Ciência
20/02/2018 às 03:00•4 min de leitura
O programa Chaves é o seriado mexicano de maior sucesso no Brasil. Criado pelo ator, escritor, diretor e humorista Roberto Gómez Bolaños em 1973, a série conta as peripécias do personagem que dá nome à atração, Chaves, uma criança carente que vive em uma vila e interage com os mais diversos e engraçados tipos, caricaturas bem humoradas de moradores clássicos dos subúrbios de países em desenvolvimento.
Extremamente populares até os dias atuais no Brasil, os personagens de Chaves conseguem com muito sucesso retratar tipos comuns com os quais interagimos em nossas vidas e talvez isso, juntamente com o humor inocente, ainda que muito inteligente, explique as legiões de fãs pelo mundo todo. A seguir, confira algumas curiosidades sobre o elenco e outras histórias que apenas os mais viciados no seriado conhecem!
1 — O primeiro episódio de Chaves, que no início era apenas um quadro do programa “Chespirito”, foi ao ar no dia 20 de junho de 1971. Chespirito era o apelido do ator Roberto Bolaños (Chaves).
2 — A personagem de Angelines Fernández, a Bruxa do 71, era assim chamada pois começou a trabalhar em 1971 com Roberto Bolaños. Foi esse também o motivo da escolha do número de seu apartamento, para que o apelido fizesse sentido.
3 — No México, o nome de Chaves era “El Chavo del Ocho”. Isso porque inicialmente o programa passava no canal 8, que, mais tarde, mudou de frequência e virou canal 9. O nome passou a ser justificado dentro da série pelo número do apartamento em que Chaves morava.
4 — Na história, o barril é apenas um esconderijo, e ele divide o apartamento com alguém que não apareceu em nenhum episódio (a porta do apartamento nunca chegou a aparecer também).
5 — O nome verdadeiro de Chaves nunca foi revelado, pois todas às vezes que ele tentava falar era interrompido (o apelido original “El Chavo” pode ser traduzido livremente como “O Menino”).
6 — Chaves ama sanduíches de presunto, mas aparece comendo apenas duas vezes essa iguaria na série.
7 — Maria Antonieta de las Nieves (Chiquinha) ficou grávida em 1974 e por isso se afastou da série. Nos episódios em que a personagem não estava presente, a desculpa dada na trama era que ela tinha ido morar com as tias no interior.
8 — Interpretada por Florinda Meza, Popis foi uma das personagens inseridas para cobrir o desfalque ocasionado pelo afastamento de Maria de las Nieves (Chiquinha) e no início tinha a voz fanha. Um homem disse a Bolaños que não iria mais ver a série porque seu filho tinha esse problema e as outras crianças começaram a tirar sarro dele na escola. Popis sumiu por um tempo e voltou reformulada, com a voz normal. Na versão brasileira, o contrário aconteceu: no início ela não era fanha, mas nos episódios seguintes passou a ser.
9 — Carlos Villagrán (Quico) recebeu uma proposta para trabalhar em um seriado na Venezuela. Os últimos episódios nos quais ele estava presente são os de Acapulco. A justificativa dada para a saída dele no programa era a de que Quico iria morar com uma madrinha.
10 — O Sr. Barriga mora na Rua Baleia, esquina com a rua Cachalote, na vila dos Elefantes.
11 — Edgar Vivar (Sr. Barriga) antes de ser ator era médico.
12 — Florinda, além de formar um casal com Girafales (Rubén Aguirre Fuentes) na ficção e ter começado a namorar Bolaños (Chaves) em 1978 também teve um romance com Carlos Villagrán (Quico) na vida real. Boatos dizem que foi por isso que os dois (Bolaños e Villagrán) ficaram afastados por muitos anos.
13 — Tangamandápio, cidade sempre citada pelo carteiro Jaiminho, realmente existe. É um pequeno município localizado no noroeste do estado Michoacán, no México. Em 2012, foi inaugurada na cidade uma estátua em homenagem ao personagem que sempre queria evitar a fadiga.
14 — O ator que interpretava Godinez era o irmão de Roberto Bolaños, Horácio Bolaños, e faleceu vítima de infarto em 1999.
15 — A icônica música que toca durante o encontro entre Dona Florinda e Professor Girafales na versão dublada para o português é inspirada no tema musical do filme "E o Vento Levou" (Tara's Theme).
16 — Em 1995, após Bolaños (Chaves) se esquecer de renovar os direitos da personagem Chiquinha, Maria Antonieta de las Nieves passou a possuí-los. Por isso novas obras, como o desenho animado do Chaves, por exemplo, não contêm a personagem.
17 — As últimas palavras ditas de Ramón Valdez (Seu Madruga) para Edgar Vivar (Sr. Barriga) foram: “Viu? Não paguei o aluguel!”.
18 — Carlos Villagrán (Quico) contou que quando foi visitar Ramón no hospital estava muito triste, e o ator que interpretava o Seu Madruga disse para ele se acalmar, pois eles iriam se encontrar “lá”. Carlos perguntou se iriam se encontrar no céu, e Ramón brincou: “Não, no inferno”.
19 — Angelines Fernández (Bruxa do 71), durante o funeral de Ramón Valdez, chorou por horas ao lado de seu caixão, recusando-se a sair dali.
20 — Carlos Villagrán não tinha que usar nenhum tipo de enchimento nas bochechas. Ele as enchia de ar e falava ao mesmo tempo.
21 — A ideia do famoso “Ta ta ta ta ta” do Professor Girafales, segundo o ator Rubén Aguirre, vem de um professor de sua infância chamado Celayo Rodríguez.
22 — Outra famosa frase, dita por Chaves no episódio “Vamos ao Cinema”, na versão dublada em português no Brasil, era o “Teria sido melhor ver o filme do Pelé”. Já na versão original, a frase era: “Hubiera sido mejor haber ido a ver la Película El Chanfle” (Em uma tradução livre “Teria sido melhor ver o filme El Chanfle”). Este, no caso, era um filme de comédia dirigido por Enrique Segoviano (que também era diretor das produções de Chaves e Chapolin) e estrelado por Bolaños. O filme do Pelé, citado na dublagem, seria Os Trombadinhas, no qual o ex-jogador atuava como ele mesmo.
Publicado originalmente em 9/4/2015