Artes/cultura
01/02/2019 às 07:02•3 min de leitura
“Fulano perdeu a cabeça” ou “Um dia, ciclano vai perder a cabeça e não vai saber onde colocou” são duas frases muito usadas quando nos referimos àquelas pessoas com problemas de memória ou com temperamento forte, que não medem seus atos. Porém, obviamente todas elas são usadas no sentido figurado, já que ninguém “perde” a cabeça. Será?
Algumas personalidades ao longo da nossa história realmente perderam a cabeça, no sentido literal da palavra. Muitos tiveram o mesmo fim: foram decapitadas. Isso não é lá uma morte muito comum e costuma causar curiosidade referente a esse término tão trágico. Conheça 7 figuras históricas que foram enterradas sem nada acima dos ombros.
A lenda de Pancho Villa não morre no México e todos sabem a sua história, já que ele foi uma grande lenda durante a revolução mexicana. Esse guerrilheiro se tornou um dos principais líderes políticos e militares do país e, consequentemente, foi perseguido por vários presidentes sucessivos. Foi decapitado por ordens dos presidentes Álvaro Obregón e Calles.
Em 1966, alguém violou o túmulo de Pancho Villa para roubar a cabeça desse ícone dos camponeses. Surgiram todos os tipos de teorias, até mesmo de que universidades americanas mandaram pediram o roubo para estudar em sociedades secretas. Ainda hoje não há pistas sobre o destino do crânio do homem.
Arsinoe IV era a irmã mais nova de Cleópatra e importante figura política de sua época. Foi nomeada rainha e organizou a resistência egípcia contra os romanos de Júlio César. Quando os romanos libertaram o rei Ptolomeu XIII, Júlio César teve reformou e conquistou o Egito, aprisionando Arsinoe e ordenando a sua execução.
Em 1904, o túmulo de Arsinoe, localizado em território turco, foi descoberto e seus restos mortais foram transferidos para Viena. Em 1994, o Instituto de Biologia Humana verificou que o crânio da mulher tinha desaparecido. Em 2009, novas técnicas confirmaram que os restos encontrados eram de Arsinoe. Já o crânio ainda é um mistério.
Friedrich Schiller foi um dos mais importantes escritores clássicos da Alemanha e foi decapitado em 1805, na cidade de Weimar. Seu corpo foi enterrado em uma vala comum destinada a pessoas importante. Vinte anos depois, algumas pessoas tentaram exumar seus restos mortais, mas foram encontradas mais de vinte cabeças no lugar.
Carl Leberecht Schwabe, prefeito na época, decidiu que, diante de tanto talento literal, o crânio maior só poderia ser o de Friedrich. 180 anos depois, um laboratório comprou que a cabeça não era do escritor. Provavelmente, o crânio de Schiller ainda continua na vala, mas a dificuldade de localização faz com que ela não saia de lá.
Em 1892, Lizzie Borden matou seus pais, Abby e Andrew, com um machado, cortando suas cabeças. Esse crime repercutiu por toda a América e ainda hoje é muito conhecido nos Estados Unidos, resultando em canções, lendas urbanas e representações folclóricas. Lizzie até se tornou personagem em um episódio da série Os Simpsons.
70 anos após o assassinato, um fato macabro aconteceu. No sótão da casa em que tudo ocorreu, apareceram o machado usado por Lizzie e o crânio de Andrew. Pessoas costumam relatar que o homem vagueia em busca da sua cabeça e Lizzie está sempre passeando por ali, procurando mais vítimas.
Francisco de Goya foi o precursor do impressionismo na Espanha e o que aconteceu com a sua cabeça é um dos grandes enigmas históricos no país. O seu crânio sumiu de seu túmulo. Uns dizem que o pintor doou para um amigo médio para que ele pudesse estudar. Outros acreditam que os maçons o levou pelo simbolismo do crânio.
Esses são apenas duas das teorias que giram a respeito do sumiço da cabeça de Goya. Em qualquer caso, não há nada para confirmar se o crânio do pintor está rodando pelo mundo, e, se caso afirmativo, onde ele está. A busca para resolver esse mistério ainda continua. Até encontrar uma resposta, tudo é apenas suposição.
O líder da revolta parlamentar morreu em 1658 depois de governar o país como ditador durante quase uma década. Sua morte significou o retorno da monarquia, e, em seu retorno, Charles II ordem um ato simbólico: desenterrar Cromwell, executá-lo como um criminoso e exibir sua cabeça em cima de um poste como aviso para aqueles que quisessem derrubar a monarquia.
Mas 24 anos depois, a cabeça de Cromwell ainda estava lá. O crânio então foi recolhido por um guarda e, desde então, começou uma peregrinação curiosa. Quando finalmente foi recuperado, em 1960, dois professores resolveram enterrá-la em um lugar conhecido apenas por eles. E a jornada do crânio finalmente se encerrou.
Ele foi um daqueles homens de passado incerto que registraram seu nome por ser um dos principais fundadores da Nicarágua. Francisco acabou no meio de uma guerra entre o Capitão General, Cortés e outro líder da expedição, Pedrarias Dávila. Suspeitando da sua traição, Dávila decapitou seu parceiro.
Para agradar a sociedade indígena, em vez de enterrar o corpo inteiro, Dávila deu permissão para que o crânio de Francisco fosse usado como uma lanterna para iluminar a rua. Cinco anos depois da morte do governador, a cabeça do homem foi então sepultada na mesma cripta onde todo o resto do corpo estava enterrado.