Ciência
13/01/2017 às 04:00•3 min de leitura
Bater na madeira. Ter um trevo de quatro folhas na carteira. Carregar um pingente com um olho grego. Não passar debaixo de uma escada. Quem é que não conhece uma superstição transmitida de geração para geração, um mito que se espalha de acordo com uma cultura, um fato passado de pai para filho? Todos nós convivemos com uma porção deles.
Porém, tudo isso não é novo e acompanha o ser humano por toda a sua evolução, algumas vezes desempenhando um papel positivo, outras vezes nem tanto. Porém, essas superstições sempre afetam o comportamento humano e são carregadas de informações que muita gente desconhece. Confira 13 fatos interessantes sobre esses mitos.
1. Em algumas partes da Ásia, muitos casais planejam ter seus filhos durante aqueles anos ditos como "da sorte". Isso por causa da superstição de que, nessas datas, as pessoas são mais propensas a terem êxito na vida, a serem mais saudáveis, a estarem mais felizes na maior parte do tempo, entre outros mitos.
2. Mito? Talvez. Pesquisadores do Banco Mundial constataram que crianças vietnamitas nascidas nos "anos de sorte" eram mais saudáveis e bem mais educadas. Porém, possivelmente isso aconteceu porque elas nasceram em famílias emocional e financeiramente preparadas para elas. Sorte não tem nada a ver com isso.
3. Certas atitudes podem aumentar ou diminuir a confiança de uma pessoa, como realizar certos rituais para ter sorte ou determinar um número (ou data) como sendo azarada. Em 1993, pesquisadores de Londres informaram que, ao longo de três anos, o tráfego na estrada era mais rigoroso em uma sexta-feira 13 do que em um dia normal.
4. Superstições também podem vir para o mal. Em 2009, a Interpol calculou que uma a cada duas mulheres sul-africanas era estuprada. A maioria delas tinha menos de 18 anos de idade. Por que isso? Existe um mito, uma superstição, de que fazer sexo com uma virgem poderia curar um homem que tem o vírus da AIDS.
5. O biólogo evolucionista Kevin Foster define superstição como "identificações incorretas de relações causais". Porém, ele não considera o fato desagradável. Por exemplo, você não precisa entender a causa para se beneficiar de um comportamento. Ou seja, não é necessário ter conhecimentos científicos para acreditar em algo.
6. Um psicólogo de Tel Aviv descobriu que os israelenses de cidades atacadas por mísseis são bem mais supersticiosos do que os moradores de cidades livres dessas ameaças. Diante desse fato, ele constatou que o stress pode, muitas vezes, criar superstições e pessoas que acreditam nesses mitos.
7. Kevin Foster acredita que, entre todos os seres humanos, desde as primeiras pessoas existentes no mundo, a seleção natural sempre favorece os supersticiosos. Aqueles que têm um amuleto de sorte e se apegam a ele são muito mais confiantes em qualquer coisa que façam. Inclusive isso foi o resultado de um estudo feito em 2010 por pesquisadores alemães.
8. Este estudo também mostrou que, quanto mais supersticioso o participante era, mais eficaz ele se apresentava. Isso talvez se deva ao fato de ele se sentir capaz diante de um desafio com a certeza de que algo o protege. Isso tem sido associado à forma como as pessoas estão dispostas a persistir em uma determinada tarefa.
9. No século 18, os moradores da Escócia que criavam ovelhas levavam os seus animais para passar por galhos com ramos de sorva (uma frutinha vermelha) no Dia das Bruxas. Segundo os supersticiosos, isso protegia os bichos contra qualquer tipo de mal, como doenças, fantasmas, roubos, entre outras coisas.
10. Em 1974, os pesquisadores do estado da Georgia, nos Estados Unidos, realizaram um estudo entre os estudantes do ensino médio de todo o país e constataram que os jovens mais inteligentes eram menos supersticiosos do que aqueles que tinham uma inteligência "normal". Ou seja, quanto mais eles sabiam, menos espaço havia para a superstição.
11. Pessoas supersticiosas creem que o farfalhar da grama sempre significa que um predador está se aproximando. Isso quer dizer que, quando você ouve um barulho em uma mata, sempre vai descartar a possibilidade de ser o vento fazendo o seu papel na natureza e acreditar que pode ter um leão faminto por perto.
12. E animais? Eles podem ser supersticiosos? BF Skinner realizou uma pesquisa, ainda na década de 40, alimentando oito pombos em intervalos regulares. Entre uma comida e outra, seis animais repetiram o mesmo comportamento que sempre faziam quando o alimento aparecia, o que Skinner comparou a um ritual de jogos ou até mesmo a uma superstição.
13. Você conhece aquelas celebrações de Halloween que incluem risadas e muita diversão. Mas as superstições relacionadas à data — que nada mais é do que o festival celta dos mortos — não eram motivos de brincadeiras. Ainda hoje, algumas famílias mais tradicionais educam seus filhos para não fazerem nenhum tipo de jogo desagradável com o nome dos mortos.