Estilo de vida
18/02/2019 às 12:00•3 min de leitura
Você já deve ter ouvido falar a respeito de vários tipos de estrelas que existem pelo cosmos, como é o caso das anãs marrons, as anãs vermelhas e as gigantes azuis, por exemplo. Também existem as anãs brancas, que são remanescentes de estrelas que já “morreram” compostos por matéria em degeneração.
Conforme o cosmos avança em sua evolução, essas sobras estelares se transformarão em anãs negras — estrelas que não existem ainda porque o Universo ainda não envelheceu o suficiente para que as anãs brancas tenham tido tempo de morrer completamente. E o que isso tem a ver conosco? O nosso Sol é uma anã vermelha, o que significa que ele se transformará em uma anã branca um dia.
Sol, cadê você?
Pois é... Em um futuro — muito, muito — distante, o Sol ejetará suas camadas mais externas e se converterá em uma anã branca, permanecendo nesse estado durante outros tantos bilhões de anos até começar a perder calor. Esse processo deve continuar até que a temperatura da estrela seja equivalente à radiação cósmica de fundo em micro-ondas, ou seja, até que ela fique apenas alguns graus acima do zero absoluto, se transformando em uma anã negra.
Quando isso acontecer, o nosso Sol terá se convertido em um corpo celeste tão frio que será impossível para os humanos — se é que eles vão encontrar uma forma de sobreviver a esse processo — vê-lo no céu a olho nu e até com os sistemas ópticos convencionais. Então, a estrela que um dia permitiu que a vida florescesse na Terra só poderá ser detectada através de seus efeitos gravitacionais.
O surgimento das anãs negras — que descrevemos no item anterior — pelo cosmos marcarão o fim da evolução estelar, ou seja, quando elas começarem a pipocar pelo Universo, já não ocorrerá mais a formação de novas estrelas. Em vez disso, o espaço será um local repleto de remanescentes — e essas sobras de matéria poderão se desenvolver em estrelas bizarras bem diferentes das que se têm notícia atualmente.
Os astrônomos acreditam que uma nova classe de estrela que poderá surgir a partir das anãs negras será a das estrelas congeladas. Segundo pensam, conforme as estrelas que existem no Universo consumam todo o seu combustível, a sua metalicidade — ou seja, a proporção de matéria composta por elementos que não seja o hidrogênio e o hélio — deve aumentar, fazendo com que elas apresentem temperaturas de 0 °C.
Esferas geladas de ferro
Outra possibilidade, prevista para daqui a 101500 anos, ou seja, para depois de o cosmos “morrer”, é que surjam estrelas de ferro. De acordo com os astrônomos, esses astros aparecerão depois que os núcleos mais leves da matéria que compõe as estrelas sofrerem fusão devido ao tunelamento quântico — um fenômeno no qual uma partícula viola os princípios da mecânica clássica —, transformando-se em núcleos de uma forma estável do ferro, o ferro-56.
Depois, reações de fissão e emissão de partículas alfa terminarão convertendo os núcleos mais pesados da matéria em ferro também, e o resultado desse processo seria a formação de uma esfera imensa e gelada desse elemento. No entanto, vale destacar que a formação desses astros é hipotética e só será possível se os cientistas conseguirem provar que os prótons (presentes nos núcleos dos átomos) não se desintegram.
Falando em desintegração de prótons... Até o momento, ela jamais foi observada e não existem evidências que ela realmente aconteça. Todavia, os astrônomos acreditam que isso poderá mudar conforme o Universo chegue ao fim de sua vida, e, quando isso acontecer, os prótons desaparecerão, dando lugar aos pósitrons e píons. E a gente com isso?
Bem, os prótons, como você sabe, são partículas subatômicas que, assim como os nêutrons, se encontram no núcleo dos átomos. Acontece que os nossos corpos são compostos por átomos, e o dia que essas partículas todas começarem a decair, nós não poderemos mais existir. O pior é que isso não se aplica apenas aos humanos e demais seres vivos, mas a todos os corpos que existem no Universo — e, então, surgirão buracos negros por todos os lados.
Buraco negro pra todo lado
Depois de os prótons darem lugar aos pósitrons e píons, essas partículas alimentarão os buracos negros — que, por sua vez, consumirão o que restar de matéria no cosmos. Só que (de acordo com Stephen Hawking) essas estruturas monstruosas também têm um ciclo de vida e acabam se desintegrando com o tempo.
Segundo Hawking, conforme os buracos negros devoram a matéria, eles vão emitindo radiação ao espaço, evaporando pouco a pouco. Isso significa que a tendência é que a única coisa que restará no Universo será uma variedade de partículas sem massa ou que não apresentem grande interação entre si — e elas também deverão perder sua energia gradualmente. E você, caro leitor, o que acha que acontecerá quando o cosmos chegar ao final de sua vida?