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17/01/2014 às 07:39•2 min de leitura
A ciência já sabe que quase todas as espécies de estrelas-do-mar possuem olhos nas extremidades de seus braços, a única diferença – com relação aos insetos, por exemplo – está na falta de lentes. Sem esse componente ótico, os pesquisadores não eram capazes de determinar se os olhos eram apenas mais uma estrutura ou se os animais realmente conseguiam enxergar através deles.
Foi então que os cientistas Anders Garm e Dan-Eric Nilsson, membros do Departamento de Biologia da Universidade de Copenhagen (Dinamarca) e da Universidade Lund (Suécia), respectivamente, decidiram investigar.
Fonte da imagem: Shutterstock
O experimento foi realizado com exemplares de Linckia laevigata — uma espécie bastante comum que costuma apresentar uma coloração azulada. Entre as novidades, os cientistas descobriram que os olhos das estrelas-do-mar não são muito potentes, mas que realmente elas usam a visão para navegar através dos recifes de corais. Tais fatos não haviam sido relatados até o momento e foram registrados na edição de janeiro do periódico Proceedings of the Royal Society B.
Os biólogos concluíram que a falta das lentes nos olhos dessas criaturas marinhas implica na impossibilidade de processar movimentos rápidos e não permite a distinção de cores — dois indícios de que o principal objetivo deles não é ajudar a buscar comida ou se proteger de possíveis predadores.
O ponto vermelho na imagem acima é o pequeno olho da estrela-do-mar. Fonte da imagem: Reprodução/Popular Science
Para chegar a essas conclusões, a dupla de pesquisadores colocou as estrelas-do-mar a 1, 2 e 4 metros de distância dos corais. Eles perceberam que aquelas que estavam a menos de 4 metros retornavam rapidamente ao coral, enquanto as outras começam a se mover em direções aleatórias. Esse comportamento nos mostra que, mesmo sem as lentes, elas são capazes de reconhecer grandes objetos.
O mesmo teste foi realizado com animais que tiveram seus olhos cirurgicamente retirados. As estrelas-do-mar que não tinham os olhos também caminhavam aleatoriamente, o que sugere que elas não tinham meios para determinar onde estavam indo.
Os biólogos explicam que, para perceber objetos grandes, é preciso que os olhos, além de captarem a luz, sejam capazes de formar uma imagem. O experimento realizado com as estrelas-do-mar mostrou que elas têm uma visão rudimentar, mas a capacidade de formar imagens é suficiente para que essas criaturas possam ser classificadas em um grupo mais evoluído.