Estilo de vida
29/06/2019 às 05:00•4 min de leitura
Uma das características que diferenciam um exército do outro são os uniformes usados pelos soldados, e, conforme nós aqui do Mega Curioso já mostramos — em matérias que você pode acessar através deste link e deste aqui também —, não faltam exemplos de trajes militares muito esquisitos pelo mundo.
Hoje em dia, essas vestimentas normalmente são usadas apenas em ocasiões especiais ou desfiles — já que, para não chamar a atenção dos inimigos, os soldados quase sempre vestem roupas camufladas e em tons de verde, cinza ou marrom durante os conflitos. Entretanto, não pense que os militares sempre optaram pela discrição na hora de ir para a guerra!
Como você verá a seguir, de acordo com um artigo de George Oduor, do site Cracked, no passado existiram diversas classes de guerreiros que partiam para os combates vestindo indumentárias bem extravagantes. Aliás, em alguns casos, quanto mais chamativas e vistosas elas fossem, melhor! Confira:
Os hussardos eram membros de uma classe de cavalaria ligeira que se originou na Croácia e na Sérvia por volta dos séculos 14 e 15 e acabou se espalhando para vários países da Europa, ganhando bastante proeminência entre os séculos 18 e 19. No entanto, os poloneses resolveram mudar um pouco o estilo original e evoluíram para uma cavalaria equipada com pesadas armaduras um tanto quanto espalhafatosas. Veja:
As armaduras dos hussardos poloneses contavam com enormes asas que, com o passar do tempo, foram se tornando cada vez mais elaboradas. No início, os adereços foram introduzidos como simples pinturas nos escudos dos guerreiros, mas, depois, se transformaram em enormes estruturas feitas com penas de avestruz, cisne, ganso e águia que ficavam presas às costas dos soldados.
Segundo George, os historiadores não sabem ao certo qual era o propósito das asas, mas há quem acredite que o som criado pelo vento em contato com as penas quando os guerreiros disparavam com a cavalaria servia para assustar os cavalos dos exércitos inimigos. Outra teoria é que as estruturas protegiam os soldados de ataques a laço — mas nós acreditamos que os hussardos alados deviam parecer anjos da morte cavalgando para a guerra.
As guerras e batalhas eram as forças que moviam a religião e a economia asteca; portanto, sua sociedade era organizada em um rígido sistema de classes estratificadas no qual cada casta tinha um papel determinado para apoiar os guerreiros. Além disso, todos os homens eram treinados para as batalhas e os melhores deles passavam a fazer parte de unidades de elite especiais — é aqui que nós queremos chegar.
Os integrantes das diferentes unidades militares usavam indumentárias específicas; quanto mais elevado fosse o seu status, mais elaboradas eram as vestimentas. Assim, os Cuauhpipiltin (Guerreiros Águias), por exemplo, usavam e abusavam das penas e vestiam capacetes enfeitados que imitavam cabeças de águia, enquanto os Ocelopilli (Guerreiros Jaguar) contavam com um uniforme que certamente deixaria a Mulher Gato com ciúmes. Confira:
Galeria 1
Além dessas duas classes de guerreiros, existia ainda a dos Cuachicqueh (Guerreiros Tosquiados), formada, basicamente, pelos Águias e Jaguares que eram promovidos por sua bravura a generais. Esses soldados tinham a cabeça completamente raspada — com exceção de uma trancinha que ficava sobre a orelha esquerda — e os rostos pintados em azul, amarelo e vermelho e iam para as batalhas com um estandarte cheio de penas preso às costas. Veja:
Se depois de imaginar um bando de homens vestidos de passarinho, gato e espanador você achou que os inimigos deviam morrer de rir em vez de morrer de medo, vale lembrar que os guerreiros astecas, para serem aceitos nas unidades dos Cuauhpipiltin e Ocelopilli, precisavam capturar — e não matar — quatro soldados inimigos respeitados por sua bravura que, mais tarde, eram oferecidos em sacrifício.
Já os Cuachicqueh, de acordo com George, faziam o juramento de que jamais dariam um passo atrás durante uma batalha — sob a pena de serem executados pelos próprios companheiros de unidade militar se não cumprissem a promessa.
Também conhecidos pelo nome de lansquenetes, os Landsknechts eram mercenários que compunham os corpos alemães de infantaria entre os séculos 15 e 16. Famosos por formarem uma poderosa força militar, esses soldados eram muito temidos — e conhecidos por pilhar o que quer que encontrassem pela frente como recompensa por seus serviços, incluindo as vestimentas dos inimigos que caíam durante as batalhas.
Os landsknechts não possuíam um uniforme ou armadura oficial, mas iam para as guerras com um vestuário pra lá de exuberante. Eles geralmente usavam grandes chapéus enfeitados com penas de avestruz coloridas, e enormes braguilhas — que eram peças do vestuário masculino que cobriam os genitais e que, no caso dos landsknechts, simulavam um pênis ereto.
Além disso, George disse que os landsknechts costumavam fazer diversos cortes nas camadas mais externas das suas roupas e puxavam as peças interiores — supercoloridas — para que elas aparecessem através das aberturas. Aliás, cada membro do grupo podia vestir as cores que bem entendesse; quanto mais excessivas e espalhafatosas elas fossem, melhor!
Honda Tadakatsu foi um lendário general japonês que viveu entre os séculos 16 e 17 e, apesar de ter participado de inúmeras batalhas, jamais sofreu ferimentos significativos. Não pense que o homem era daqueles que militares que ficavam em suas tendas comandando os batalhões de longe. Não, não! Tadakatsu lutava na linha de frente com seus homens e ainda era facilmente reconhecido graças ao enorme par de galhadas de veado que usava na cabeça.
Aliás, além de os acessórios faziam de Tadakatsu um alvo fácil para os inimigos: muitos faziam de tudo para ter a honra de lutar contra o general — e acabar com a fama de invencível dele. E, você ficou curioso em saber o motivo de o japonês usar um par de galhadas presa ao capacete? Segundo George, reza a lenda que um veado salvou a vida de Tadakatsu mostrando a ele um caminho de fuga para escapar de uma emboscada armada por seus inimigos.
*Publicado em 20/11/2015