, as maiores causas de morte são provocadas por doenças infecciosas, como pneumonia, malária e diarreia – todas facilmente tratáveis em países desenvolvidos. Outro dado preocupante com relação à África: das pessoas que morrem todos os anos no continente, 40% têm menos de 15 anos de idade.
Na Arábia Saudita, a principal causa de morte são os acidentes de carro. Por lá, é culturalmente comum que jovens se arrisquem fazendo manobras ousadas em seus veículos – isso não acontece apenas na Arábia Saudita, mas também em países próximos.
Em nossa vizinha Venezuela, onde os índices de criminalidade são assustadores, estima-se que 25 mil pessoas sejam assassinadas todos os anos e, por isso, o que mais mata por lá parece ser mesmo a violência. O fato de que apenas 8% dos crimes são julgados no país aumenta ainda mais a confiança de gangues que trabalham em bandos e agem sem medo. Na Colômbia, o cenário não é muito diferente.
A violência também é a principal causa de morte na Síria, mas, nesse caso, estamos falando de violência de guerra. Na China, que viu sua economia crescer exponencialmente nos últimos tempos, é possível perceber que houve melhora na qualidade de saúde, de uma maneira geral.
De qualquer forma, como lembrou o vídeo, uma economia mais forte geralmente implica em uma baixa qualidade de alimentação. Países desenvolvidos são campeões no consumo de gordura e açúcar, sem falar, é claro, em fatores como sedentarismo e poluição do ar. Ainda que os chineses estejam vivendo mais, o estilo de vida proporcionado por essa economia emergente aumenta a probabilidade de que as pessoas sofram acidentes vasculares cerebrais (AVC ou “derrame”, em linguagem popular).
Nos países desenvolvidos – grupo no qual o Brasil faz parte, segundo o vídeo –, as maiores causas de morte prematura são doenças cardíacas, o que é um paradoxo, pois problemas no coração geralmente são associados ao avanço da idade.
“Em países pobres, as maiores ameaças são doenças que matam as pessoas mais cedo, mas, em países ricos, a morte tipicamente vem depois de uma vida muito mais longa, mesmo quando chega antes do que é ditado pela expectativa de vida. Então a boa notícia é que, em geral, os anos de vida perdidos estão diminuindo em quase todas as categorias em todo o mundo. As pessoas estão vivendo mais, no geral. Mesmo que toda essa conversa sobre morte pareça meio deprimente, é realmente uma boa notícia”, finaliza a Vox no vídeo. Você concorda?
Atualização: Alguns leitores questionaram o fato de o Brasil ter sido considerado, pela equipe da Vox, que fez o vídeo, um país desenvolvido. Vale lembrar que isso tem relação com as causas de morte e, ainda que economicamente sejamos um país muito longe dos países de primeiro mundo, isso quer dizer que não temos tantas mortes provocadas por questões sanitárias ou por falta de atendimentos básicos de saúde, como acontece com países muito pobres no continente africano.