Artes/cultura
05/02/2016 às 08:04•2 min de leitura
Vivemos em uma época na qual a homossexualidade é vista, por muitos, como algo errado, repulsivo e pecaminoso. Quem não tem muito conhecimento sobre o tema ao longo da História pode se surpreender, mas a verdade é que essa preocupação em julgar a sexualidade alheia parece ser coisa nova. Duvida? Então continue a leitura:
Na Grécia Antiga, a passagem dos homens para a vida adulta incluía a interação entre um mentor e um jovem rapaz – de vez em quando, essa interação era sexual.
Além disso, relacionamentos amorosos homossexuais também eram comuns entre adultos. No século 4 a.C, haviam tropas gregas formadas por casais homossexuais masculinos. Essas tropas faziam parte do Exército de Tebas, e a crença era de que o amor entre os casais os ajudava a lutar com mais força.
Os americanos nativos do Mississippi dos séculos 17 e 18 falavam sobre a existência de um terceiro gênero, que era quando uma pessoa tinha aparência tanto masculina quanto feminina. Era comum que alguns homens, por exemplo, assumissem trabalhos tradicionalmente femininos, usassem vestidos e se relacionassem com outros homens. Em termos sociais, eram pessoas reconhecidas por desempenhar um papel vital, e muitas vezes sagrado, em suas comunidades.
É interessante reparar que aspectos visuais andróginos e comportamentos homossexuais não chocavam, de forma alguma, as pessoas de então. Da mesma maneira, homossexuais e andróginos não eram discriminados nem tinham seus papéis sociais marginalizados, como acontece ainda em nossa sociedade “moderna”.
As leis nigerianas atuais condenam mulheres lésbicas à prisão e até mesmo à pena de morte – pois é. Há menos de 100 anos, no entanto, a coisa era BEM diferente, e o casamento entre mulheres era comum, ainda que a união acontecesse sem envolvimento sexual, por isso não falamos em casamento lésbico.
Basicamente, as mulheres eram incentivadas a se casar com outras mulheres por uma questão de influência social e de mecenato – além disso, elas eram vistas como líderes depois do casamento. É interessante observar também que senhoras mais velhas e mais ricas se casavam com meninas mais jovens. As com mais idade permitiam também que seus companheiros ou amantes mantivessem relações com suas esposas jovens. A função dos homens aqui era a de facilitar a reprodução.
Os membros da tribo Etoro acreditam que a força vital do homem está no sêmen, e, para passar essa força vital de uma geração para a outra, os homens mais velhos e os mais jovens participam de rituais durante os quais praticam sexo oral uns nos outros. Tradicionalmente, essa prática melhora a visão que as mulheres têm dos homens da tribo.
Relações sexuais entre homens é algo tão normal que o sexo heterossexual é proibido durante 260 dias do ano. Além disso, é proibido fazer sexo heterossexual em locais próximos aos quintais e às casas das pessoas. O sexo homossexual, no entanto, está liberado a qualquer momento, para que a força vital continue circulando.
O sexo homossexual não apenas era comum, como dois homens poderiam morar na mesma casa e dividir uma vida normalmente. Essa permissão, em papel, era somente para irmãos, mas na prática não era o que acontecia. Na verdade, uniões estáveis entre homens eram comuns em outras regiões da Europa Medieval, especialmente em países mediterrâneos.
Na Europa Pré-Moderna, há registros religiosos de uniões entre homens, que se casavam em igrejas. Os rituais eram realizados por padres de maneira bastante semelhante ao que acontece no casamento entre homens e mulheres.
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