Ciência
05/05/2014 às 08:37•2 min de leitura
Nós aqui do Mega Curioso já falamos muito a respeito de alienígenas e discos voadores, e você provavelmente está careca de saber disso. Muitos vídeos flagram objetos voadores não identificados pairando sobre diversas regiões do mundo, mas o que você vai saber agora pode colocar todas essas aparições suspeitas na categoria “Ficção Científica”.
Um estudo publicado recentemente concluiu que é praticamente impossível saber se há vida além da Terra. De acordo com os envolvidos na pesquisa publicada no Proceedings of the National Academy of Sciences, foram encontradas leituras espectrais atmosféricas de exoplanetas distantes. Esse material, porém, nunca será bom o suficiente para que pesquisas a respeito de vidas extraterrestres sejam feitas com sucesso.
Essas conclusões reafirmam uma visão pré-existente na comunidade científica de que sempre vai ser muito difícil examinar o espectro da Terra como se faz com um exoplaneta. “Eu estava um pouco pessimista quando calculava esses números pela primeira vez, eles não eram o que eu esperava”, disse o líder do estudo, Dr. Hanno Rein, da Universidade de Toronto. “Nós não vamos obter nenhum espectro útil”, completou ele.
Só para você ter uma ideia de como funcionam esses tipos de pesquisa, saiba que os astrônomos estudam planetas fora de nosso sistema solar por meio da análise da composição química dos gases que existem em rastros de luz deixados por estrelas, que passam perto de alguns desses planetas longínquos. Difícil de acompanhar, não é mesmo?
Nesse caso, analisando esses gases, seria possível encontrar sinais de vida pela identificação do gás metano e de oxigênio. “Nós acreditamos que essas duas moléculas são suscetíveis a serem produzidas por vida na Terra e também em outros planetas”, destacou Rein.
Como é possível que essas moléculas sejam produzidas por efeitos geológicos, os cientistas esperam encontrar as duas juntas para começar a pensar na hipótese de vida.
O que impede que pesquisas mais conclusivas sejam feitas é que a maioria dos exoplanetas já descobertos estão longe demais e, por isso, é praticamente impossível decifrar seus espectros. “A resolução dos espectros é tão baixa que nós mal podemos dizer qualquer coisa sobre eles”, disse Rein.
Se você está questionando a tecnologia usada para esse tipo de pesquisa, saiba que nem mesmo os aparelhos mais modernos e futuristas seriam capazes de captar todas as informações necessárias para confirmar a existência de vida em galáxias muito, muito distantes. O problema seria ainda maior se o exoplaneta fosse orbitado por uma Lua.
Nesse caso, a Lua e o planeta não poderiam ser vistos separadamente e, aos olhos dos astrônomos, seriam reconhecidos como uma mesma atmosfera. Se um tivesse oxigênio e o outro tivesse metano, iria parecer uma atmosfera com os dois compostos, dando aos cientistas a falsa ideia de vida extraterrestre.
Para Rein, as chances de encontrar vida extraterrestre não são totalmente nulas. Ele acredita que é possível analisar espectros de planetas distantes por meio do direcionamento correto das pesquisas astronômicas. Segundo ele, os planetas descobertos pela nave Kepler estão a centenas e milhares de anos luz da Terra, mas, se os pesquisadores voltassem suas atenções aos planetas mais próximos à Terra, poderiam, certamente, ter espectros em melhores resoluções disponíveis para estudo.
Rein afirma também que é preciso estudar planetas próximos a estrelas anãs vermelhas, já que essas estrelas têm luzes mais fracas e, portanto, seria mais fácil analisar os espectros ao redor delas.