Artes/cultura
22/03/2018 às 04:00•3 min de leitura
Identificado em 1967, o vírus de Marburg foi descoberto depois que pequenos surtos foram detectados entre funcionários de um laboratório da Alemanha que estavam trabalhando com macacos vindos de Uganda. O patógeno tem uma ação semelhante à do Ebola e provoca febre hemorrágica.
Isso significa que os infectados pelo vírus de Marburg apresentam febre alta e sofrem severas hemorragias que podem levar ao estado de choque, à falência múltipla dos órgãos e à morte. No caso do episódio dos anos 60, o índice de mortalidade bateu os 25%. Entretanto, durante um surto registrado na República do Congo entre anos de 1998 e 2000, assim como um que ocorreu em Angola em 2005, esse mesmo índice foi superior a 80%.
Embora já tenhamos falado sobre o Ebola aqui no Mega Curioso em algumas ocasiões, como ele foi mencionado no item anterior, achamos que valia a pena falar um pouquinho dele novamente. O vírus é transmitido através do contato com o sangue — e outros fluidos corporais — e tecidos de pessoas e animais contaminados, e o primeiro surto em humanos de que se tem notícia aconteceu simultaneamente no Sudão e na República do Congo em 1976.
Curiosamente, uma das estirpes do Ebola, a Reston, não torna os humanos doentes. Por outro lado, a Bundibugyo ebolavirus apresenta um índice de mortalidade de até 50%, e a da estirpe do Sudão, assustadores 71%! O surto que teve início na África em 2014 — e que ainda registra casos isolados — foi o maior e mais complexo já registrado.
A raiva já foi uma das doenças mais temidas do mundo e, por sorte, desde a introdução de vacinas para animais de estimação — em 1920 —, a sua transmissão se tornou incrivelmente rara. No entanto, o vírus ainda é um problema bastante sério em determinadas regiões da África e na Índia.
O problema com a raiva é que ela pode infectar todos os animais de sangue quente, em especial os mamíferos. Então, uma vez o vírus é contraído, ele se instala primeiro nos nervos periféricos — onde começa a se multiplicar —e, então, parte para o sistema nervoso central e, basicamente, destrói o cérebro. Por sorte, existe tratamento para os humanos que contraem a raiva, mas, se ele não for administrado, o índice de mortalidade é de 100%.
Existem registros que apontam que os humanos lutaram contra a varíola durante milhares de anos e, por fim, ela foi vencida em 1980, quando a Organização Mundial de Saúde declarou que a doença havia sido erradicada do mundo. Antes disso, a varíola provocava a morte de um em cada três infectados, além de deixar sequelas como profundas cicatrizes na pele e, muitas vezes, a cegueira em quem conseguia sobreviver ao vírus.
No entanto, existem registros que apontam que os índices de mortalidade em algumas populações foram muito maiores. Para você ter uma ideia, os historiadores estimam que 90% da população nativa das Américas morreram de varíola — introduzida no continente pelos antigos exploradores europeus. Ademais, só durante o século 20, a estimativa é de que a doença tenha matado 300 milhões de pessoas no mundo.
Você ficou se perguntando como é que um vírus tão corriqueiro como o da gripe (Influenzavirus) — doença que não deve ser confundida com o resfriado comum! — veio parar nesta lista? Pois, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de meio milhão de pessoas morrem em decorrência da enfermidade todos os anos no planeta.
Isso sem contar quando aparece uma nova estirpe do vírus, resultando em uma pandemia, como foi o caso da H1N1 que, em 2009, deixou o mundo em estado de alerta. E a apreensão não foi para menos: a gripe espanhola, pandemia mais mortal registrada no planeta, que teve início em 1918, afetou cerca de 40% da população mundial e resultou na morte de um número estimado entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas.
Descoberto na Tailândia e nas Filipinas na década de 50, o vírus da dengue não é um problema sério enfrentado apenas aqui no Brasil. Desde a sua identificação, a doença se espalhou através das regiões tropicais e subtropicais do planeta — e estima-se que 40% da população mundial vivam em áreas afetadas pelo vírus. Aliás, a previsão é de que a condição se agrave com o aquecimento global.
Apesar de o índice de mortalidade dos doentes de dengue ser bem mais baixo do que o dos demais vírus que mencionamos na lista, batendo os 2,5%, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano. Se bem que o índice salta para 20% nos casos de dengue hemorrágica, caso o problema não seja tratado.
*Esta lista foi elaborada a partir de informações presentes em um artigo publicado por Anne Harding, do portal Live Science.
*Publicado em 12/1/2017