Ciência
16/05/2018 às 02:01•3 min de leitura
Muitas espécies incríveis de animais desapareceram há décadas ou centenas de anos, por condições naturais ou influência das atividades humanas sobre uma determinada região. Com o avanço da tecnologia e do conhecimento científico — em especial a genética —, estamos cada vez mais perto da possibilidade de trazer esses animais de volta à vida, mas vai ser difícil escolher quais deles gostaríamos de ver em jaulas de zoológicos ou soltos pela natureza.
Obviamente, essa tarefa não é fácil e, além de algumas barreiras científicas, há também muita discussão ética sobre o assunto. Mas, como não custa especular um pouquinho e sonhar com um futuro cheio de tigres-dentes-de-sabre, confira abaixo nossa lista de animais que poderiam ser ressuscitados.
Os mamutes-lanosos habitaram o norte da Terra e foram uma das últimas espécies de mamute a serem extintas. Diversos fósseis e amostras desse animal já foram recolhidas ao longo dos anos e, por viver em locais muito frios, há restos congelados com tecido mole muito bem preservado.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia
Em 2011, um dos espécimes encontrados possuía a medula óssea praticamente intacta, o que abre possibilidades ainda maiores de trazer esse animal à vida. O cientista russo Semyon Grigoriev, diretor do museu do mamute da República de Sakha, junto com colegas do Japão, declararou que, com esse material em mãos, a clonagem poderia ser feita em um período de até cinco anos.
Acredita-se que o tigre-da-tasmânia entrou em extinção durante o século XX, mas ainda hoje é considerado como o maior marsupial carnívoro dos tempos modernos. Apesar de também ter sofrido com a presença humana, essa espécie possui uma diversidade genética muito baixa, o que a torna pouco adaptável a mudanças.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia
Em 2008, pesquisadores extraíram o DNA de um espécime com 100 anos de idade e ressuscitaram seu material genético, incluindo-o no embrião de um rato. Essa foi a primeira vez que o DNA de um animal extinto foi usado no embrião de uma criatura viva para estudo. Quem sabe, no futuro, os tigres-da-tasmânia não voltam a habitar a Austrália e Nova Guiné?
Esse é um caso bastante atual de animal extinto, sendo que o último espécime morreu ainda na década de 90. Por isso, o íbex-dos-pirinéus é uma das espécies mais promissoras para ser trazida de volta à vida.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia
Mas há um problema: o último íbex-dos-pirinéus era, na verdade, uma fêmea. E, dessa forma, mesmo que a espécie volte à vida, não haverá machos para se reproduzir com ela. Porém, um pouco de engenharia genética poderia reverter essa situação.
Esse dispensa apresentação e todos nós concordamos: o mundo seria muito mais legal com tigres-dentes-de-sabre em zoológicos ou soltos por aí. E isso não é tão impossível de acontecer, visto que, assim como o mamute, esse animal vivia em lugares gelados e há muitos corpos bem preservados desse “gatinho”, dos quais seria possível fazer a extração de DNA.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia
O ser humano sabe muito pouco sobre o pássaro dodô, mas acredita-se que essa espécie era dócil demais, a ponto de ser retratada em desenhos animados como animais extremamente bobos. Além disso, o dodô tinha outro defeito: uma carne deliciosa. Essas foram as principais causas de sua extinção, por volta de 1600.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia
Em 2007, um esqueleto bem preservado de dodo foi encontrado nas ilhas Maurício, possibilitando que DNA da ave seja extraído e, depois, manipulado em laboratório.
Que tal um alce com chifres que mediam cerca de 3,5 metros de uma ponta a outra? Esse animal incrível, conhecido como alce-gigante, se extinguiu no fim da última era glacial, e as causas desse desaparecimento foram, provavelmente, as mudanças climáticas das regiões onde ele vivia.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia
Assim como no caso de outros animais dessa lista, as condições climáticas em que ele vivia favorecem a preservação de tecidos moles, tornando essa espécie uma ótima candidata a ter o seu DNA extraído para manipulação futura.
Essa ave gigante não podia voar e, até serem extintas, cerca de 600 anos atrás, eram consideradas como as maiores aves do mundo. Por terem desaparecido há pouco tempo, ainda é possível encontrar restos mortais com pele e penas.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia
Como se não bastasse, pesquisadores também encontraram ovos intactos dessa espécie, cujas cascas forneceram o DNA da moa para projetos de clonagem.
Garra preservada de moa Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia
Convenhamos: a evolução foi cruel com as preguiças. Se antes elas eram mamíferos gigantes e terríveis, hoje não passam de criaturas com uma feição dócil e movimentos extremamente lentos. Mas é possível que cientistas tragam à vida essa espécie extinta que habitou a América do Sul.
Esqueletos de preguiças-gigantes Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia
Pesquisadores já extraíram DNAs intactos dos pelos presentes em fósseis desse animal que andou pela Terra cerca de 8 mil anos atrás. O problema seria encontrar um útero capaz de gerar esse “bichinho”, visto que suas parentes modernas são bem menores.
Não tem como terminar esta lista sem mencionar dinossauros e a possibilidade de recriar algo semelhante ao empreendimento de John Hammond em “Jurassic Park”. No caso dos dinossauros, o acesso ao material genético é muito mais difícil e, por isso, a ciência terá que encontrar uma forma de recriá-lo.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia
Além da constante busca de DNA intacto de dinossauros em registros fósseis, cientistas planejam um plano ainda mais audacioso: “hackear” uma galinha para “desevolucioná-la”, ou seja, fazer com que o código genético da ave seja revertido para o de dinossauro, como se estivesse voltando no tempo da escala evolutiva.
Será que funciona?
*Publicado originalmente em 02/05/2013.