Ciência
22/12/2016 às 03:00•2 min de leitura
Você já reparou no funcionamento de uma teia de aranha? Essas estruturas, tecidas com cautela e precisão, são muito resistentes e conseguem atrair as presas com certa facilidade, e os insetos presos nessas teias parecem ter dificuldades quando tentam sair. Ou seja: essas estruturas de seda não só capturam pequenos insetos, como os mantêm grudados como se fossem chiclete.
Uma pesquisa conseguiu entender um pouco melhor como funciona uma teia de aranha e, ao que tudo indica, essas estruturas superfinas são capazes de atrair suas presas por meio da eletricidade. De acordo com um dos autores do estudo, Victor Manuel Ortega-Jimenez, da Universidade da Califórnia em Berkeley, as teias de aranha mudam de formato conforme a carga eletrostática presente nos insetos.
Essa carga faz com que os insetos sejam atraídos até as teias, que os entregarão de bandeja às aranhas esfomeadas. A Ciência já sabia, até agora, que as teias de aranha mudavam de formato para atrair suas presas, mas os pesquisadores ainda não sabiam ao certo como isso acontecia. Portanto, se em algum momento você estudou a respeito das teias de aranha nas suas aulas de Biologia, agora pode bancar o espertinho e contar ao seu professor que as essas estruturas mudam de formato devido à eletrostática, conforme a presa se aproxima.
Fonte da imagem: Reprodução/AcademicReed
Um fato bem interessante desse estudo é o modo como ele começou a ser desenvolvido. Ortega-Jimenez estava em sua casa, observando teias de aranha e passando, diante delas, uma varinha de brinquedo de sua filha. Então, observou que o objeto interagia eletrostaticamente com a teia. Ele acreditava que pudesse existir uma espécie de cola nessas estruturas, capaz de atrair os insetos que por elas passavam, mas então percebeu que, assim como o brinquedo da filha possuía uma carga elétrica, os insetos, ao movimentarem suas asinhas rapidamente, também.
Depois disso, tudo o que ele precisou fazer foi colher algumas amostras de fios de teias de aranhas no próprio campus da Universidade e observar a interação desses materiais com alguns insetos conhecidos por serem presas de aranhas. Ele percebeu, então, que à medida que um inseto se aproxima com suas asinhas em constante movimento, a teia automaticamente se curva para dentro, tornando-se mais atrativa à presa, que fica mais propensa a ser “engolida” pelos fios de seda.